quarta-feira, 30 de junho de 2010

Geraldo Degásperi apóia parques sustentáveis e visita o Parque Urbano do Carmo



Geraldo Degásperi é diretor artístico, cartunista e ilustrador infantil com diversos trabalhos realizados no http://www.wix.com/josegeraldo/degasperi-arts .
É o nosso importante parceiro que vai dar vida à nossa "en-tenda sustentável", na transformação do container em "nave orgânica" e a criação de diversos personagens dos parques  sustentáveis para a educação ambiental infantil no Parque Urbano do Carmo.



Geraldo vistoriando o local onde será implantado a "tenda sustentável"


Geraldo com o coordenador Márcio no Planetário do Carmo






Lágrima divina



Fonte: http://sustentabilidade.ogerente.com.br/cuidados-com-o-planeta/?utm_source=Sustinere&utm_campaign=cd09e7971c-Sustinere_19_02_2011&utm_medium=email


Autor:  Ivan Postigo


Se aos velhos não podemos ensinar, não percamos a oportunidade com os jovens. Vivem no presente, mas o futuro será sua morada.




Imitamos Deus em todo seu poder quando um filho geramos. Um Deus que a presença queremos, o Deus que adoramos.




Um ato de amor ou de confusa relação, que nos torna pais. Das promessas de amor eterno ao encontro fortuito.



No ventre está a semente. O anel do universo que liga para a eternidade dois amantes ou dois errantes.



Filhos nascidos, às vezes amados, outras esquecidos. Cuidados ou abandonados. Um, dois, três, tantos!



Para muitos não importa o que tanto conta. Para outros, conta a conta!



Um momento vivido, apenas. Às vezes lembrados, mas não a vida esquecida.



Pequenos e carentes nascemos, em seio de mãe nos protegemos. Legítima ou adotada, colo que nos aquece, mãos que nos afagam.



Momentos em que não faltam amor e nem cuidados, aos filhos perdidos, uma vez encontrados.



Menino nascido, homem ferido, ser negligenciado.



Em um planeta maltratado estão abandonados os filhos dos filhos dos filhos de Deus.



Gerações e gerações que não cuidam da terra, tampouco da vida.



Com a negligência com o semelhante vem o esquecimento. Palavras caem em desuso.



Nas mídias, como recurso de venda, o amor é exaltado, na vida, o carinho, a atenção, a cortesia, a ternura, banidos.



O e-mail substituiu o abraço e o aperto de mão. A rede social o encontro festivo, o almoço com o colega, o café com o amigo.



O trabalho que construía, assumiu a sobrevivência.



Cercado por muros, os condomínios que protegem o homem dos semelhantes, afasta-o dos parecidos. Protegido, sente-se isolado e esquecido.



E o banco da praça?



Quando lá está é mal usado ou destruído. Amigos se foram, a amizade se perdeu. A saudade, palavra sem tradução como é o sentimento, é exaltada. Na música, na poesia, nos olhos dos velhos que viram os jovens partirem!



A velha amoreira, que tantas vidas e crianças à sua volta reunia, foi derrubada para construir mais um abrigo. Com conforto e luxo, mas com corações vazios.



Sem frutos e galhos para descanso cessou o pio e canto das aves. Não se ouve mais o melodioso e triste canto da patativa, que os quintais visitava.



É o progresso que gera lembranças de um tempo sem regresso.



No lago, produto das mãos do homem, a vida não encontra caminho e a piracema é só um fato, poucas vezes um ato.



A ecologia, ensinada às nossas crianças como verdade, carece do encontro com a realidade. Pés descalços sobre o solo macio, a brisa que sopra e carrega o cheiro das flores, a visão de uma abelha trabalhadeira, a verde grama que permite o descanso, a lata jogada, que maltrata a vista!



Retirá-la não é muito, mas somadas, pequenas ações, não é pouco. Nas suas mãos está a consciência. Que retira ou arremessa.



A boa vontade e a responsabilidade tornam o feito, desfeito.



Se aos velhos não podemos ensinar, não percamos a oportunidade com os jovens. Vivem no presente, mas o futuro será sua morada.



Eduque-se desde cedo, para que os vícios de casa a praça não alcancem, diriam saudosos avós!



Do espaço, o planeta azul se mostrará cinza sem cuidados.



Restará o azul nas fotos, nos filmes, e nas lembranças dos que viram e viveram.



Ainda que cinza, quem assim irá vê-lo?



Quem sabe muitos… talvez poucos.



Com um nó na garganta, saudoso, vendo-o, como casas abandonadas nas velhas cidades, diz o pai: – Foi azul e ali vivíamos.



Pergunta o pequeno filho de Deus: – Por que mudamos, se a saudade incomoda?



Com olhar triste e voz embargada responderá: – Não cuidamos. Ficou velho e está sujo.



No espaço, sem gravidade, paira uma gota.



Divina…



Uma lágrima de Deus!