A)O Brasil receberá, dia 7 de junho, em em Washington, Estados Unidos,  do 
secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, o prêmio de  Projeto de Maior 
Impacto de Desenvolvimento na Área de Meio Ambiente  ao Programa Áreas 
Protegidas da Amazônia (Arpa). O anúncio foi feito  na tarde desta terça-feira, 
22 de maio, Dia Internacional da  Biodiversidade, pela vice-presidente da Rede 
de Desenvolvimento do  Banco Mundial, Rachel Kyte, durante o lançamento do Fundo 
de Áreas  Protegidas (FAP) no auditório do Instituto Chico Mendes de Conservação 
 da Biodiversidade (ICMBIO). O Arpa é um programa coordenado pela  Secretaria de 
Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio  Ambiente e existe há dez 
anos.
B)
C)O FAP é o primeiro fundo brasileiro criado para apoiar a 
 sustentabilidade financeira, a longo prazo, das Unidades de  Conservação (UC) 
consolidadas pelo Programa Arpa, o Programa Áreas  Protegidas da Amazônia 
(Arpa). Trata-se de um fundo fiduciário, de  caráter permanente, que investe 
apenas os rendimentos reais do capital  depositado, no valor de R$ 115 milhões, 
na manutenção das UCs.
D)
E)Os recursos são provenientes de doações do governo alemão, de 
 instituições da União Europeia e de entidades brasileiras, e  complementam os 
investimentos do governo federal nas UCs. Serve,  também, como um piloto para o 
Sistema Nacional de Unidades de  Conservação (SNUC). E as duas primeiras UCs a 
serem contempladas com  recursos do FAP são o Parque Estadual do Cantão (do OEMA 
Tocantins) e  a Reserva Biológica do Jaru (Rebio, do ICMBio, Rondônia). Além 
desses,  um total de 10,8 milhões de euros também permitirá a redução do 
 desmatamento e a conservação da biodiversidade na estação ecológica da  região 
da “Terra do Meio”, no estado do Pará, região Amazônica.
Selva em meio ao 
desmatamento
Reserva Biológica resguarda floresta exuberante em Rondônia. 
Decisões  para protegê-la são tomadas com moradores da vizinhança
A 
Reserva Biológica do Jaru tem 353 mil hectares de florestas  povoadas por 
cedros, mognos, castanheiras e seringueiras, onde vivem  grandes mamíferos e 
aves multicoloridas que revoam sobre rios e  igarapés. Consolidada com recursos 
financeiros do Arpa, em Ji-Paraná ,  Machadinho D´Oeste e Vale do Anari (RO), 
essa unidade de conservação  (UC) é cercada por fazendas, assentamentos de 
reforma agrária e por  cidadezinhas. E todos participam de sua gestão.
Para a preservação da Rebio Jaru, que faz parte do Instituto Chico 
 Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Programa de Áreas 
 Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio Ambiente,  investiu R$ 
3,230 milhões, entre 2003 e 2012. Os recursos foram usados  para a sua criação e 
também para ações fundamentais que garantiram a  sua manutenção.
A Rebio foi criada pelo Decreto 83.716, em 11 de julho de 1979, 
 protegendo uma área de 293 mil hectares. Até maio de 2006, uma linha  seca 
fazia a divisa da reserva com uma área de 60 mil hectares que  seria depois 
anexada. A ampliação também se deu com a contribuição de  recursos do Arpa. A 
linha traçada apenas no mapa evidentemente seria  ultrapassada se não fosse a 
ampliação, que transformou o rio Machado  na atual divisa a oeste da unidade de 
conservação.
MANEJO
Durante quase 10 anos, os investimentos do Arpa 
foram aplicados em  iniciativas como elaboração de plano de manejo, formação de 
conselho  consultivo com participação de governo e sociedade civil, levantamento 
 fundiário, demarcação, sinalização, apoio a pesquisas científicas, 
 monitoramento permanente do território e financiamento a projetos de 
 desenvolvimento sustentável em comunidades do entorno.
Localizada em um dos 
estados que integram a lista dos líderes de  desmatamento na Amazônia, a Rebio 
Jaru é uma unidade de proteção  integral. Ou seja, é fechada à visitação pública 
e não é permitido o  uso direto de seus recursos naturais. Isso devido 
principalmente à sua  localização entre as bacias do Madeira e Tapajós, uma das 
regiões  brasileiras menos conhecidas cientificamente e apontada como uma das 
 zonas de endemismos na Amazônia Meridional.
A Reserva Biológica do Jaru encontra-se praticamente ilhada em área  de 
grande desmatamento, apenas conectada com as florestas da Terra  Indígena 
Igarapé Lourdes, ao sul, onde habitam os índios Gavião e  Arara. A Rebio integra 
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação  da Natureza (Snuc), Lei 
9.985/2000, que representa uma das estratégias  nacionais para o cumprimento dos 
compromissos multilaterais do Brasil  para a solução de questões ambientais, 
entre eles a Convenção sobre a  Diversidade Biológica, que visa conter a 
alteração de ecossistemas.
RESULTADOS
“Antes do Arpa, a reserva era 
invadida, degradada e havia muitos  conflitos sociais”, relata a chefe da Rebio, 
Simone Nogueira dos  Santos. Ela lembra que a mais notória consequência dos 
investimentos  do programa na reserva foi a retirada de invasores, de gado e a 
 ampliação do território da reserva, acrescido de 60 mil hectares, em  maio de 
2006.
Para anexação dessas terras, que formam uma faixa de 9 km de largura  e 
100 km de comprimento, foram mais de dois anos de fiscalização,  paciência e 
coragem. Nesse período, a própria Simone Santos e  funcionários do ICMBio 
passaram muitas noites dormindo em barracas no  mato e enfrentando ameaças de 
pessoas que eram contra a manutenção da  reserva.
“A primeira atitude do Arpa foi assumir uma barreira de fiscalização  que 
funcionou 24 horas por dia entre maio de 2006 e dezembro de 2008”,  conta a 
chefe da Rebio. Ela conta que a barreira controlava a entrada  e saída de 
pessoas, e proibia que levassem instrumentos agrícolas e  defensivos químicos 
para dentro da área.
VIGILÂNCIA
Durante os dois anos, as diárias de 
funcionários e até mesmo  policiais foram pagas pelo Arpa, para o trabalho de 
fiscalização, sem  qualquer outra fonte de recursos (hoje não se permite o 
pagamento de  diárias de servidores pelo Arpa, mas na época era permitido).  O 
 passivo ambiental na faixa de terra que seria anexada era  significativo: 6 mil 
hectares de pastagens, 3,2 mil cabeças de gado e  30 famílias que moravam no 
local.
“Nosso papel era estrangular a economia que estava se instalando 
 irregularmente na reserva. Conforme o tempo de nossa permanência, os  moradores 
foram retirados. Até que, entre junho de 2008 e janeiro de  2009, finalmente 
todo o gado foi retirado, pacificamente, do local”,  relata 
Simone.
Redução de queimadas e desmatamento
Um dos indicativos 
fundamentais dos resultados do apoio do Arpa e da  ampliação da Rebio Jaru está 
nos índices de redução de queimadas e de  desmatamento, que se encontravam 
justamente na faixa de terra que foi  anexada à unidade de conservação.
“O desmatamento caiu de 854 hectares em 2006, no ano de ampliação da 
 Rebio, para 51 hectares no ano seguinte”, relata o coordenador de  Proteção da 
Reserva Biológica, Luciano Malanski, analista ambiental do  ICMBio. Entre 2004 e 
2005, quando iniciou o apoio do Arpa a unidade de  conservação, a área desmatada 
chegava a 1,3 mil hectares de florestas.
O monitoramento vem sendo feito com base no Projeto de Monitoramento  do 
Desflorestamento na Amazônia Legal, do Instituto Nacional de  Pesquisas 
Espaciais (Prodes/Inpe). “Houve uma queda em cerca de 17  vezes, depois da 
ampliação da UC”, observa.
INCÊNDIO
Luciano Malanski também observa 
que os focos de calor no interior da  reserva, que ele analisa com os dados do 
Banco de Dados sobre  Queimadas, também do Inpe (BD Queimadas), mostram uma 
inversão abrupta  de uma média anual de 45 focos antes da ampliação de seu 
território  para 17,75 focos de calor depois que a área anexada deixou de ter 
 moradores e gado. Aproximadamente 60% menos focos de calor.
Embora os levantamentos mostrem que os índices de focos de incêndio 
 tenham decrescido significativamente, a chefe da Rebio comenta que os  números 
não foram ainda menores porque em 2010 houve um incêndio  criminoso de 600 
hectares da reserva.  “Em 2011 não foram detectados  focos de calor no interior 
da Rebio Jaru. Esses índices refletem a  permanente vigilância da unidade por 
parte da nossa equipe”, ressalta  Simone Santos.
Debate com a 
sociedade
Todos os assuntos que se referem à Reserva Biológica do Jaru 
são  levados ao seu conselho consultivo
A ampliação do território da 
Reserva Biológica do Jaru foi amplamente  discutida com a sociedade de Rondônia, 
por meio de seu Conselho  Consultivo, que trata todos os assuntos que se referem 
à unidade de  conservação. “O conselho consultivo fez parte de todo o processo 
de  ampliação da reserva. Foram realizadas reuniões com todas as  instituições 
para criar uma base forte. Sem isso, acho que não seria  possível. Hoje, tudo 
funciona com base nas discussões do conselho”,  relata o conselheiro Vilton 
Sanchotene Pinto. Ele representa a  organização não-governamental Mandala, arte 
e ecologia, de Ji-Paraná.
Diversas reuniões foram realizadas para a retirada de pessoas da  Rebio. 
Cerca de 19 famílias foram transferidas para o Projeto de  Assentamento 
Florestal Jequitibá, modelo que prioriza o  desenvolvimento sustentável da 
agricultura familiar. As demais pessoas  tinham outras opções de 
residência.
ECOSSITEMA
O Conselho Consultivo da Rebio Jaru foi criado 
por portaria do Ibama,  em março de 2006, para que a unidade de conservação 
possa cumprir seu  papel, que fundamentalmente é a manutenção do ecossistema. E, 
mesmo  sendo uma unidade de proteção integral, a reserva tem ainda como 
 objetivo resguardar os recursos naturais que indiretamente favorecem à  toda a 
sociedade, especialmente as comunidades do entorno.
Esse fórum de debates permanente tem representantes de órgãos do  governo 
federal, como o ICMBio, prefeituras dos  municípios de seu  entorno e 
organizações não governamentais, como sindicatos de  produtores rurais, de 
pescadores e universidades de Rondônia. “Todos  os atores interagem, e isso dá 
firmeza para o relacionamento das  comunidades com a Rebio”, conta Vilton 
Sanchotene Pinto. Ele diz que  os próprios conselheiros foram preparados para 
exercer seu papel com  eficiência. Foram ainda feitas listas de locais onde cada 
um  realizaria palestras para a conscientização das pessoas a respeito da 
 importância da preservação ambiental.
“Nas palestras, falamos sobre a relação da floresta com as chuvas e  com 
o calor infernal que faz em algumas cidades de Rondônia em que o  desmatamento é 
muito grande. Os pescadores escondiam a tralha de  pesca, e nós chamamos os 
caras para se reciclarem, para entender a  importância de não se pescar de modo 
indiscriminado”, cita Vilton  Sanchotene Pinto.
Agricultores 
conscientes
ICMBio era visto como opressor pelas comunidades, e hoje é 
parceiro  de projetos com visão ecológica. Conselheiros do entorno são 
 consultados sobre todos os investimentos do Arpa na Rebio
O processo de 
criação da Rebio Jaru, com a retirada de invasores e de  gado de seu interior, 
provocou irritação nos moradores de cidadezinhas  e de assentamentos de reforma 
agrária que vivem na região. Foi preciso  um longo trabalho para que eles 
entendessem os benefícios da  conservação da natureza em sua vizinhança.
Um importante personagem para a mudança da mentalidade dos moradores  da 
região foi o secretário de Meio Ambiente da prefeitura do Vale do  Anari, que 
representa o Executivo municipal no Conselho Consultivo da  Rebio, Zequiel 
Santos. O Vale do Anari tem 9.200 habitantes e se situa  às margens do rio 
Machado, em frente à Reserva Biológica do Jaru.  Zequiel é apaixonado pela 
cidadezinha e pela causa ecológica. É  historiador e faz doutorado em gestão 
ambiental. Seu projeto acadêmico  trata sobre a criação de um corredor ecológico 
entre a Rebio Jaru e  uma reserva extrativista local.
“No processo de retirada de pessoas e de gado, a imagem da Rebio ficou 
 bem desgastada no município. Os órgãos públicos, como o ICMBio,  provocavam 
medo e representavam a opressão”, conta o secretário de  Meio Ambiente. Zequiel 
Santos relata que umas das iniciativas para  mudança dessa situação foi a 
criação de um viveiro com capacidade para  o plantio de 15 mil mudas por safra, 
no assentamento de reforma  agrária Palma Arruda, financiado pelo Arpa. A 
experiência começou com  10 famílias, e deve ser 
ampliada.
EDUCAÇÃO
“Os agricultores familiares foram incentivados a 
recuperar áreas  degradadas, a cultivarem sistemas agroflorestais e a cuidarem 
das  margens de igarapés que deságuam no rio Machado. Fizemos palestras  sobre 
educação ambiental nas escolas e conversamos sobre  desenvolvimento sustentável 
na área rural e urbana do município”,  conta o secretário.
Zequiel Santos diz que os conselheiros são consultados e o Arpa presta 
 contas de todos os investimentos na Rebio, até sobre ações de  fiscalização. 
Uma das decisões, por exemplo, foi a construção da sede  da associação de 
produtores do  assentamento Palma Arruda, que está  pronta, à espera de um 
telecentro com acesso à internet gratuita por  meio de parceria entre o 
Ministério do Meio Ambiente e o Ministério  das Comunicações.
“Agora estamos criando a identidade visual da Rebio, em conjunto, 
 inclusive por videoconferência. Assim, as pessoas passam a fazer parte  da 
reserva e a unidade de conservação deixa de ser vista como  entrave”, comenta 
Zequiel.
MENTALIDADE
O trabalho no Vale do Anari trouxe resultados 
significativos. “Não  ficou nenhuma mágoa. Entendemos a visão ecológica e hoje a 
gente tem  outra cabeça. Hoje nos sentimos privilegiados por morar perto da 
 reserva, e ter aqui um clima melhor, o vento que vem de lá é mais  fresco”, 
exclama Geraldo Ferreira, presidente da Associação de  Pequenos Produtores 
Rurais do Projeto de Assentamento Palma Arruda,  que tem cerca de 200 
associados.
A mulher dele, Regina Araújo Ferreira, que é também é liderança na 
 comunidade, conta que outra estratégia foi a aproximação com as  mulheres por 
meio de cursos de artesanato com materiais nativos, como  folhas da palmeira 
buriti. “O curso de artesanato abriu as portas para  que a gente fizesse 
palestras. Antes eram só os homens que  participavam dos encontros, as mulheres 
sempre diziam que tinham uma  roupa pra lavar, e nunca vinham quando se chamava 
para as reuniões”,  relata Regina. “Elas aprenderam a fazer luminárias, e agora 
querem  mais. Querem novos cursos, pra aprenderem a fazer cestos e 
peneiras”.
As famílias de agricultores também estão interessadas em novos 
 incentivos para que as mudas nativas possam ser comercializadas. Eles  plantam 
jacarandá, cupuaçu, tamarindo, jatobá, ingá, açaí, entre  outras espécies. 
Geraldo conta que ficaram especialmente interessados  no viveiro depois de serem 
levados para visita ao Projeto Reca  (Reflorestamento Econômico Consorciado 
Adensado), desenvolvido em  sistema agroflorestal em municípios entre Rondônia e 
Acre, que tem  cerca de 20 anos de produção e nasceu da necessidade de 
alternativas  de sobrevivência de agricultores, como eles, migrantes de outras 
 regiões e assentados pelo Incra. Hoje o Reca é uma das experiências de 
 produção e preservação ambiental mais bem sucedidas e premiadas do 
 Brasil.
Pesca controlada
O controle da pesca não foi fácil. 
Pescadores foram obrigados a  abandonar a  atividade onde mais havia peixes. Mas 
entendem que vale a  pena
Os pescadores também fazem parte do Conselho 
Consultivo da Rebio Jaru,  e participam das reuniões e tomadas de decisões. 
Depois que passaram a  integrar esse fórum de debates, eles mudaram de atitude. 
Deixaram de  capturar espécies indiscriminadamente e entenderam a necessidade de 
 preservarem o ecossistema.
“Se não fosse o controle, acho que não tinha mais 
peixe no rio  Machado”, estima o presidente da Colônia de Pescadores Z9, da 
região  do entorno da reserva, Manoel Batista Dantas. Ele calcula que há dez 
 anos o estoque pesqueiro caiu cerca de 30%, e só depois das restrições  começa 
a se recuperar.
São aproximadamente 180 pescadores profissionais que pescam em média  80 
kg por mês cada um. Os principais abates são de pescada, pintado,  tambaqui, 
pacu e jaú. Antes das restrições impostas pela criação da  Rebio, eles tinham 
280 km livres para a captura, ao longo da divisa ao  oeste da reserva, hoje só 
podem trabalhar na margem esquerda do rio,  que é o lado em que o Machado banha 
as comunidades. Também tiveram que  abandonar o melhor local em que trabalhavam, 
que são 18 km de  corredeiras onde se concentra o maior número de cardumes, na 
 extremidade sul da reserva, onde deságua o Córrego Azul, que faz  divisa com a 
terra indígena.
PESCADORES
“Caiu bastante a renda do pescado. E com o 
desmatamento, as águas do  Machado ficaram barrentas. É importante aceitar as 
regras.
Essa região de corredeiras do Machado e a reserva são o berçário dos 
 peixes. E hoje os pescadores entendem isso. Os peixes estão onde  encontram 
alimentos, e a reserva é importante para a sua alimentação e  reprodução”, 
relata Manoel Dantas.
As restrições à pesca foram feitas com base nas discussões no Conselho 
 Consultivo e também nas legislações que proíbem a captura durante o  defeso, 
período de reprodução, que dura quatro meses, entre 15 de  novembro e 15 de 
março, quando os pescadores recebem seguro do governo  federal para compensar os 
dias parados.
Mas essas datas podem mudar. Devido à observação dos 
profissionais da  pesca, a Universidade Federal de Rondônia (Unir) está 
desenvolvendo um  projeto que poderá alterar o período de defeso. Os estudos, 
feitos com  recursos do Arpa, vão resultar em um diagnóstico sobre ambientes 
 aquáticos e terrestres da reserva.
PESQUISA
“A pescaria fecha em 
novembro, mas em setembro alguns peixes há estão  ovados, como o tucunaré, a 
pescada, o piau, o pacu. A gente vê isso na  hora de limpar, quando encontramos 
cheio de ovas”, explica Manoel  Dantas.
O coordenador da pesquisa, Rinaldo Ribeiro Filho, professor do 
 Departamento de Engenharia de Pesca da Unir, explica que “a época do  defeso 
talvez esteja sendo escolhida de modo errado, pois a base do  ordenamento 
pesqueiro de Rondônia está sendo feita com base em outros  estados”.
Rinaldo Filho relata que a pesquisa está em seu sexto mês de coleta e 
 vai diagnosticar as espécies que vivem no local, a sua alimentação e  zonas de 
reprodução. Também será analisada a qualidade da água, com o  uso de sondas 
computadorizadas, e observada a vegetação das matas  ciliares. O trabalho será 
executado em dois anos, com primeiros  resultados divulgados ainda em 
2012.