Secretários de Kassab defendem pedágio urbano em São Paulo
Eduardo Jorge, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, e Marcelo Cardinale Branco, da Secretaria Municipal de Transportes, falaram sobre o tema durante o Seminário Internacional Andar a Pé nas Cidades
21 de setembro de 2012 | 10h 50
Caio do Valle
Texto atualizado às 20h05. 
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SÃO PAULO - Dois secretários da gestão Gilberto Kassab (PSD) disseram na 
manhã desta sexta-feira, 21, serem favoráveis à implantação do pedágio urbano. 
As afirmações foram feitas por Eduardo Jorge, da Secretaria Municipal do Verde e 
do Meio Ambiente, e Marcelo Cardinale Branco, da Secretaria Municipal de 
Transportes, durante o Seminário Internacional Andar a Pé nas Cidades, na 
Avenida Paulista.
Ambos os dirigentes falaram na abertura do evento, voltado à discussão de 
medidas para melhorar a mobilidade dos pedestres na cidade. O primeiro a 
defender o pedágio urbano foi Jorge. "Eu insisto: nessa cesta de ações para 
melhorar a mobilidade, limpar a cidade, melhorar a saúde das pessoas e salvar 
vidas, tem uma questão de que as cidades não podem fugir, que é a restrição ao 
uso abusivo do automóvel e da moto. Não tem saída." Mas Jorge disse que as 
autoridades, inclusive as do Judiciário e as do Legislativo, "fogem disso como o 
diabo da cruz". "A medida que hoje está sendo usada com sucesso em outros países 
é o pedágio urbano. Ele é necessário. Ele vai melhorar imediatamente os 
congestionamentos."
De acordo com o secretário, o pedágio "vai gerar um fundo adicional que vai 
ser somado ao orçamento dele para investir mais no metrô e no ônibus e nas 
calçadas". Jorge disse, no entanto, que o prefeito Kassab é contrário a essa 
ideia e que a sua opinião "é um ponto de vista pessoal".
Em seguida, Jorge passou a palavra para Cardinale Branco, que acumula a 
presidência da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), empresa municipal 
responsável por gerenciar o trânsito na capital. O dirigente afirmou que, assim 
como Jorge, é "favorável" ao pedágio urbano.
A restrição à circulação de veículos nas áreas mais centrais de São Paulo é 
um assunto polêmico. Alguns especialistas em mobilidade urbana defendem a 
implantação da medida imediatamente, argumentando que a saturação viária já 
atingiu um ponto crítico. Outros, no entanto, entendem que a ação só pode ser 
tomada após a ampliação do transporte público, em especial o metrô.
Mas a medida, que pode gerar desgaste político, é tratada com muita 
delicadeza pela Prefeitura, que oficialmente sempre reiterou que não adotará o 
pedágio urbano. A grande maioria dos candidatos a prefeito também nega que tenha 
intenção de implantá-lo.
No início da noite, a Prefeitura enviou uma nota em que informa que "respeita 
as opiniões pessoais" dos dois secretários, mas não cogita mudar a sua posição 
"firmemente contrária" ao pedágio urbano.
 
