Empresas lucram por serem ‘verdes’
- 5 de janeiro de 2012 |
- 9h20 |
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Com uma atitude ambiental adequada uma empresa pode ter reduções
significativas de gastos, de até 30%, segundo o Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). A constatação vem da experiência das
empresas participantes de um programa de gestão ambiental da entidade, realizado
em 2011.
Segundo o Sebrae, em média, as companhias participantes obtiveram 30% de
economia no uso de energia elétrica, 25% no uso de água e 20% na redução dos
gastos com matéria prima. A iniciativa acontece novamente em março.
O que é feito pelo Sebrae ou por uma consultoria contratada é uma revisão dos
processos produtivos. “Muitas vezes, o empresário não repensa o modo de
trabalhar. Mas isso pode trazer muita economia”, diz a consultora do Sebrae-SP,
Dorli Martins.
Dono de uma oficina mecânica na zona sul da capital, Eduardo Vaz pôde
comprovar isso após uma consulta ao Sebrae há cinco anos. “Troquei, por exemplo,
as telhas por outras transparentes e, usando a luz do dia por mais tempo,
economizo 30% de energia elétrica por mês”, diz.
Vaz também aproveita a água das chuvas para lavar os carros da oficina, o que
reduz outros 20% mensais na conta de água; e contratou uma empresa que
reaproveita resíduos. “Com isso, tenho espaço para mais seis carros.”
Outra mudança que reverteu os gastos da oficina mecânica em lucros foi a
qualificação dos funcionários. “Capacitamos o pessoal aqui dentro e reduzimos de
R$ 73 mil para R$ 64 mil os custos da folha de pagamento. Isso porque esses
profissionais me custariam muito mais se fossem contratados já com o
conhecimento que preciso”, conta Vaz.
As empresas já têm maior consciência da importância de adotar projetos
sustentáveis. Tanto que um estudo do Sebrae mostra que, apesar de 58% dos
empreendedores afirmarem não ter conhecimento sobre o tema, na prática entre 61%
e 80% já realizam alguma ação sustentável.
“As companhias veem dois pontos positivos nisso: minimizar desperdícios e
reduzir custos; e melhorar competitividade, já que terá a preferência de
consumidores mais conscientes”, aponta o gerente de inovação e tecnologia do
Sebrae Nacional, Enio Pinto. O especialista ressalta que para mensurar a
economia a ajuda de uma consultoria pode trazer resultado diferente para o
faturamento.
Gestão ambiental
O programa de gestão ambiental do Sebrae, que
começa em março na capital, custará R$ 825 para o empresário, pois o órgão
subsidia 80% do total. “No mercado, uma auditoria como esta custaria de R$ 5 mil
a R$ 8 mil”, estima Dorli.
Esse relatório de iniciativa verde, um diagnóstico feito durante o programa,
oferecerá possíveis substituições que a empresa pode adotar para cortar gastos.
O empresário deve ir a um posto do Sebrae para fazer o pedido.
Além disso, também em março, o Sebrae oferecerá grátis em seu portal
eletrônico um autodiagnóstico de sustentabilidade. O empresário deve responder
30 questões sobre práticas que adota para receber uma avaliação sobre a situação
de seu negócio e vai sugerir práticas a serem adotadas.
