domingo, 29 de julho de 2012

Nova lei no Paraná estabelece recolhimento e reciclagem de bitucas de cigarro



28/07/2012 às 22:30 - Atualizado em 28/07/2012 às 22:32
Luiz de Carvalho 





Já está em vigor no Paraná a lei que estabelece normas de parcerias entre o poder público e o setor privado para fazer a retirada, transporte e dar a destinação adequada às bitucas de cigarros. Na prática, a medida significa que deverão ser instalados coletores de bitucas em locais com grande aglomeração de pessoas.
A Lei é resultado de um projeto apresentado pelo deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), que foi secretário de Meio Ambiente no governo anterior e considera que o recolhimento de bitucas, para a devida reciclagem, é mais um passo importante depois das leis que vêm restringindo os espaços para fumantes.

Rafael Silva
Cena comum em frente a bares: bitucas jogadas no chão. Nova lei estabelece instalação de coletores
Por locais de grandes aglomerações o parlamentar entende ruas, praças, praias, parques, estádios de futebol, estações rodoviárias, aeroportos e principalmente as frentes de bares e locais onde estejam ocorrendo algum evento público. Esses locais deverão oferecer recipientes próprios para coleta das bitucas, evitando o descarte impróprio.
Quando era permitido fumar em qualquer lugar, dentro de bares e outros estabelecimentos eram usados cinzeiros e assim as bitucas eram descartadas diretamente no lixo comum, mas "a Lei Antifumo, sancionada há três anos proibindo que se fume em ambientes públicos, contribuiu para a melhoria da qualidade do ar, mas ela fez com que os fumantes procurassem espaços abertos, principalmente as ruas, aumentando assim o volume de bitucas de cigarros nas calçadas, sarjetas e nas pistas", disse Rasca Rodrigues.
Segundo ele, essas bitucas se acumulam, acabam levadas pelas enxurradas e vão gerar problemas para o meio ambiente por conterem diversos produtos químicos.
Pela proposta aprovada pelos deputados e sancionada pelo governador Beto Richa há menos de duas semanas, caberá ao Estado buscar parcerias com a iniciativa privada para fazer a coleta, transporte e reciclagem das bitucas.

PERIGO

4,7 mil
substâncias, como metais 
pesados, pesticidas e 
arsênico estão presentes
em bitucas.


Até este fim de semana, o Estado ainda não havia firmado nenhuma parceria para o cumprimento desta nova Lei, mas em Curitiba já existe uma empresa que faz a coleta e a reciclagem de bitucas.

Segundo Rasca Rodrigues, o exemplo pode ser copiado nos demais municípios, com retorno financeiro para as empresas que atuarem na área. 


Comércio
Para os proprietários de estabelecimentos onde geralmente há grande consumo de cigarros "esta é mais uma lei, daqueles que eles vão criando, vão criando e largando para a gente cumprir", como disse o empresário Adilson José Riciopo, proprietário do bar e restaurante Spetinhos.

"Eu faço minha obrigação varrendo a calçada e a sarjeta todos os dias, recolho as bitucas para evitar que sejam levadas pelas enxurradas e acabem poluindo os rios e córregos, mas se agora existe uma lei, o poder público deverá assumir sua parte".
"Se essa lei vem para beneficiar o ambiente, o ar e a saúde das pessoas, que seja bem vinda, mas o problema das bitucas já não é mais responsabilidade dos bares e lanchonetes", diz Rodrigo Rezende, da Lanchonete Vandão.
"Antes, quando todos os lugares eram liberados para o fumo, os bares disponibilizavam cinzeiros nas mesas e assim todas as bitucas eram recolhidas", lembra. "Com a Lei Antifumo, os fumantes são obrigados a irem para a rua e aí não temos como recolher as bitucas deixadas lá na rua".
Tanto Rezende quanto Riciopo estão de acordo que as bitucas sejam recolhidas e recicladas, mas acham que essa deverá ser uma atribuição do poder público.
"Assim como a prefeitura coloca cestinhas nas avenidas para que as pessoas depositem lixo, pode disponibilizar também coletores de bitucas nos locais de grande movimento de pessoas", diz o gerente do bar e restaurante Vandão.

Plantio Direto para sustentabilidade




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Técnica

Publicado em 28 de Julho de 2012, às 06h00min | Autor: Danilo Kossoski, da redação


Região de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é referência no desenvolvimento e aplicação da técnica que revolucionou o uso e preservação do solo nos últimos 40 anos;



Credito: Christopher Eudes Credito:  Christopher Eudes
Manoel Henrique Pereira é um dos principais divulgadores da técnica, e esteve em junho na Ucrânia trocando experiências

O Paraná já tem cerca de 40 anos na história do Plantio Direto na palha de milho, uma técnica que ganhou especial destaque na região dos Campos Gerais. Basicamente, a palhada da produção de milho que resta sobre o solo após a colheita, serve como proteção para o próximo plantio. As sementes são lançada junto da palha, que protege os solos contra a erosão das chuvas, reduzindo a necessidade de aplicação de insumos e mantendo a estabilidade química e biológica do solo.
Para Frank Dijksta, que é um dos principais nomes na difusão da técnica, a situação seria muito diferente caso o PD não tivesse sido adotado. “Teríamos uma área bem menor para agricultura, porque o Plantio Direto viabilizou trabalhar em áreas maiores, e permitiu o controle de erosão com a palha, além de viabilizar o plantio de mais culturas também”, afirma Dijkstra.

sábado, 28 de julho de 2012

Selo de sustentabilidade da Escola Politécnica da USP para calçados

http://www.salariominimo.net/2012/07/27/selo-de-sustentabilidade-criado-na-poli-favorece-exportacao-de-calcados/

Selo de sustentabilidade criado na poli favorece exportação de calçados




Da Assessoria de Imprensa do Laboratório de Sustentabilidade (LASSU)


O setor calçadista brasileiro acaba de conquistar uma nova ferramenta para fortalecer a competitividade nos mercados internacionais e, assim, ampliar suas exportações: o Selo de Sustentabilidade, criado pelo Laboratório de Sustentabilidade (LASSU) da Escola Politécnica (Poli) da USP, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e o Instituto By Brasil.
O mercado internacional está cada vez mais competitivo, mas ainda há muitas maneiras de diferenciar os produtos e os fabricantes. A sustentabilidade tem se mostrado atualmente como uma das mais poderosas ferramentas para este fim, explica a professora Tereza Cristina Carvalho, da Escola Politécnica (Poli) da USP e diretora do LASSU, ao anunciar a criação do Selo de Sustentabilidade durante o quarto Seminário Internacional de Design realizado nesta quarta-feira (25), em São Paulo. A professora também foi responsável pela criação do Selo Verde aplicado em equipamentos de informática e telecomunicações da USP.
Segundo Tereza Cristina, o Selo de Sustentabilidade para o setor calçadista foi concebido para valorizar as marcas brasileiras no mercado internacional, mas também para promover o engajamento das empresas detentoras destas marcas com a sustentabilidade, um importante diferencial competitivo, declarou. A certificação para obter o selo considera processos fabris e não linhas de produção, dando maior abrangência ao trabalho de cada empresa, disse a diretora do LASSU.
De acordo com a professora Tereza Cristina, devido à diferenciação do Selo de Sustentabilidade em cinco categorias, serão admitidas tanto as empresas que estão começando agora a se engajar neste processo, quanto as que estiverem mais avançadas na adoção de iniciativas sustentáveis, completou.

Pilares da sustentabilidade

Essas iniciativas abrangem os quatro pilares da sustentabilidade. No pilar econômico, pode ser citado uso racional de matérias-primas e aspectos ligados à produtividade. No ambiental, a não utilização de substâncias tóxicas, como o cromo, no amaciamento do couro. No lado social, são os programas de saúde preventiva, segurança no trabalho, concessão de benefícios trabalhistas adicionais aos previstos por lei, como bolsas de estudo e incentivos à educação, além do não uso de mão de obra infantil. O aspecto cultural envolve a interação positiva com a comunidade a fim de desenvolver ações para preservar a cultura local.
Com base no desempenho e no tamanho das empresas, o Selo de Sustentabilidade terá as seguintes classificações: Branco, para empresas que simplesmente aderirem ao programa de sustentabilidade; Bronze; Prata; Ouro; e Diamante. A classificação levará em conta os indicadores econômico, ambiental, social e cultural, e as empresas passarão a cada dois anos por novas avaliações para validação da certificação obtida para o Selo de Sustentabilidade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a SGS são entidades certificadoras que participam da iniciativa do Selo de Sustentabilidade para a indústria calçadista. Poderão participar desta iniciativa empresas associadas à Assintecal e Abicalçados.
Ilse Guimarães, superintendente geral da Assintecal, argumenta que o Selo de Sustentabilidade agrega valor às marcas e aos produtos do setor calçadista brasileiro. A sustentabilidade tem de deixar de ser compreendida como custo e passar a ser vista como oportunidade para agregar valor ao negócio, defende Ilse. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é contemplado pelo selo.

MIT L-Lab

Em setembro de 2011, a Assintecal submeteu um projeto junto ao Programa de Liderança em Sustentabilidade (MIT L-Lab) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) sobre os desafios de implantação e adoção do selo verde. O projeto foi aprovado em outubro. Em janeiro deste ano, um grupo de alunos do MIT L-Lab desembarcou no Brasil para estudar o mercado calçadista brasileiro, sob a orientação da professora Tereza Cristina.
Eles visitaram cerca de 12 empresas calçadistas, em cidades como São Paulo, Cerquilho, Sorocaba, no estado de São Paulo, e também em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. São empresas que produzem insumos, solventes, botões, fivelas até os montadores do produto final. A criação do selo verde é um dos resultados desta iniciativa (veja mais detalhes neste link).
Mais informações: (11) 3230-9716 email edson.perin@netpress.com.br

Fonte: USP

Parquinho tem brinquedo enferrujado e droga no chão


27/07/2012-04h00

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1126696-parquinho-tem-brinquedo-enferrujado-e-droga-no-chao.shtml



FELIPE VANINI BRUNING
FERNANDA KALENA
RENATO CASTRONEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Parquinhos infantis de praças e parques paulistanos têm balanço com correntes quebradas, brinquedos enferrujados e gangorra com assentos soltos ou farpas de madeira expostas, além de cacos de vidro, fezes e até cápsulas de cocaína e cachimbos de crack espalhados pelo chão.
A Folha foi ontem a 29 parquinhos nas cinco regiões da cidade -ao menos 15 deles tinham algum problema, como brinquedos quebrados ou em mau estado e sujeira.
As capsúlas de cocaína e os cachimbos de crack estavam na na praça Cohab Adventista, no Capão Redondo (zona sul), bem perto de onde as crianças brincam.

Brinquedos em parques

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Danilo Verpa/Folhapress


Crianças brincam no parque Buenos Aires, em Higienópolis (centro de São Paulo)

"Só trago minha filha aqui porque não há outra opção de lazer", diz Rosângela Silva Soares, 35, vizinha da praça. "Se, em um hotel caro há acidentes, imagine aqui, em uma pracinha da periferia."
Foi uma alusão à morte de uma menina em um hotel de luxo de Águas de São Pedro (a 184 km de São Paulo). Inês Schaller, 4, foi atingida no peito pela viga de um balanço enquanto brincava.

PRAÇAS
As praças concentram os equipamentos em pior situação. Em 11 delas, há brinquedos quebrados no parquinho, sem nenhuma interdição.
Na praça Rotary (Consolação, região central), o assento de madeira da gangorra está rachado, com farpas expostas. Na praça dos Libaneses (Itaim, zona oeste), o banco está solto, o que pode levar uma criança a cair.
Quando a Folha esteve na praça Ocapeguá (zona leste), havia pedaços de balanço e da gangorra no chão -o aspecto era de abandono.
"Trago minha filha aqui porque moro perto, mas as opções de brinquedos são poucas e estão em péssimo estado", disse Shirley Azevedo, 32, enquanto a filha brincava no balanço da praça 14 Bis, na Bela Vista (centro), outra que a reportagem visitou.
A fiscalização das praças cabe às subprefeituras e a dos parques, à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, ambos órgãos municipais.

PARQUES
Nos parques, a situação é melhor: brinquedos que não funcionam estão com sinalização de interditado, como o Ibirapuera e o da Juventude (este estadual). Os brinquedos, na maioria dos casos, não apresentam problemas.
A pior situação está no parque Linear do Fogo, onde balanços e gangorra estavam quebrados e os brinquedos estão enferrujados e com lascas. A prefeitura disse que fará manutenção no parquinho em breve.
Editoria de Arte/Folhapress
OUTRO LADO
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que faz manutenção frequente nos playgrounds dos 83 parques sob sua responsabilidade.
"Quando a garantia do fabricante termina, a equipe de manutenção efetua os reparos necessários", diz a pasta.
Cabe à administração dos parques pedir a manutenção quando necessário, ainda segundo a secretaria.
Listado pela Folha como um dos locais com parquinhos em mau estado de conservação, o parque Linear do Fogo está na agenda de manutenção da secretaria.
Ainda conforme a pasta, os parques Ibirapuera e do Carmo receberam novos brinquedos recentemente. O mesmo ocorrerá com outros 11 parques; a implantação será neste semestre, diz a secretaria.
Encarregada das praças paulistanas, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou varrer e cuidar rotineiramente das praças. Entre os serviços estão poda de árvores, capinação e limpeza, além de manutenção dos brinquedos.
Todos os locais em que a Folha constatou problemas sofrerão vistoria e as possíveis falhas serão corrigidas, disse a pasta. "A Prefeitura conta com o apoio da população para manter os equipamentos em bom estado." Reclamações podem ser feitas via 156, site (sac.prefeitura.gov.br) ou às subprefeituras.

Saquinhos gratuitos para pets são aprovados


bairro a bairro

26/07/2012 21:47

http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/28805/Saquinhos+gratuitos+para+pets+sao+aprovados

Os moradores da Vila Nova Conceição se reúnem para instalar porta-saco em praça e veem resultado

Renata Asp




Os saquinhos oferecidos na Praça Pereira Coutinho são oxibiodegradáveis














Daniela Souza/ Diário SP

Os saquinhos oferecidos na Praça Pereira Coutinho são oxibiodegradáveis


Parques e praças de São Paulo já oferecem gratuitamente saquinhos ecológicos para auxiliar no recolhimento das fezes de animais de estimação. É o caso da Praça Pereira Coutinho, da Vila Nova Conceição, na Zona Sul. Lá, existem três porta-sacos, que ajudam frequentadores e moradores da região a passearem com seus cães e gatos de maneira consciente.
Assim como em outras praças da cidade, os problemas de sujeira, mau cheiro e desconforto foram solucionados a partir da iniciativa dos moradores.

A Associação de Amigos da Praça Pereira Coutinho se mobilizou e encontrou resultado nos saquinhos oxibiodegradáveis. Eles se dissolvem em aproximadamente 18 meses após o descarte.

“A ideia só deu certo por causa da ajuda dos moradores. São cerca de 30 que contribuem mensalmente com a associação. Apesar de serem poucos, tem dado muito certo”, conta um dos diretores da entidade, Nelson Simbara.

Segundo Luiza Etsuco Omi, que é dona da Banca Vila Nova Conceição, instalada na praça há 25 anos, as campanhas que incentivam a população a recolher as fezes dos animais em lugares públicos devem aumentar. “Toda sujeira que fazemos é de nossa responsabilidade. Cada um deve recolher a sua e a do seu animal. Não é difícil, mas parece que não entendem”, enfatiza.
Os saquinhos gratuitos e oxibiodegradáveis também estão disponíveis nos parques Ibirapuera, Boaçava e Colinas de São Francisco e na Praça Canumá. Na Praça Pereira Coutinho, eles são reabastecidos até três vezes ao dia. “Pena não ter em mais praças da região”, diz a moradora Anielle Sanjar.
Porta-saco/ O mecanismo, que ganhou o nome de Acacabou, vem sendo instalado em áreas públicas da capital desde abril de 2010, segundo a empresa Wesco Equipamentos de Higiene, que o comercializa. Ele pode ser adquirido pelo valor de R$ 170 com 500 saquinhos. Os refis com mil unidades custam R$ 95.

O que pode levar a uma cidade sustentável?

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-que-pode-levar-a--uma-cidade-sustentavel-,906363,0.htm

27 de julho de 2012 | 3h 09


Washington Novaes

Pois não é que, enquanto o eleitor se pergunta, aflito, em quem votar para resolver os dramáticos problemas das nossas insustentáveis grandes cidades, um pequeno país de 450 mil habitantes - a África Equatorial - anuncia (Estado, 10/6) que até 2025 terá construído uma nova capital "inteiramente sustentável" de 40 mil casas para 140 mil habitantes, toda ela só com "energias renováveis", principalmente a fotovoltaica? Mas como afastar as dúvidas do eleitor brasileiro que pergunta por que se vai eliminar uma "florestal equatorial" - tão útil nestes tempos de problemas climáticos - e substituí-la por áreas urbanas?

Bem ou mal, o tema das "cidades sustentáveis" entra na nossa pauta. Com Pernambuco, por exemplo, planejando todo um bairro exemplar em matéria de água, esgotos, lixo, energia, telecomunicações, em torno do estádio onde haverá jogos da Copa de 2014, inspirado em Yokohama (Valor, 24/6), conhecida como "a primeira cidade inteligente do Japão". E até já se noticia (12/7) que o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de "construções sustentáveis" no mundo, depois de Estados Unidos, China e Emirados Árabes - já temos 52 certificadas e 474 "em busca do selo", por gastarem 30% menos de energia, 50% menos de água (com reutilização), reduzirem e reciclarem resíduos, além de só utilizarem madeira certificada e empregarem aquecedores solares.
"As cidades também morrem", afirma o professor da USP João Sette Whitaker Ferreira (Eco 21, junho de 2012), ressaltando que, enquanto há 50 anos se alardeava que "São Paulo não pode parar", hoje se afirma que a cidade "não pode morrer" - mas tudo se faz para a "morte anunciada", ao mesmo tempo que o modelo se reproduz pelo País todo. Abrem-se na capital paulista mais pistas para 800 novos automóveis por dia, quem depende de coletivos gasta quatro horas diárias nos deslocamentos, os bairros desfiguram-se, shoppings e condomínios fechados avançam nos poucos espaços ainda disponíveis, 4 milhões de pessoas moram em favelas na região metropolitana.
Não é um problema só brasileiro. Em 1800, 3% da população mundial vivia em cidades, hoje estamos perto de 500 cidades com mais de 1 milhão de pessoas cada uma, quase 1 bilhão vive em favelas. Aqui, com perto de 85% da população em áreas urbanas, 50,5 milhões, segundo o IBGE, vivem em moradias sem árvores no entorno (26/5), seis em dez residências estão em quarteirões sem bueiros, esgotos correm na porta das casas de 18,6 milhões de pessoas. Quase metade do solo da cidade de São Paulo está impermeabilizada, as variações de temperatura entre uma região e outra da cidade podem ser superiores a 10 graus (26/3).
Estamos muito atrasados. Na Europa, 186 cidades proibiram o trânsito ou criaram áreas de restrição a veículos com alto teor de emissão (26/2), com destaque para a Alemanha. Ali, em um ano o nível de poluição do ar baixou 12%. Londres, Estocolmo, Roma, Amsterdam seguem no mesmo rumo, criando limite de 50 microgramas de material particulado por metro cúbico de ar, obedecendo à proposta da Organização Mundial de Saúde. No Brasil o limite é três vezes maior.
E há novos problemas claros ou no horizonte, contra os quais já tomaram posição cidades como Pyongyang, que não permite a ocupação de espaços públicos urbanos por cartazes, grafites, propaganda na fachada de lojas, anúncios em néon (New Scientist, 19/5). É uma nova e imensa ameaça nos grandes centros urbanos, atopetados por informações gráficas e digitais projetadas. Quem as deterá? Com que armas, se as maiores fabricantes de equipamentos digitais lançam a cada dia novos geradores de "realidade ampliada", a partir de fotos, vídeos e teatralizações projetados? O próprio interior das casas começa a ser tomado por telas gigantescas.
Um bom ponto de partida para discussões sobre as áreas urbanas e seus problemas pode ser o recém-editado livro Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes" (Brookman, 2012), em que o professor Carlos Leite (USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie) e a professora Juliana Marques Awad argumentam que "a cidade sustentável é possível", pode ser reinventada. Mas seria "ingênuo pensar que as inovações tecnológicas do século 21 propiciarão maior inclusão social e cidades mais democráticas, por si sós". A s cidades - que se tornaram "a maior pauta do planeta" - "terão de se reinventar", quando nada porque já respondem por dois terços do consumo de energia e 75% da geração de resíduos e contribuem decisivamente para o processo de esgotamento de recursos hídricos, com um consumo médio insustentável de 200 litros diários por habitante. "Cidades sustentáveis são cidades compactas", dizem os autores, que estudam vários casos, entre eles os de Montreal, Barcelona e São Francisco. E propõem vários caminhos, com intervenções que conduzam à regulação das cidades e à reestruturação produtiva, capazes de levar à sustentabilidade urbana.
Mas cabe repetir o que têm dito vários pensadores: é preciso mudar o olhar; nossas políticas urbanas se tornaram muito "grandes", distantes dos problemas do cotidiano do cidadão comum; ao mesmo tempo, muito circunscritas, são incapazes de formular macropolíticas coordenadas que enfrentem os megaproblemas. No caso paulistano, por exemplo, é preciso ter uma política ampla e coordenadora das questões que abranjam toda a região metropolitana; mas é preciso descentralizar a execução e colocá-la sob a guarda das comunidades regionais/locais. Não custa lembrar que há alguns anos um grupo de professores da Universidade de São Paulo preparou um plano para a capital paulista que previa a formação de conselhos regionais e subprefeituras, com a participação e decisão de conselhos da comunidade até sobre o orçamento; mas as discussões na Câmara Municipal levaram a esquecer o macroplano e ficar só com a criação de novos cargos.
Por aí não se vai a lugar nenhum - a não ser a problemas mais dramáticos.

* JORNALISTA
E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Centro do mundo, Londres promete Jogos sustentáveis e legado


27/07/2012 - 04h05



RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Londres 2012

A Olimpíada volta nesta sexta-feira ao velho mundo. E pelo menos pelas próximas duas semanas, a Inglaterra passa a ser de novo o centro do mundo. Um mundo novo, com novas ideias e, principalmente, novos tipos de preocupação. Começa em Londres, às 17h, a cerimônia de abertura da 30ª edição dos Jogos.
Sua sede, pela terceira vez, é a capital inglesa. Sua meta, inédita, é ser mais sustentável, mais integrada à cidade, menor, menos cara. Enfim, politicamente correta.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) tenta descobrir como lidar com o expansionismo dos Jogos. "É a pergunta que está na nossa cabeça", contou o diretor-geral da Olimpíada, Gilbert Felli.
Não é tarefa fácil. A estimativa de gasto em Londres é de cerca de R$ 32 bilhões, o quádruplo do valor inicial. Há o custo à população: tráfego pesado, metrôs superlotados e moradores de bairros pobres despejados. Tudo isso na cidade que mais recebe turistas no mundo. Há reclamações e ironias dos ingleses, típicos no país.
Mas também há os benefícios à população: a revitalização de parte da degradada área leste, uma nova linha de trem e a construção de casas. Tudo entregue antecipadamente. Razão para o inglês se orgulhar da sua pontualidade, também típica do país.
O Estádio Olímpico ficou pronto um ano antes. E é ícone da meta sustentável, com assentos projetados para desmonte para reduzir gastos. Parte das instalações deve ser repassada futuramente ao Rio de Janeiro, sede da Olimpíada seguinte, em 2016. Nova fronteira olímpica, o Brasil promete seguir Londres. Não quer a opulência de Pequim, o expansionismo de Sydney ou os fortes interesses comerciais de Atlanta.
Nenhum dos quatro últimos palcos olímpicos repetiu o legado de Barcelona-1992. É o que Londres promete.
RUMOS
Se há novos rumos na organização olímpica, ainda é cedo para saber se isso ocorrerá nas disputas esportivas. Sim, para além da política, serão os atletas o centro das atenções a partir de sábado.
Como em Pequim, o corredor Usain Bolt e o nadador Michael Phelps são os astros. Mas não são mais imbatíveis. O jamaicano pode se tornar o único a vencer os 100 m em dois Jogos. Mas perdeu as últimas corridas para o compatriota Yohan Blake.
O norte-americano pode se tornar o maior medalhista das Olimpíadas. Mas não vêm de resultados tão bons e também tem como rival um atleta do seu país: Ryan Lochte. Entre as equipes, a geografia do poder não muda: a disputa é entre China e EUA.
Quem aparece nos holofotes, de forma tímida, é o Brasil. A obrigação de organizar a Olimpíada se soma ao dever de resultados melhores. A meta é de 15 pódios. Mas o projeto de superar as 41 finais de Pequim sinaliza para uma ambição maior no Rio. Aí, de novo, a política e o esporte se misturam no sonho de potência do Brasil.
Por coincidência, é com o Reino Unido que o país disputa a posição de sexta economia do mundo atual.
Mas, nesta sexta-feira, Londres, capital da revolução industrial, prefere exibir 70 ovelhas na cerimônia de abertura para mostrar seu lado rural. Como manda o politicamente correto, promete-se que os bichos não sofrerão maus-tratos.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Fumantes poderão ser multados por jogar bitucas na rua



Segundo projeto de lei, a multa pode variar entre R$ 100 e R$ 500, cobrada em dobro em casos de reincidência


Por Welington Vital de Oliveira 
A A A
Cigarro
SÃO PAULO – Os fumantes poderão ser multados por jogar filtros de cigarros em vias públicas, se aprovado projeto de lei 3259/12, do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que tramita na Câmara.
O projeto determina que as empresas distribuidoras e vendedoras desses produtos forneçam meios de coletas dos filtros.
Segundo a Agência Câmara, os fumantes que desrespeitarem poderão pagar multa variável entre R$ 100 e R$ 500 por filtro, cobrada em dobro em casos de reincidência. A fiscalização ficará sob responsabilidade dos agentes federais, estaduais e municipais vinculados ao sistema nacional de trânsito.
Sustentabilidade

Segundo o projeto, a parte reaproveitável dos filtros recolhidos deverá ser reciclada, e os subprodutos restantes destinados a aterros sanitários. De acordo com autor, em todo o mundo, 4,5 trilhões de filtros de cigarro são descartados no meio ambiente por ano.

A proposta ainda obriga as empresas do setor a expor cartazes de advertência sobre a nova regra nos locais de venda de produtos fumígeros. O descumprimento dessa determinação poderá implicar multa de R$ 300 a R$ 3 mil, aplicada em dobro nos casos de reincidência.
Segundo  Sampaio, estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que duas bitucas de cigarro promovem o mesmo nível de contaminação da água que 1 litro de esgoto doméstico. “As pontas de cigarros acesas também são uma das principais causas de queimadas que destroem milhares de hectares de vegetação nativa”, acrescenta.
Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Células solares transparentes viabilizam janelas que geram energia


SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Células solares transparentes viabilizam janelas que geram energia. 23/07/2012. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=celulas-solares-transparentes. Capturado em 24/07/2012. 

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/07/2012

Novos condutores elétricos transparentes permitiram a substituição quase total dos compostos ITO, mantendo a elevada transparência da célula solar. [Imagem: ACS Nano]




Janelas inteligentes
Uma nova célula solar transparente poderá permitir que as janelas dos edifícios e casas gerem energia, como vem sendo proposto há algum tempo, mas sem perderem a característica essencial de permitir que as pessoas vejam do lado de fora.
Trata-se de uma célula solar polimérica - de plástico - que produz eletricidade absorvendo a luz infravermelha, e não a luz visível.
Isso permite que célula solar de plástico alcance uma transparência de quase 70%.
"Isso abre a possibilidade de usar as células solares de polímeros transparentes como componentes que poderão ser adicionados a equipamentos eletrônicos portáteis, janelas inteligentes, painéis fotovoltaicos incorporados em edifícios e várias outras aplicações," disse o Dr. Yang Yang, coordenador da pesquisa.
O Dr. Yang é um dos pioneiros nesse campo, tendo criado algumas das primeiras células solares de plástico feitas de "materiais comuns", passíveis de fabricação em larga escala.

Células solares poliméricas
Têm sido feitas várias tentativas no sentido de dar transparência às células solares PSC ("Polymer Solar Cells").
Essas demonstrações, contudo, têm resultado em baixa transparência ou em perda de eficiência da célula solar porque os materiais fotovoltaicos poliméricos e os materiais condutores dos eletrodos - usados para transferir a eletricidade para fora da célula - não podem ser alocados de forma otimizada.
A equipe do professor Yang encontrou literalmente uma solução, uma forma de misturar os componentes fotovoltaicos em forma líquida, aplicando-os sobre o plástico por um sistema de impressão de alta qualidade.
Usando apenas elementos fotoativos sensíveis à luz infravermelha, preservou-se quase totalmente a transparência do plástico que serve de base para a célula solar.

Fios transparentes
Outro avanço foi a construção de elementos condutores transparentes compostos de uma mistura de nanofios de prata e nanopartículas de dióxido de titânio, em substituição aos eletrodos metálicos usados até agora, que não são transparentes.
Com essa combinação, obteve-se uma eficiência na conversão da radiação solar em eletricidade de 4% - muito bom para o segmento das células solares orgânicas.
Esses fios condutores transparentes são muito mais baratos do que, por exemplo, os compostos ITO, usados em telas sensíveis ao toque - que puderam ser substituídos quase totalmente. Isso vai na direção proposta pelo pesquisador de trabalhar com materiais menos exóticos.
Mas se ele conseguir encontrar um substituto para a prata poderá tornar suas células solares de plástico, além de transparentes e eficientes, também mais baratas.

Bibliografia:


Visibly Transparent Polymer Solar Cells Produced by Solution Processing

Chun-Chao Chen, Letian Dou, Rui Zhu, Choong-Heui Chung, Tze-Bin Song, Yue Bing Zheng, Steve Hawks, Gang Li, Paul S. Weiss, Yang Yang
ACS Nano
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/nn3029327

Queimar dinheiro...até aprender!


24/07/2012 - 20h34

Procuradoria pede indenização de R$ 25 milhões por queima de cana


DE RIBEIRÃO PRETO

O Ministério Público Federal moveu uma ação civil pública pedindo que usinas sucroalcooleiras e grandes produtores de cana da região de Piracicaba (160 km de SP) sejam condenados a pagar ao menos R$ 25 milhões em indenizações por danos provocados pela queima de canaviais.
Segundo nota divulgada no site da Procuradoria, são réus no processo as usinas Costa Pinto e Santa Helena (ambas do grupo Cosan), São José, São Martinho, entre outras.
Ao todo, as empresas e produtores de cana citados na ação foram responsáveis pela média de 43,73% da queima autorizada em Piracicaba do ano 2007 ao 2011, conforme dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) incluídos no processo.
Para o Ministério Público Federal, os réus têm de ser responsabilizados por terem provocado poluição, mesmo a queima da palha tendo sido autorizada.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), que representa o setor, informou que ainda não foi notificada oficialmente pela Procuradoria ou pela Justiça sobre o assunto.

20/07/2012 - 19h30

43 cidades paulistas têm queima de cana vetada pela Justiça



Quarenta e três cidades paulistas estão proibidas por decisões da Justiça de realizar queimada da palha de cana-de-açúcar. É o que diz o site da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
A última proibição, divulgada nesta semana, inclui um grupo de 20 municípios da região de Piracicaba (147 km de SP). Há também decisões contra a queima em Araraquara, Araras e Americana.
O número total de cidades com veto da Justiça é flutuante, já que os processos das ações civis estão em andamento e recursos podem reverter as decisões.
A região de Marília, por exemplo, chegou a ter proibições, mas a sistemática para conceder autorizações para as queimadas foi reestabelecida recentemente, também segundo a Cetesb.
Além das sentenças, em todo o Estado a Secretaria do Meio Ambiente suspendeu as queimas entre 6h e 20h, sendo permitida a prática somente no período noturno.
Em municípios onde for registrado que a umidade relativa do ar estiver abaixo de 20%, a queima está proibida pela secretaria também à noite. A regra vale até 30 de novembro.

Brasil ocupa oitavo lugar em políticas de incentivo a energia renovável


http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/5227


Postado em 23/07/2012 às 11h44

Foram relacionados 12 tipos de contribuições concedidas, divididas em três categorias: políticas regulatórias; incentivos fiscais; e financiamento público. l Foto: Secov/Gov/Ba

Um estudo feito pela KPMG International colocou o Brasil em oitavo lugar entre os 23 países do mundo que mais adotam políticas de incentivos à geração de energia renovável. O relatório apontou que o país possui quatro delas, uma a mais do que a última pesquisada feita pela KPMG sobre o assunto.
Foram relacionados 12 tipos de contribuições concedidas, divididas em três categorias: políticas regulatórias; incentivos fiscais; e financiamento público. O estudo aborda ainda as tendências globais em energias renováveis e a produção de energia aplicada nos cinco principais países.
O relatório traz a lista dos países que mais oferecem incentivos para investimentos em energia renovável e detalhes sobre os incentivos implantados por eles. Entre as políticas apresentadas estão: feed-in-tariff (mecanismo de estímulo à produção de energia renovável); cota obrigatória de concessionária de energia elétrica; medição da rede; medição líquida (créditos gerados pelo balanço de consumo entre fontes próprias de energia renovável do consumidor e as fontes tradicionais utilizadas); obrigatoriedade de uso do biodiesel (biodiesel obligation); obrigatoriedade do uso de biomassa para geração de calor (heat obligation); certificados comercializáveis de energia renovável (tradable REC); subsídio de capital e descontos; investimento e créditos fiscais de produção; redução de impostos, taxas ou IVA sobre a comercialização de energia; pagamento de energia ou geração de créditos fiscais; investimentos públicos, empréstimos e financiamentos; e licitações públicas.
Comparado com os 83 países de 2009, atualmente pelo menos 96 países já têm algum tipo de meta ou política de promoção da geração de energia renovável. Mais da metade desses países é de economia emergente. O relatório apontou que, no primeiro semestre de 2012, a incerteza econômica e as políticas de alguns governos levaram à redução de incentivos para geração de energia limpa em vários países, especialmente na União Europeia. No entanto, a regulamentação que visa à redução das emissões de carbono e à segurança energética permaneceu, e os governos continuam a oferecer uma grande variedade de incentivos fiscais de apoio ao investimento em energia renovável.
O relatório afirma que, no Brasil, os novos investimentos tiveram queda de 5%, chegando a US$ 7 bilhões em 2010. Esse desempenho pode ser explicado por um forte foco na consolidação do setor de biocombustíveis, onde houve grande movimentação de fusões e aquisições.
“O país tem uma particularidade que é o regime fiscal especial destinado a produtores e importadores de biodiesel: o PIS (Programa de Integração Social) e o Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Ambos oferecem reduções significativas para apoiar o desenvolvimento deste setor. Isso explica o interesse dos investidores por este segmento”, afirma Roberto Haddad, sócio da KPMG e líder global de tributos para Energia.
Os investidores no país contam ainda com o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que oferece uma variedade de programas de financiamento para estimular a produção de energia renovável. Em 2002, o governo brasileiro também criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica) para apoiar a produção elétrica a partir de biomassa, geração eólica e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), além de promover a diversidade da Matriz Energética Brasileira.
O estudo “Tributos e incentivos para geração de energia renovável 2012” (do original em inglês, Taxes and incentives for renewable energy 2012) pode ser acessado aqui.

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quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Grande Extinção e o aquecimento



São Paulo, domingo, 22 de julho de 2012Ciência + Saúde

Marcelo Gleiser

Obviamente não estamos no período Permiano, mas a lição do passado sobre a mudança ambiental é clara

A extinção em massa mais famosa da história do nosso planeta é, sem dúvida, a que acabou com os dinossauros e cerca de 50% da vida na Terra, em torno de 65 milhões de anos atrás. O principal culpado, ao que tudo indica, foi um asteroide de 10 km de diâmetro que caiu na península de Yucatán, no México.
Mas essa catástrofe mal se compara à Grande Extinção, que ocorreu cerca de 252 milhões de anos atrás, no final do Permiano.
Cientistas estimam que cerca de 95% de todas as espécies marinhas, e uma fração desconhecida -mas provavelmente comparável- das espécies terrestres encontraram o seu fim em alguns milhões de anos, o que não passa de um piscar de olhos em termos geológicos.
Embora outro impacto de um objeto vindo do espaço tenha sido proposto como causa, pesquisa recente sugere que a mortandade se deveu à falta de oxigênio na água, acoplada a um excesso de gás carbônico, que aumentou a acidez e a temperatura do oceano. (Só havia um oceano na época.) Uma amplificação não linear desses efeitos aumentou os danos; esponjas e corais foram devastados.
Em um artigo recente para a revista científica "Annual Reviews of Earth and Planetary Sciences", Jonathan Payne, da Universidade Stanford, e Matthew Clapham, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, propõem que a catástrofe coincidiu com uma das maiores erupções vulcânicas da história e consequente dilúvio de basalto, que formou grande parte da Sibéria. Essa erupção lançou quantidades enormes de gases na atmosfera, comprometendo a química oceânica e causando uma mudança climática global incluindo, possivelmente, a destruição da camada de ozônio, o que explicaria a extinção das espécies terrestres. No estudo das mudanças climáticas do passado ou na que ocorre atualmente, a ligação entre a dinâmica dos oceanos e a da atmosfera é essencial.
Essa extinção serve de laboratório para o que anda ocorrendo hoje, quando quantidades muito elevadas de gás carbônico vêm sendo lançadas na atmosfera, causando a rápida acidificação e aquecimento dos oceanos. Em 1996, Andrew Knoll, um geólogo da Universidade de Harvard, sugeriu que o aumento da concentração de CO2 na atmosfera teve consequências severas para a vida marinha no período Permiano. "Hoje, nós humanos somos tão ou mais eficazes do que os vulcões permianos no ato de despejar gás carbônico na atmosfera", disse Knoll à repórter Alanna Mitchell, do "New York Times".
Obviamente, não estamos no período Permiano, quando a Terra era muito diferente do que é hoje. Por exemplo, existia apenas um continente, Pangeia, e a química oceânica era bem diferente. Porém, a lição é bastante clara, para aqueles que se dispõem a escutá-la: o aumento da concentração de CO2 na atmosfera causa a acidificação dos oceanos, tendo severas consequências para a vida marinha.
A grande diferença é que, agora, somos nós os culpados principais dessa transformação global. E somos nós, também, os únicos que têm a possibilidade de fazer algo para atenuar as mudanças que já ocorrem no nosso planeta. Ignorar as lições da história nos leva a repetir os erros do passado.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook: goo.gl/93dHI

Comida só para astronautas?


17/07/2012 - 12h22

Nasa começa a preparar cardápio de viagem a Marte



Em meio a um labirinto de corredores de um prédio construído na década de 1950 e que abrigou pesquisas do início da exploração espacial americana, um grupo de cientistas vestidos de jaleco branco cozinha, mistura, mede e, mais importante, experimenta o resultado dessa culinária.
A missão deles: elaborar um cardápio para uma possível viagem a Marte, planejada para os idos de 2030.
O menu deve alimentar entre seis e oito astronautas, mantendo o grupo saudável e feliz, além de também oferecer uma ampla variedade de alimentos. Uma tarefa que não é simples, considerando que a missão levará seis meses só para chegar ao planeta vermelho.
Michael Stravato/Associated Press
A cienitsta Maya Cooper mostra uma pizza vegetariana deselvolvida pela equipe, uma das opções de alimentação proposta à Nasa para os astronautas viajando a Marte
A cienitsta Maya Cooper mostra uma pizza vegetariana deselvolvida pela equipe, uma das opções de alimentação proposta à Nasa para os astronautas viajando a Marte
Depois, os astronautas ainda devem ficar mais 18 meses por lá, antes de, finalmente, encararem os seis meses da viagem de retorno à Terra.
O tamanho do desafio? É só imaginar uma família tendo que fazer todas as suas compras de alimentação de uma vez só, tendo o suficiente para preparar todas as suas refeições para um período de três anos.
"Marte é diferente disso apenas porque está muito longe", disse Maya Cooper, pesquisadora sênior do Lockheed Martin que está conduzindo os esforços para criar o cardápio.
"Nós não temos a opção de enviar um veículo com mais comida a cada seis meses, como nós fazemos na Estação Espacial internacional), diz ela.
Os astronautas que viajam à ISS tem uma grande variedade de alimentos disponíveis. São mais de cem opções diferentes. Quase tudo é pré-cozido e liofilizado (uma técnica especial de desidratação), tendo uma vida útil de pelo menos dois anos. E, apesar da tripulação poder experimentar e aprovar a comida ainda na Terra, a microgravidade faz com que a percepção de cheiro e sabor fique prejudicada. ou seja, a comida é sem graça.
Em Marte, no entanto, há um pouco de gravidade, permitindo à Nasa considerar mudanças significativas no atual cardápio espacial. E é aí que a equipe de Cooper entra,
Viajar a Marte abre a possibilidade de que os astronautas consigam fazer coisas como cortar vegetais e até cozinhar um pouco por conta própria. Muito embora os níveis de pressão sejam diferentes dos da Terra, os cientistas acreditam que será possível até ferver a água em uma panela de pressão.
Uma das opções que Cooper e seus companheiros estão considerando é que os astronautas cuidem de uma "estufa marciana". Eles teriam uma variedade de frutas e vegetais --desde cenouras a pimentões-- em uma solução hidropônica, significando que as plantas seriam cultivadas em uma solução nutritiva de água, e não em vasinhos com terra.
A tripulação iria cuidar desse jardim e então usar esses ingredientes, combinados a outros --como castanhas e temperos levados da Terra-- para fazer suas próprias refeições.
"Esse cardápio é positivo porque permite que os astronautas realmente tenham plantas vivas e cultivadas, o que permite uma entrega de nutrientes otimizada com frutas frescas e vegetais. E isso permite que eles tenham liberdade de escolha sobre o que eles cozinharão para se alimentar, porque a comida não está pré-cozida em uma receita específica", disse Cooper.
A maior prioridade é garantir que os astronautas consigam a quantidade correta de nutrientes, calorias minerais para manter a a saúde física e sua capacidade de performance na missão, avalia a cientista.
O cardápio também deve garantir a saúde psicológica do grupo, considerando que estudos demonstraram que o consumo de certos alimentos --como bolo de carne com purê de batatas ou peru no dia de Ação de Graças-- melhora o humor das pessoas e lhes dá satisfação.
Essa "conexão com o lar" será crucial para os astronautas na missão para Marte, e já existem dois estudos acadêmicos em andamento querendo analisar mais fundo a conexão entre humor e a comida. Além disso, diz Cooper, a deficiência de certas vitaminas e minerais também pode prejudicar o cérebro.
O time da cientista já desenvolveu cerca de cem receitas, todas vegetarianas, uma vez que os astronautas não terão leite ou carne à disposição. Não é possível preservar esse produtos por tempo suficiente para a viagem à Marte. "E levar uma vaca na nave não é uma opção", brinca a cientista.
Michael Stravato/Associated Press
A comida desidratata que atualmente é usada para as missões de seis messes na Estação Espacial Internacional
A comida desidratata que atualmente é usada para as missões de seis messes na Estação Espacial Internacional
Para garantir que a dieta vegetariana contenha a quantidade certa de proteínas, os pesquisadores estão elaborando uma variedade de pratos que incluem tofu e castanhas, incluindo uma pizza tailandesa, que não tem queijo, mas é coberta com cenouras, pimentões vermelhos, cogumelos, cebolinha, amendoim e um molho caseiro que tem um toque apimentado.
Para manter o cardápio funcionando, e tirar o maior proveito de qualquer pesquisa sobre a sustentabilidade da alimentação em Marte, é possível que a Nasa escolha apenas um astronauta para se dedicar à preparação dos alimentos.
O tempo que as pessoas no planejamento da missão vão querer que seja gasto na preparação dos alimentos, porém, permanece incerto. E, por isso, Cooper está preparando um cardápio alternativo, com refeições pré-embaladas, como já é feito para as missões de seis meses na ISS, mas com uma vida útil de cinco anos.
A ideia é combinar ambas as opções.
Um dos maiores obstáculos no momento são os possíveis cortes orçamentários. O presidente Barack Obama cortou, no orçamento proposto em fevereiro, uma missão robótica a Marte conjunta entre os EUA e a Europa. O restante do orçamento da Nasa também foi reduzido.
Michele Perchonok, cientista de alimentação da Nasa, afirma que cerca de US$ 1 milhão é gasto por ano, em média, na pesquisa e elaboração do cardápio da missão a Marte.
A viagem ao planeta vermelho é importante porque fará aos cientistas a chance de realizar pesquisas únicas em todos os aspectos. Desde procurar novas formas de vida até buscar as origens da vida na Terra. Ela também permitirá que os cientista da alimentação examinem questões como a sustentabilidade. "Como nós sustentamos uma tripulação reciclando 100% de tudo por dois anos e meio?", pergunta Perchonok,
Mas, antes de tudo: nada disso acontecerá sem comida.

Maior parte dos municípios brasileiros não tem Plano de Gestão de Resíduos Sólidos



Postado em 23/07/2012 às 09h02

São necessários R$ 70 bilhões para transformar todos os lixões em aterro sanitário até 2014. | Foto: Agência Brasil
A maior parte dos estados e municípios brasileiros ainda não elaborou seu Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, apesar de o prazo para concluir o projeto – que deve indicar como será feito o manejo do lixo em cada localidade – estar próximo do fim. A partir de dois de agosto, a cidade que não tiver o planejamento fica impedida de solicitar recursos federais para limpeza urbana. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, até o momento houve apenas 47 pedidos de verba para construção dos planos, entre solicitações de administrações municipais e estaduais.
Como não é obrigatório pedir auxílio da União para elaborar os planejamentos, pode haver projetos em curso dos quais o ministério não tenha ciência. Mas a avaliação do órgão é a de que o interesse pela criação dos planos de gestão é baixo, mesmo que se leve em conta estados e municípios atuando por conta própria. “O pessoal tinha outras demandas e foi deixando de lado. Agora o prazo está se esgotando e a maioria não elaborou [o projeto]”, diz Saburo Takahashi, gerente de projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.
As cidades e unidades da Federação tiveram dois anos para construir seus planos de manejo de resíduos, cuja criação está prevista na Lei n° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. As consequências do pouco comprometimento com a exigência federal poderão ser sentidas cedo por estados e municípios. “De acordo com a legislação, até 2014 devem ser eliminados todos os lixões do Brasil. Para isso, será preciso implantar aterros sanitários, o que não se faz da noite para o dia. As cidades e estados que não tiverem plano de gestão não vão poder solicitar recursos para fazer isso”, destaca Takahashi.
O represente do ministério reconhece, porém, que a verba disponível para ajudar municípios e unidades da Federação a elaborar os planos é escassa. No ano passado, houve destinação de R$ 42 milhões para essa finalidade, dos quais R$ 36 milhões foram usados. Este ano não foi disponibilizado dinheiro, e o governo federal limitou-se a liberar os R$ 6 milhões que não haviam sido executados em 2011.
Saburo Takahashi ressalta, no entanto, que o ministério redigiu um manual de orientação para ajudar prefeitos e governadores na elaboração do plano, disponível no site do órgão. Além disso, a pasta firmou convênio com a e-Clay, instituição de educação a distância que pode treinar gratuitamente gestores para a criação do plano de manejo.
A pesquisadora em meio ambiente Elaine Nolasco, professora da Universidade de Brasília (UnB), considera positiva a capacitação a distância, mas acredita que para tornar a gestão de resíduos uma realidade é preciso mais divulgação desse instrumento, além da conscientização sobre a importância do manejo do lixo. “Tem que haver propaganda, um incentivo para as pessoas fazerem isso [o curso]”, opina. Elaine acredita que a dificuldade para introdução de políticas de manejo – como reciclagem e criação de aterros sanitários – atinge sobretudo os municípios pequenos, com até 20 mil habitantes. “Faltam recursos e contingente técnico nas pequenas prefeituras”, destaca.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), João Zianesi Netto, também avalia que faltou capacitação e conscientização. “Alguns [Não criaram o plano] por ignorância, outros por desconhecimento técnico. Em muitos municípios de pequeno e médio porte, a destinação dos resíduos é gerenciada por pessoas que não têm a formação adequada. Além disso, há uma preocupação de que quando você começa a melhorar a questão ambiental você aumenta os custos”, afirma.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziluldoski, reclama da falta de auxílio financeiro para que as prefeituras cumpram as determinações da Lei n°12.305. Segundo ele, são necessários R$ 70 bilhões para transformar todos os lixões em aterro sanitário, até 2014. “Isso equivale à arrecadação conjunta de todos os municípios do país. Quando acabar o prazo, os prefeitos estarão sujeitos a serem processados pelo Ministério Público por não terem cumprido a lei”, disse. De acordo com ele, a estimativa da CNM é que mais de 50% das cidades brasileiras ainda não elaboraram os planos de gestão de resíduos.
Por Mariana Branco - Agência Brasil
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Quadras de parques têm piso desgastado e trave sem rede


23/07/2012

http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u1124249.shtml

Paula Felix
do Agora

As quadras poliesportivas dos parques municipais lotam nos finais de semana e são uma opção de passeio para o período de férias, mas a maioria delas não está com a manutenção em dia.
Entre segunda e quarta-feira da semana passada, o Vigilante Agora visitou quadras de 16 parques das cinco regiões da cidade e encontrou problemas como pintura desgastada, traves sem rede, tabelas de basquete sem aro e piso áspero.
Uma das duas quadras do parque Raul Seixas, em Itaquera (zona leste de SP), está interditada.
Ela está com o piso bastante desgastado, sofre com buracos e metade da quadra está sem pintura.

Resposta
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que os problemas apontados pela reportagem já estão na "agenda de atendimento do setor de manutenção" e que todos os parques passam por manutenções periódicas.
Sobre a quadra interditada no parque Raul Seixas, em Itaquera (zona leste de SP), a pasta disse que a reforma está em processo de licitação, mas não informou o prazo de conclusão das obras.
Em relação à informação disponível no site de que o parque linear Itaim, também na zona leste, tinha quadras poliesportivas, quando, na verdade, ele tem quadras de saibro, a secretaria informou que as quadras são de saibro e que "a informação já foi corrigida no site".
A pasta disse ainda que a atenção das equipes de segurança é reforçada pela administração dos parques para evitar vandalismo.