Divulgação: Maier e Ale Paisagismo
A unha-de-gato é muito usada para revestir muros e paredes. Ela preenche a parede rapidamente, mas requer podas frequentes
Num imóvel, as plantas são frequentemente usadas para embelezar o quintal e trazer mais vida para a casa. Mas elas podem conjugar esses benefícios com outros, mais “práticos”. Um tipo que se presta especialmente a essa função são as trepadeiras, que se fixam em paredes, suportes, pérgolas, cercas ou outras árvores.
Além de fazer parte da decoração da casa ou do jardim, podem ser usadas para “fechar” o ambiente – por exemplo, na parede lateral da sacada de um apartamento. Também servem de toldo verde, proporcionando um oásis no meio do jardim: é só colocá-las em um pergolado, espécie de túnel de madeira, e colocar sob essa estrutura um banco de madeira, como aqueles de praça.
Segundo a paisagista Ivani Kubo, de São Paulo, esse tipo de vegetação serve ainda para esconder colunas e postes que atrapalham a decoração ou, em alambrados, fazer cercas vivas. Em muros que dão para a rua, inibe a pichação. “Além disso, são plantas resistentes, com uma vida de longa duração”, afirma.
Cada espécie de trepadeira tem características próprias. A unha-de-gato, por exemplo, ganha volume mais rapidamente – em três anos a parede já está toda verde. No entanto, requer poda mensal, o que pode ser um problema para quem não quer gastar com jardineiro. Já a hera demora de quatro a cinco anos para encher a parede, mas pede menos manutenção. Suas raízes não são tão agressivas quanto às da unha-de-gato, que, sem manutenção, podem provocar rachaduras na parede e entupimento da tubulação.
Ambas são chamadas de trepadeiras, sarmentosas, que se fixam em paredes, árvores e estacas (outro exemplo é a falsa-vinha). Há ainda as trepadeiras dói tipo cipó e arbustos escandentes: precisam ser amarradas ou apoiadas para subir em alguma estrutura (arcos, pergolados, telhados e treliças), como a amor-agarradinho. Já as trepadeiras volúveis enrolam-se em qualquer estrutura. Dentre elas estão a campainha-vermelha (também chamada de ipomeia) e a madressilva. “Servem para contornar arcos, subir em troncos de árvores e estacas. Para cobrir muros, é preciso colocar suportes de arame, para que elas se enrolem”, explica a paisagista.
“Algumas trepadeiras se agarram ao concreto com a raiz, outras formam um gancho e se enrolam no arame. Quanto mais áspera for a parede, melhor para a fixação da planta”, afirma o paisagista e agrônomo Maier Gilbert, da empresa Maier e Ale Paisagismo.
Apesar de estar na parede ou no suporte, a planta vai buscar alimento e água no chão. Por isso, é que importante deixar um espaço de terra entre a calçada e o muro. É lá que deve ser colocado o adubo e a água, necessários para o crescimento da trepadeira. As condições climáticas devem ser levadas em conta. As duas espécies mais utilizadas em jardins e muro, a unha-de-gato e a hera, já estão adaptadas ao clima brasileiro. Mesmo assim, a região em que você mora, o tipo de clima e a exposição da vegetação ao sol e à chuva serão determinantes na hora da escolha entre os diversos tipos de trepadeira. E a quantidade de sol vai ser responsável também pela coloração das folhas: verde mais claro ou mais escuro.
A manutenção também depende do tipo de trepadeira. De qualquer forma, o adubo deve ser aplicado três vezes por ano: na primavera, no verão e no outono. E prepare-se: no inverno, a parede fica “careca”, porque muitas folhas caem e as raízes se mantêm.
Para que as paredes não sejam prejudicadas, basta impermeabilizá-las. Isso evita rachaduras e infiltrações. Se precisar retirá-las permanentemente, será necessário cortar a planta pela raiz, raspar e pintar a parede.