segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eco hostels com banheiro ecológico seco


Locais que oferecem alojamento e experiências diferentes aos viajantes são proposta dos Hostels


Proposta destes espaços é oferecer ao viajante, opções diferentes para conhecer a cultura e as paisagens locais


    Hostels já instalados em Manaus são boa opção de hospedagem
    Hostels já instalados em Manaus são boa opção de hospedagem (Bruno Kelly)
    Hostels, segundo o dicionário, são estabelecimentos que oferecem comida e alojamento baratos para os viajantes. Mas o termo também é sinônimo de lugares interessantes e descolados, que buscam incrementar a experiência dos hóspedes estimulando a interação com outros viajantes e com a cultura e a paisagem locais. Em Manaus, começam a surgir mais espaços com essa proposta: exemplos disso são o Gol Backpackers e o Eco Hostel Amazonas, novidades no segmento de albergues da capital.
    Parte de uma rede que tem uma matriz em São Paulo, o Gol Backpackers (rua Barroso, 325, quase ao lado do Teatro Amazonas) investe na temática esportiva, com espaços e decoração alusivos a times e torneios de futebol. A começar pelos nomes dos quartos: Peladão, Peñarol, Karajá e Nacional, com um total de 20 leitos, cada qual identificado com os brasões correspondentes. Há ainda uma sala de estar com telões em que os hóspedes – estrangeiros na maioria – podem assistir a torneios como o Campeonato Brasileiro de Futebol. “Por sermos tidos como País do Futebol, o público se identifica com esse tema”, diz Ralph Eric Nicoliche, sócio-proprietário da unidade local ao lado do primo Wesley Nicoliche.
    O hostel investe ainda no bem estar dos backpackers (mochileiros, em inglês) oferecendo caipirinha aos recém-chegados, passeios turísticos a preços reduzidos graças a parcerias com operadoras, e ar-condicionado nos quartos e área social. As tarifas são modestas: começam em R$ 25. A fórmula do local, aberto há três semanas, tem dado certo. “Semana passada estivemos com a casa cheia”, celebra Nicoliche, que confirma a aposta no segmento alberguista local. “Vimos que há um potencial grande entre o nosso público, que é de mochileiros. Estamos numa rota legal, que fica entre o Nordeste e a Bolívia”.
    Em meio à natureza
    Aberto a partir deste final de semana, o Eco Hostel Amazonas (praia do Camaleão, do outro lado do rio Negro) investe no turismo ecológico. A estrutura, em alvenaria e madeira, traz cinco apartamentos para seis pessoas cada. Tudo foi planejado a partir do respeito ao meio ambiente, com banheiros secos, compostagem sanitária, tratamento de água coleta em cisternas de água da chuva – que representa 60% do consumo. A estrutura ainda é inicial, como explica Dani Rosário, proprietária com Dorotéa do Rosário.
    “Teremos ainda um biodigestor, para gerar energia alternativa ou gás de cozinha a partir da compostagem. No final teremos 60 leitos, com quartos privativos, família e coletivos”, adianta ela, que espera inaugurar o complexo total até junho. As tarifas serão fixadas de R$ 100 a R$ 150.
    O Eco Hostel Amazonas é fruto de um projeto de Dani e de Alexandre Kemenes, doutor em Biologia, ganhador do Prêmio Samuel Benchimol de Empreendedorismo Consciente e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Para ela, que trabalha com turismo há 22 anos, o apelo à consciência ambiental é um trunfo no mundo atual: “O segmento de hostels é o maior meio de hospedagem hoje, e cresce a cada dia. Somos o primeiro albergue na selva com essa proposta ambiental, e a maioria das pessoas que viajam hoje está preocupada com o meio ambiente”.