sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Container ou contêiner ou contentor vira loja!


11/09/2011 07h51 - Atualizado em 11/09/2011 12h06

Franquia transforma contêiner velho em loja de roupa e cresce no país

São 40 lojas espalhadas pelo Sul.
Rede chega ao Sudeste e pretende fechar 2011 com 100 franqueados.


Do G1, em São Paulo








Uma empresa inovadora monta lojas de roupas multimarcas dentro de contêineres adaptados. O negócio já virou franquia com 40 lojas espalhadas pelo Sul do Brasil. A franquia chega ao Sudeste e pretende fechar 2011 com 100 franqueados em todo o país.

Quem passa pela rua e vê a loja, pensa: tem algo diferente. É um contêiner, daqueles que transportam mercadorias em navios, e que virou loja de roupa. O negócio é uma franquia, lançada há dois anos pelo franqueador André Krai. Em vez de edificações, ele aluga terrenos, monta a loja contêiner e, de cara, elimina custos e reabilita áreas degradadas.


“A Faria Lima é uma das ruas mais caras, uns dos pontos comerciais mais caros de São Paulo. A gente encontrou um terreno vazio, era um estacionamento feio, escuro, abandonado. Transformamos nesse ponto comercial. Nosso cliente teve uma redução de até R$ 200 mil apenas na economia do ponto”, afirma Krai.

A franquia pode ter um ou mais contêineres, cada um com 30 metros quadrados. Eles são pintados de laranja, para chamar a atenção. Tirando a cor, a frente é de um contêiner original, com sua autêntica e pesada porta. Na lateral, o aço foi cortado em um retângulo para colocar a vitrine.

A arara é um corrimão velho de ônibus, parte do piso também é de ônibus e o tambor de óleo cortado virou puff, todo esse reaproveitamento de material derrubou os custos pela metade comparando com uma loja tradicional e com um pouquinho de decoração aqui e ali transformou sucata em uma boutique de luxo.

O empresário compra contêineres com mais de 10 anos de uso. Cada um custa em média R$ 10 mil. A reforma varia entre R$ 20 e R$ 30 reais.

Para não esquentar, as chapas de aço das paredes são revestidas de isopor e madeira. O espaço ganha provadores, espelhos, prateleiras, TV e iluminação. E em uma semana a loja-contêiner está pronta.

“A realidade a gente conseguiu ter hoje um custo de até 50% mais barato do que o mesmo padrão de loja com o mesmo tamanho em alvenaria, isso possibilita que o nosso investidor possa investir em marketing, possa investir em estoque, em outros segmentos do seu negócio”, diz Krai.

A franquia vende roupas: calças, camisas e casacos. São 500 marcas nacionais e internacionais. O público é o jovem, em busca de estilo diferente e ousado.

“O contêiner, na realidade, ele mostra uma atitude, uma personalidade, uma loja com personalidade. E o jovem hoje gosta muito disso, na realidade ele quer consumir de uma maneira diferente, de uma maneira mais sustentável, uma maneira mais moderna e eu acho que o contêiner alinha todos os aspectos em uma loja só, música, atitude, próprio contêiner que é uma coisa bacana, irreverente”, revela.

Para montar uma franquia da loja-contêiner, o investimento é a partir de R$ 79 mil. Não há taxa de franquia, a empresa cobra royalty de R$ 1.500 por mês. O faturamento médio mensal é de R$ 80 mil.

O franqueado Gabriel Bessa não tem dúvidas de que fez um bom negócio. “Por ser uma loja nova, ela tem apenas um mês, o movimento está muito bom pelo diferencial da loja, que acaba atraindo os clientes para dentro para conhecer esse conceito diferente da loja-contêiner”, afirma.

No primeiro mês de operação, a franquia vendeu 200 peças. E já começa a fazer sucesso entre a clientela descolada da cidade. “Nunca tinha entrado. Gostei. A ideia diferente combina com as roupas. Bem moderno, bem diferente mesmo”, opina Victor Rezende, consumidor.

A rede de franquias possui 45 lojas. A praticidade, o custo baixo e a inusitada estrutura das lojas são os principais atrativos dos interessados pelo negócio. A previsão é abrir mais 150 franquias até o final do ano que vem.

“Nossa ideia é dobrar a cada ano a partir do ano que vem, devido a essa facilidade que a gente tem de encontrar terrenos em grandes centros e até mesmo em cidades do interior. Hoje, nós temos lojas em cidades de até 20 mil habitantes, até em grandes capitais, então a gente se adapta a todos os tamanhos de cidades locais”, diz Krai.