11/09/2011 07h51 - Atualizado em 11/09/2011 12h06
Franquia transforma contêiner velho em loja de roupa e cresce no país
São 40 lojas espalhadas pelo Sul.
Rede chega ao Sudeste e pretende fechar
2011 com 100 franqueados.
Uma empresa inovadora monta lojas de roupas multimarcas dentro de contêineres
adaptados. O negócio já virou franquia com 40 lojas espalhadas pelo Sul do
Brasil. A franquia chega ao Sudeste e pretende fechar 2011 com 100 franqueados
em todo o país.
Quem passa pela rua e vê a loja, pensa: tem algo
diferente. É um contêiner, daqueles que transportam mercadorias em navios, e que
virou loja de roupa. O negócio é uma franquia, lançada há dois anos pelo
franqueador André Krai. Em vez de edificações, ele aluga terrenos, monta a loja
contêiner e, de cara, elimina custos e reabilita áreas degradadas.
“A Faria Lima é uma das ruas mais caras, uns dos pontos comerciais mais caros
de São Paulo. A gente encontrou um terreno vazio, era um estacionamento feio,
escuro, abandonado. Transformamos nesse ponto comercial. Nosso cliente teve uma
redução de até R$ 200 mil apenas na economia do ponto”, afirma Krai.
A
franquia pode ter um ou mais contêineres, cada um com 30 metros quadrados. Eles
são pintados de laranja, para chamar a atenção. Tirando a cor, a frente é de um
contêiner original, com sua autêntica e pesada porta. Na lateral, o aço foi
cortado em um retângulo para colocar a vitrine.
A arara é um corrimão
velho de ônibus, parte do piso também é de ônibus e o tambor de óleo cortado
virou puff, todo esse reaproveitamento de material derrubou os custos pela
metade comparando com uma loja tradicional e com um pouquinho de decoração aqui
e ali transformou sucata em uma boutique de luxo.
O empresário compra
contêineres com mais de 10 anos de uso. Cada um custa em média R$ 10 mil. A
reforma varia entre R$ 20 e R$ 30 reais.
Para não esquentar, as chapas de
aço das paredes são revestidas de isopor e madeira. O espaço ganha provadores,
espelhos, prateleiras, TV e iluminação. E em uma semana a loja-contêiner está
pronta.
“A realidade a gente conseguiu ter hoje um custo de até 50% mais
barato do que o mesmo padrão de loja com o mesmo tamanho em alvenaria, isso
possibilita que o nosso investidor possa investir em marketing, possa investir
em estoque, em outros segmentos do seu negócio”, diz Krai.
A franquia
vende roupas: calças, camisas e casacos. São 500 marcas nacionais e
internacionais. O público é o jovem, em busca de estilo diferente e
ousado.
“O contêiner, na realidade, ele mostra uma atitude, uma
personalidade, uma loja com personalidade. E o jovem hoje gosta muito disso, na
realidade ele quer consumir de uma maneira diferente, de uma maneira mais
sustentável, uma maneira mais moderna e eu acho que o contêiner alinha todos os
aspectos em uma loja só, música, atitude, próprio contêiner que é uma coisa
bacana, irreverente”, revela.
Para montar uma franquia da loja-contêiner,
o investimento é a partir de R$ 79 mil. Não há taxa de franquia, a empresa cobra
royalty de R$ 1.500 por mês. O faturamento médio mensal é de R$ 80 mil.
O
franqueado Gabriel Bessa não tem dúvidas de que fez um bom negócio. “Por ser uma
loja nova, ela tem apenas um mês, o movimento está muito bom pelo diferencial da
loja, que acaba atraindo os clientes para dentro para conhecer esse conceito
diferente da loja-contêiner”, afirma.
No primeiro mês de operação, a
franquia vendeu 200 peças. E já começa a fazer sucesso entre a clientela
descolada da cidade. “Nunca tinha entrado. Gostei. A ideia diferente combina com
as roupas. Bem moderno, bem diferente mesmo”, opina Victor Rezende,
consumidor.
A rede de franquias possui 45 lojas. A praticidade, o custo
baixo e a inusitada estrutura das lojas são os principais atrativos dos
interessados pelo negócio. A previsão é abrir mais 150 franquias até o final do
ano que vem.
“Nossa ideia é dobrar a cada ano a partir do ano que vem,
devido a essa facilidade que a gente tem de encontrar terrenos em grandes
centros e até mesmo em cidades do interior. Hoje, nós temos lojas em cidades de
até 20 mil habitantes, até em grandes capitais, então a gente se adapta a todos
os tamanhos de cidades locais”, diz Krai.