sábado, 13 de agosto de 2011

Parque do Ibirapuera e as calçadas verdes


Prefeitura vai tirar calçadas internas do Ibirapuera

Ideia é criar mais espaços permeáveis, trocando asfalto por grama; ação também cumpre acordo firmado com o Ministério Público


12 de agosto de 2011 | 0h 00


Luísa Alcalde / JORNAL DA TARDE - O Estado de S.Paulo
Para cumprir um acordo que existe desde o início da construção do Auditório Ibirapuera (de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer), em 2003, a Prefeitura de São Paulo vai tirar as calçadas internas do parque até o fim do ano e colocar grama no lugar.
Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Polêmica. Colocação de grama no lugar de asfalto divide opiniões dos frequentadores












O espaço hoje ocupado pelas calçamento ficará destinado a novas áreas permeáveis, conforme exigência prevista no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público. O documento previa mais 80 mil metros quadrados permeáveis e, até o momento, apenas 17 mil metros quadrados foram implementados pela Prefeitura.
Autorama. Na área onde fica a sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM) dentro do parque, há planos de se remover a rua asfaltada e substituí-la por grama ou areia e pedriscos para possibilitar a circulação de veículos de serviço e viaturas da corporação. Outra possibilidade de permeabilização em estudo são as duas baias do autorama, com 5 mil metros quadrados, que antes eram usadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para exames automotivos.
Essas mudanças foram discutidas há duas semanas na reunião do Conselho Gestor do Parque Ibirapuera (CGPI) e foram apresentadas pelo administrador do local, Heraldo Guiaro. A medida já provocou reações de frequentadores do parque. O aposentado Renato Paulo Castro, por exemplo, caminha todos os dias pelo local e acha que não há necessidade de a Prefeitura gastar dinheiro com essa obra. "Deveriam investir em mais equipamentos esportivos", disse. Da mesma forma pensa o advogado Aleixo Astra. "Tem gente que não vai gostar de ficar pisando na grama misturada ao barro molhado em dias de chuva."
Já Armênia Branco, que também faz caminhadas diárias por determinação médica, vê com bons olhos a mudança. "Parque tem de ter o maior número possível de áreas verdes e gramadas. Concreto deve ficar lá fora." A passeadora de cachorros Patrícia Dutra Gonçalo concorda. "Deveria ser gramado até nas ruas", opinou.
Já em obras. A Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente afirmou que a permeabilização do parque vem sendo realizada gradativamente pela administração, de forma a diminuir transtornos para os usuários do local.
Segundo a nota oficial, as calçadas concretadas vêm sendo substituídas por grama e as ruas asfaltadas, por grama e pedrisco. A Prefeitura afirma que essas intervenções já foram realizadas na rua atrás do auditório, na alameda da chamada "Praça do Porquinho" até a Praça da Paz, na alameda lateral ao Pavilhão Japonês, na área da Praça da Paz próxima da lanchonete, na alça do Portão 6 e no estacionamento da antiga Prodam.
A reportagem solicitou entrevistas com o administrador do parque e com o secretário do Verde, Eduardo Jorge, mas a assessoria da pasta informou que os dois não tinham horários disponíveis para dar entrevista.


Calçadas do Ibirapuera darão lugar a grama


autoria:LUÍSA ALCALDE

Todas as calçadas internas do Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, serão retiradas até o fim do ano. A medida visa a aumentar a área permeável do parque, como prevê acordo assinado com o Ministério Público (MP) Estadual. Os passeios de concreto serão substituídos por grama.
O aumento da permeabilização foi previsto na época da construção do Auditório Ibirapuera, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, obra iniciada em 2003 e concluída em 2005. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre o MP e a administração do parque, previa que deveria haver mais 80 mil metros quadrados de área permeável. Até o momento, passados seis anos, apenas 17 mil metros quadrados foram implantados pela Prefeitura.
As mudanças foram discutidas há duas semanas na reunião do Conselho Gestor do Parque do Ibirapuera (CGPI) e apresentadas pelo administrador do local, Heraldo Guiaro.
A medida dividiu a opinião de frequentadores do parque. O aposentado Renato Paulo Castro caminha todos os dias no local e acha que não há necessidade de a Prefeitura gastar dinheiro com essa obra. “Não acho necessário. Deveriam investir em mais equipamentos esportivos para oferecer aos frequentadores”, disse.
Da mesma forma pensa o advogado Aleixo Astra. “Tem gente que não vai gostar de pisar na grama misturada ao barro molhado em dias de chuva”, afirmou.
Já a idosa Armênia Branco, que faz caminhadas diárias por determinação médica, aprova a mudança. “Parque tem de ter o maior número possível de áreas verdes e gramadas. Concreto deve ficar lá fora”, disse. A passeadora de cachorros Patrícia Dutra Gonçalo concorda. “Deveria ser gramado até nas ruas”, opinou.
Na área onde fica a sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM) dentro do parque também haverá obras para ampliar a área permeável. Há planos de se remover a rua asfaltada ao lado da base e substituí-la por grama ou areia e pedriscos. Também pode sofrer intervenção o trecho onde ficam duas baias da área conhecida como Autorama. Com 5 mil metros quadrados, o local antes era usado para realização de provas de volante do Detran.
A arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, da ONG Defenda São Paulo, acha imprescindível a maior permeabilização do parque, mas defende que o projeto deveria ser discutido com os usuários antes da execução e não apenas submetido ao Conselho Gestor. “Também acho que isso vem sendo feito de forma muito demorada.”
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente afirmou que a permeabilização do parque vem sendo realizada gradativamente pela administração, de forma a diminuir os transtornos aos usuários do local.
E, ainda de acordo com nota oficial, as calçadas de concreto vêm sendo substituídas por grama e parte das ruas asfaltadas por grama e pedrisco. A Prefeitura afirma que essas intervenções já foram realizadas em pontos como: a rua atrás do auditório; a alameda que vai da Praça do Porquinho até a Praça da Paz; a alameda lateral ao Pavilhão Japonês; a área da Praça da Paz próxima à lanchonete; a alça do portão 6 e o estacionamento da antiga Prodam, somando aproximadamente 17 mil metros quadrados.
O Jornal da Tarde solicitou entrevistas com o administrador do parque, Heraldo Guiaro, e com o secretário do Verde, Eduardo Jorge, mas a assessoria da pasta informou que ambos não teriam espaço em suas agendas para atender a reportagem.