12/Agosto/2011
Especialistas destacam importância de certificações para melhorar o desempenho ambiental dos edifícios
Com investimento pequeno, Tecnisa adapta empreendimento de acordo com os critérios do Procel Edifica e gera economia nos gastos com energia elétrica e água
fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/especialistas-destacam-importancia-de-certificacoes-para-melhorar-o-desempenho-ambiental-226819-1.asp
autoria: Ana Paula Rocha
Especialistas destacaram a importância do uso de certificações e etiquetagens para melhorar o desempenho dos edifícios durante o seminário Avaliação Ambiental de Edifícios, realizado pela Comissão do Meio Ambiente (CMA) no dia 11 de agosto, em São Paulo. O evento fez parte da programação do 83° Encontro Nacional da Indústria de Construção.
"Os sistemas de classificação, certificação e etiquetagem estão se tornando ferramentas muito importantes para o setor da construção e estão se aproximando cada vez mais da direção que é dada pelas políticas públicas", afirma Vanessa Gomes, professora doutora da Unicamp. Para ela, com essas metodologias de avaliação, é possível posicionar o projeto em relação a níveis de referência e a verificar o que pode ser melhorado.
Apesar dos avanços obtidos, na visão da professora ainda é necessário desenvolver dois pontos nesses sistemas: o desempenho relativo a edifícios similares na região, possibilitando avaliar a eficiência do novo projeto em relação à prática antiga, e a criação de resultados absolutos, para comparar o edifício internacionalmente. "O sonho dos profissionais de projeto é entender quais são os requisitos de desempenho que devem ser atingidos segundo regra nacional e uma regra aplicada aos diferentes países", acredita.
Para Jean Benevides, Gerente Nacional de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal, a adoção desses sistemas de certificação no Brasil beneficiam principalmente o cliente. "Instrumentos como o Selo Azul da Caixa e o Procel Edifica são simples e eficazes para atestar a qualidade e diferenciais de sustentabilidade em empreendimentos para o cliente, que pode avaliar melhor o produto", disse.
Case Tecnisa
Para testar o nível de desempenho energético em suas edificações e a viabilidade do uso do Procel, a Tecnisa, por meio do Labee (Laboratório de Eficiência Energética em Edificações), avaliou cinco projetos de empreendimentos de acordo com os critérios da etiqueta. Na linha econômica, destinada a famílias na faixa de dez salários mínimos do programa Minha Casa, Minha Vida, os projetos alcançaram apenas o nível D da etiquetagem, principalmente porque tinham aquecimento de água com chuveiro elétrico e não possuíam medição individualizada de água e isolamento térmico de cobertura.
"Fizemos então um levantamento para ver quanto custaria elevar o desempenho energético de um empreendimento popular em Guarulhos, em São Paulo, conforme o Procel Edifica. No aquecimento de água, decidimos adotar aquecedores a gás nível A no Procel. Investimos também na medição individualizada e em uma subcobertura de alumínio para diminuir a transmitância da envoltória", explica Mauricio Bernardes, gerente de desenvolvimento tecnológico da construtora. O investimento nas mudanças, de acordo com o engenheiro, representou 1,3% do custo total da obra e, com elas, a edificação passou para o nível B.
Segundo a Tecnisa, o nível A não foi alcançado devido às restrições na iluminação e ventilação naturais. "A tipologia que é hoje empregada com janela três folhas teria que ser alterada para uma janela integrada com persiana e duas folhas de vidro e os vão teriam que aumentar para 1,80 m por 1,40 m, sendo necessário também reforçar alguns pontos da alvenaria, o que encareceria demais a obra, não se tornando viável nesse empreendimento", afirma.
A construtora ainda fez uma pesquisa qualitativa, não científica, para saber a visão do cliente sobre as mudanças feitas no empreendimento para alcançar a etiqueta. Dos compradores, 40% conheciam o que era o Procel no momento da aquisição do apartamento. Desse percentual, 62% se disseram influenciados positivamente na hora da compra e 65% disseram que aceitariam pagar até 5% a mais em um produto que possibilitasse a economia de gás e água. A estimativa da empresa é de que o retorno do investimento com as melhorias seja compensado em três anos e meio com a economia propiciada.
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Selo Azul da Caixa: http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao_ambiental/Guia_Selo_Casa_Azul_CAIXA.pdf
Selo Procel: http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?Team={60F8B9E9-77F5-4C5B-9E94-B1CC0CEF1EAB}&View=