sábado, 11 de junho de 2011

Mudança climática reduzirá água disponível para agricultura


Mudança climática reduzirá água disponível para agricultura


09/06/2011 - 19h02


DA EFE

A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) advertiu nesta quinta-feira que a mudança climática terá graves consequências na disponibilidade de água destinada à produção de alimentos e na produtividade dos cultivos durante as próximas décadas.
Estas são algumas das conclusões do estudo "Mudança climática, água e segurança alimentar", elaborado pela FAO, segundo informou a agência em comunicado divulgado hoje em Roma.
O relatório indica que deve haver uma aceleração do ciclo hidrológico do planeta, já que a alta das temperaturas elevará a taxa de evaporação de água da terra e do mar.
A chuva, segundo o estudo, aumentará nos trópicos e em latitudes mais altas, mas diminuirá nas regiões que já são secas ou semi-áridas e no interior dos grandes continentes.
Assim, o aumento da frequência das secas poderia levar à necessidade de recorrer a um maior aproveitamento de água subterrânea para suprir a demanda da produção agrícola, enquanto a redução das geleiras afetará a quantidade de água de superfície disponível para a irrigação nas principais regiões produtoras.
Segundo a FAO, o aumento das temperaturas estenderá a temporada de crescimento dos cultivos nas regiões temperadas do norte mas, por outro lado, reduzirá sua duração na maioria dos outros lugares do planeta.
Isso, unido à maior taxa de evaporação, provocará uma queda do potencial de rendimento dos cultivos e da produtividade da água.
Com o objetivo de responder aos desafios apresentados pela mudança climática, a FAO também propõe algumas iniciativas como a "contabilidade da água", uma medição meticulosa da provisão, as transposições e as transações comerciais de água.
"A contabilidade de água na maior parte dos países em desenvolvimento é muito limitada e os processos de armazenamento ou não existem, ou são pouco desenvolvidos, ou são diferentes para cada caso", considera o relatório.
Por este motivo, o estudo acrescenta: "Uma prioridade será ajudar os países em desenvolvimento a adquirir boas práticas para contabilizar a água e desenvolver sistemas armazenamento que sejam robustos e flexíveis".