Parque da Luz terá reforma
- 25 de maio de 2011 |
- 23h50 |
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autoria: TIAGO DANTAS
Mais antigo parque público de São Paulo, o Jardim da Luz, no centro, passará por reforma no segundo semestre. A Prefeitura pretende restaurar o conjunto formado por Aquário, Ilha dos Amores e Lago de Diana. A ideia é que, ao final das obras, o local receba espécies nativas dos rios Tietê e Paraíba do Sul e se transforme em ponto de visitas educativas.
A calçada que conduz o visitante à entrada do aquário, que é subterrâneo, apresenta algumas rachaduras. Técnicos da Prefeitura encontraram vazamentos no corredor interno, onde ficam as janelas que permitem ver os peixes. Na tarde de terça-feira, quando o Jornal da Tarde esteve no parque, as lâmpadas do túnel estavam apagadas.
A última reforma no Jardim da Luz foi feita em 2000, com o objetivo de retomar características que o espaço tinha no fim do século XIX e recuperá-lo do estado de degradação. O aquário foi descoberto durante as obras. A estrutura foi projetada pelo engenheiro e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, trazido ao Brasil em 1858, a convite do Imperador Dom Pedro II.
O projeto atual, elaborado pela SPUrbanismo, prevê restaurar as canaletas e canteiros do lago, o piso de mosaico, além de reformar a escultura de Diana, em argamassa armada, e de impermeabilizar o tanque onde ficam os peixes. As intervenções devem durar cinco meses a partir da escolha da empresa que fará a obra, segundo informou a Prefeitura.
As demais obras de arte, parte delas do acervo da Pinacoteca do Estado, estão em bom estado de conservação, segundo o engenheiro Walter Ramos, coordenador do site Monumentos de São Paulo. “O parque tem um acervo riquíssimo, muito eclético e não há vandalismo lá dentro”, afirma Ramos, citando estátuas assinadas por Victor Brecheret, Lasar Segall e Nuno Ramos.
Na opinião de frequentadores, o Jardim da Luz é limpo e seguro. A única reclamação diz respeito à presença de prostitutas, a maior parte acima dos 40 anos. “Não chega a incomodar tanto porque elas ficam sentadas nos bancos esperando os clientes e não são escandalosas, mas é ruim”, diz a tradutora Rosângela Palácios, que mora na Santa Ifigênia e costuma passear no parque à tarde.
Criado em 1798 para ser uma espécie de Jardim Botânico, o local foi transformado em jardim público em 1825. “Entre as atrações culturais, registraram-se apresentações de bandas, bailes, feiras e as primeiras exibições de inventos científicos na cidade, como a luz elétrica”, lembra o historiador Carlos Dias, que era chefe de gabinete da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente durante a reforma de 2000 e é coautor do livro “Jardim da Luz – Um museu a céu aberto”, ao lado do ex-secretário do Verde, Ricardo Ohtake. A publicação foi lançada em abril.