sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Absurdo: Além de um conceito, o Parque Biológico é uma marca registada, em Portugal. E os Parques Urbanos Sustentáveis? Parques Urbanos...etc.

Além de um conceito, o Parque Biológico é uma marca registada


18/02/2011


Fonte: http://www.planetazul.pt/edicoes1/planetazul/desenvArtigo.aspx?c=2253&a=19735&r=37


Autor: Carlos Teixeira Gonçalves




O Parque Biológico de Gaia (PBG), que o Planetazul visitou, como lhe mostramos na passada segunda-feira, reservou para si a denominação (Parque Biológico), sendo assim o único do país que a pode usar. Dos restantes parques espalhados por Portugal, dois têm um protocolo com o de Gaia e três estão a utilizar indevidamente o nome. Para Nuno Gomes Oliveira, o problema nem é propriamente o termo, mas o risco de transformação destes parques em jardins zoológicos.





“Parque Biológico é uma marca registada [número 338327], ninguém pode usar o termo”, revelou Nuno Gomes Oliveira, administrador do PBG, quando perguntámos sobre os restantes parques biológicos que existem em Portugal.



Qual foi o motivo que levou ao registo o termo? “Essencialmente, para preservar o conceito. Não queremos que comecem a surgir parques biológicos que não respeitam esse conceito. Não é fazer um jardim zoológico”, explicou.



Ora, esse conceito está explicado no site oficial, onde se lê que o “Parque Biológico apenas tem em cativeiro animais domésticos ou, sendo da nossa fauna, que [...] se encontram incapacitados para sobreviverem na natureza”. Os animais que chegam “em estado que permita a sua recuperação são tratados e restituídos à natureza em local apropriado”. Ou seja, só ficam fechados no parque os que não têm outra hipótese.



De acordo com o gestor e fundador deste espaço, os parques de Vinhais (totalmente projectado pelo PBG) e de Lamego foram autorizados a manter o nome. “Temos protocolos com eles”, confirmou num e-mail enviado ao Planetazul depois da nossa visita a Vila Nova de Gaia. Mas isso não acontece com os restantes: Parque Biológico da Lousã, de Silves e do Douro.



“O da Lousã foi por esse caminho [de transformar o sítio num jardim zoológico] e nós metemo-lo em tribunal”, adiantou Nuno Oliveira. Neste momento, o processo para retirarem a denominação, “aguarda despacho do juiz sobre a contestação feita por eles [Lousã]”.



Parque biológico como hospital



Jaime Ramos, presidente do Conselho de Administração da Fundação Associação de Desenvolvimento e Formação Profissional (AFDP), proprietária do Parque Biológico da Lousã, confirmou a acção em tribunal. “Surpreendeu-nos”, comentou Jaime Ramos, ao telefone. “É disparatado. Revela alguma má fé. Para quem está preocupado com o ambiente...”, acrescentou.



Na opinião de Jaime Ramos esta acção não faz sentido, até porque “parque biológico é uma definição genérica, tal como hospital”. “O nosso parque tem uma diferença em relação ao de Gaia. A ideia do nosso parque é a de um negócio social, para criar emprego para pessoas com deficiência ou desempregados de longa duração. É evidente que isso nos distingue dos restantes parques”, afirmou.



“É absurdo imaginar... Depois de o projecto criado, vêm dizer que não se pode usar o nome”, terminou.



Relativamente ao Parque Biológico de Silves, que inclui um centro cinegético e uma quinta pedagógica, os esclarecimentos foram dados pela autarquia. “A Câmara Municipal de Silves está, neste momento, a reestruturar o espaço [...] devendo este serviço receber, dentro de pouco tempo, uma designação própria e nova, bem como uma imagem gráfica e materiais comunicacionais/ promocionais sobre a nova forma como se pretende ali trabalhar”, respondeu, via e-mail.



O Planetazul tentou contactar, através de correio electrónico, o Parque Biológico do Douro, mas até à data não obteve resposta.