quarta-feira, 29 de maio de 2013

Plano básico ambiental

Plano básico ambiental


Documento é condição para instalação de empreendimentos. Saiba quais as responsabilidades dos contratantes no gerenciamento ambiental das construções

http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/25/artigo279344-1.asp

Por Maryana Giribola

Divulgacao Norte Energia
O resgate da flora e fauna nas intermediações das obras da Usina de Belo Monte faz parte das medidas compensatórias previstas pelo órgão licenciador
O Plano Básico Ambiental (PBA), documento que traça todas as ações e os programas de gerenciamento das questões ambientais de uma obra, é condicionante para a emissão da licença de instalação de um empreendimento. Caso não seja cumprido, pode impedir o funcionamento efetivo da construção.
Mas, antes de entender as competências do PBA, é preciso compreender como o processo de aprovação funciona. “Poucas pessoas assimilam o que é a licença prévia, de fato”, ressalta Antonio Fernando Pinheiro Pedro, sócio do Pinheiro Pedro Advogados, escritório especializado em direito ambiental.
A licença prévia (LP) é o instrumento que prevê e previne todos os impactos ambientais que uma obra pode causar. E, para que ela seja emitida, são necessários Estudos de Impacto Ambiental (Eia) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima) bem elaborados. O Eia/Rima, contratado pelos órgãos públicos, integra a etapa de avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento e a concessão, ou não, da licença prévia ao empreendimento.
“Em geral, as licitações/contratações de empreiteiras são feitas após a obtenção de licença prévia, pois as condicionantes dessa licença representam ‘custos’ e ‘obrigações’ que são transferidos para os executores das obras. Existe também o risco de negação de uma LP, o que inviabilizaria o negócio. No entanto, em alguns modelos, licitações são feitas antes da LP. Para minimizar eventuais riscos, esses setores já contam com áreas ambientais que fazem pré-seleção ambiental das propostas e trabalham próximas aos órgãos ambientais”, comenta Maria Silvia Romitelli, gerente do departamento de avaliação ambiental de empreendimentos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).


De qualquer modo, é com base em estudos e avaliações apontados nos documentos de EIA e Rima que o PBA é elaborado – sempre pela empresa responsável pela obra e de forma conjugada com a fase de elaboração do projeto de engenharia –, para que a licença de instalação possa ser emitida ou não, dependendo da aprovação do órgão licenciador.
No PBA, devem ser apresentados os cuidados e procedimentos ambientais a serem observados pela construtora, pelo consórcio ou pela concessionária durante a construção do empreendimento, definidos em função da tipologia e das peculiaridades ambientais das áreas afetadas pelo projeto.


Os programas mais comuns que constam em um PBA são: programa de controle ambiental das obras, programa de comunicação social, programas de monitoramento das águas, programa de gerenciamento de resíduos etc.
Também é apresentado no PBA o sistema de gestão ambiental a ser implantado para gerenciamento ambiental das construções. Esse sistema indica o corpo gerencial responsável pela execução e pelo controle das ações durante as obras. Além disso, deve incluir membros das empreiteiras e outras empresas terceirizadas que participam ativamente da construção de um empreendimento.

Preservação da fauna
Uma medida que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) tem tomado em suas obras é a proteção à fauna silvestre em relação a atropelamentos de animais em rodovias, uma prática recente no Brasil. Segundo a Coordenação geral de meio ambiente do departamento, todos os projetos e obras de rodovias em fase de implantação sob responsabilidade do órgão têm obedecido a diretrizes de inclusão de passagens de fauna, em linha com as orientações dos órgãos ambientais
.Para isso, são realizados diagnósticos da fauna silvestre na área de influência das obras rodoviárias para identificar as espécies que mais demandam proteção de atropelamentos em cada caso. As medidas de proteção à fauna nas imediações de rodovias envolvem a implantação de dispositivos, iniciativas educativas e de fiscalização dos usuários. Um exemplo dessa prática é a instalação de cercas para evitar a invasão de animais nas rodovias, induzindo sua travessia por passagens de fauna inferiores. Essas passagens podem ser associadas a pontes e bueiros com margens alargadas ou até a travessias inferiores secas, exclusivas para essa finalidade.

Numa primeira fase, são produzidos EIAS e PBAs em linha com os projetos básicos das rodovias, e que indicam a necessidade de inserção, a quantidade, a tipologia e a localização sugerida para os dispositivos de travessia de fauna. Na fase de obras, as diretrizes desses documentos são compatibilizadas com os projetos de engenharia e apreciadas pelos órgãos ambientais licenciadores. Alguns casos dessas práticas em rodovias são:
iMageNS: MaeaDv / SHutterStocK
BR-262/MS 
A rodovia BR-262/MS, em seu trecho que atravessa o Pantanal sulmatogrossense, é um exemplo de obra onde o Dnit desenvolve estudos para a identificação da fauna mais susceptível e os pontos críticos de ocorrência de acidentes. Os dispositivos de proteção contemplados nas obras incluem cercas de proteção e direcionamento a passagens de fauna, redutores eletrônicos de velocidade e sinalização de advertência, bem como um programa de conscientização e motivação dos usuários. Está em estudo um projeto piloto de sinalização rodoviária com mensagens educativas e placas de advertência com uso de espécies da fauna silvestre pantaneira.


iMageNS: MaeaDv / SHutterStocK
BR-163/PA 
As obras de pavimentação da BR-163/PA ocorrem em pleno bioma amazônico. Na região da rodovia, o Dnit já conta com resultados de alguns anos de estudos de monitoramento da fauna silvestre e das espécies mais envolvidas em acidentes. Cercas de proteção e direcionamento a passagens de fauna, inserção de passagem seca em pontes e sinalização de advertência fazem parte dos dispositivos instalados durante as obras, e sua eficácia poderá ser avaliada durante a operação da rodovia, após a conclusão das obras, por comparação com os dados dos últimos anos.



Programas de melhorias de travessias urbanas e de redução de desconforto e de acidentes em obras rodoviárias são exemplos que devem ser previstos no PBA
FotoS: DivulgaÇÃo agÊNcia BraSil
A gestão ambiental da instalação de empreendimentos envolve, muitas vezes, o gerenciamento de conflitos. Na foto, pescadores reivindicam paralisação das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e reparação de danos
Termo de referência
O termo de referência para elaboração do estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental deve determinar a abrangência, os procedimentos e os critérios gerais para nortear o desenvolvimento de estudos que diagnostiquem a qualidade ambiente atual da área de implantação do empreendimento. É importante lembrar que o documento deve considerar todas as condicionantes do projeto.
Além disso, é imprescindível listar todas as leis a que os estudos devem atender em âmbito municipal, estadual e federal. As principais são as Resoluções 01/86 e 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, no 6.938/91. Veja, a seguir, algumas dicas de como elaborar o termo, mas lembre-se: o documento deve descrever a fundo todos os impactos possíveis de um projeto.
 - Exija que a empresa seja qualificada na elaboração de estudos de impactos ambientais e peça documentos que comprovem sua experiência
 - Liste todas as regulamentações aplicáveis ao licenciamento
 - Caracterize a situação ambiental atual da área de influência do projeto
 - Apresente os levantamentos e os potenciais impactos da obra, incluindo os socioeconômicos, com a colaboração de órgãos oficiais
 - Indique a forma como o diagnóstico ambiental deverá ser feito
 - Referencie todos os mapas apresentados com legendas, número, autor, proprietário, data e orientação geográfica
 - Apresente os programas de monitoramento com cronograma de execução e metodologia a ser aplicada
 - Elabore o prognóstico ambiental considerando as alternativas de execução e os empreendimentos situados ao redor do projeto
 - Estabeleça as áreas de influência do empreendimento, que podem ser direta ou indiretamente afetadas
 - Apresente estudos de alternativas locacionais do empreendimento, confrontando-as de forma a mostrar a melhor hipótese do ponto de vista ambiental
 - Caracterize o projeto, incluindo objetivos, justificativas, dados técnicos, localização e infraestrutura de apoio à obra
 - Apresente as medidas mitigadoras, compensatórias e programas de controle e de monitoramento

 Segundo Maria Silvia, da Cetesb, de forma geral, os programas apresentados no PBA contemplam a seguinte estrutura:
 - Objetivos e metas
 - Procedimentos ambientais
 - Indicadores ambientais
 - Formas de acompanhamento ambiental
 - Registros ambientais
 - Equipe alocada e responsabilidades
 - Cronograma de execução

Os programas que contemplam o PBA tratam de iniciativas ambientais que acompanham a fase de projeto executivo do empreendimento (veja quadro à parte). Portanto, devem ser detalhados em nível executivo também. “Não podem se restringir apenas a uma carta de intenções genéricas, mas devem mostrar aderência ao plano de ataque de obras, aos métodos construtivos propostos, à equipe de trabalhadores proposta, às características do local do empreendimento e ao porte. Ou seja, às variáveis construtivas e locacionais que caracterizam o empreendimento”, afirma Maria Silvia.

PBA na prática
Como a implantação do PBA é de competência da contratada para tocar a obra, o cuidado que o gestor público deve tomar é contratar uma empresa com experiência na elaboração de laudos, estudos e diagnósticos para a elaboração de um EIA/Rima eficiente. Além disso, o órgão licenciador deve acompanhar a implantação dos PBAs para verificar-se de que estão sendo cumpridos.

Os custos para elaboração do plano variam de acordo com o empreendimento e seu impacto ambiental. “Os empreendedores, responsáveis pela elaboração dos planos, precisam dedicar uma porcentagem do custo da obra ao custo operacional da gestão ambiental do projeto”, lembra o advogado Pinheiro Pedro.
Pesam no custo dessa gestão as implicações que as construções podem sofrer durante a construção. Um exemplo são as obras da Usina de Belo Monte. “Os conflitos enfrentados com os índios que ocupam a região são onerosos. Fizemos um estudo para o Banco Mundial e para o Ministério de Minas e Energias entre 2007 e 2008 para avaliar qual era o custo final da gestão ambiental em obras hidrelétricas. Esse custo chegou a 15% do valor da obra. É assustador! Mas isso varia conforme o nível de conflitos do projeto”, explica Pinheiro Pedro.
Além de serem onerosos à gestão, os conflitos ambientais são os principais impasses na elaboração dos planos. Por isso a importância de uma empresa especializada para elaborar e gerenciar o PBA. “É fundamental que esse tratamento se dê a partir da determinante técnica de engenharia, e a vertente institucional, voltada para os conflitos humanos”, explica Pinheiro Pedro.
“O plano não pode ser totalizante, de maneira que se torne difícil de ser modificado, porque vai haver modificação no decorrer da instalação do projeto. Mas ele também não pode ser simples demais, a ponto de não servir como documento que possa suportar uma licença de instalação. Quem vai dar a medida disso é o profissional ou os profissionais envolvidos”, argumenta Pinheiro Pedro.
Atualmente, cada vez mais se faz necessária na prática da gestão ambiental das obras a presença dos advogados, por conta dos conflitos jurídicos enfrentados no decorrer da construção. “Esses conflitos têm sido inúmeros e crescentes na área ambiental, e o engenheiro da obra não lida com isso”, completa o advogado.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Desenvolvimento insustentável

Até 2050 serão necessários “três planetas” para suprir necessidades da população mundial



pnuma
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que o estilo de vida atual da humanidade é insustentável. Imagine que a população mundial, de 7 bilhões de pessoas, precisa atualmente dos recursos de um planeta e meio para se alimentar. Se as tendências atuais de consumo continuarem, até 2050 — quando a população deverá chegar a nove bilhões, serão necessários três planetas Terra. Somando-se a essas pressões, está a rápida aceleração da urbanização.
“O consumo e a produção sustentável não é apenas consumir menos, mas também fazer mais e melhor com menos. É sobre o aumento da eficiência dos recursos, promover estilos de vida sustentáveis e contribuir para a redução da pobreza”, declarou Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Pnuma.
Embora as cidades ocupem apenas 3% da superfície terrestre do planeta, elas consomem 75% dos recursos naturais, produzem 50% dos resíduos mundiais e são responsáveis por 60 a 80% das emissões dos gases de efeito estufa. A urbanização só vai continuar a distorcer as taxas desproporcionais de consumo, aponta a organização.
Com o objetivo de informar sobre as ações necessárias que darão início a um futuro mais sustentável, o Pnuma lançou o Global SCP Clearinghouse, uma rede de apoio e troca de informações sobre produção e consumo mais consciente.
Os formuladores de políticas e profissionais de todo o mundo têm desenvolvido iniciativas e ferramentas que contribuem para o consumo e a produção sustentável (SCP, na sigla em inglês) ao longo dos anos, mas a informação existente é fragmentada e ainda faltam as pontes para conectá-las às pessoas.
A Clearinghouse vai utilizar os princípios das redes sociais para unir a comunidade global SCP e criar um centro para o conhecimento e a cooperação sobre o tema. A ferramenta pretende inspirar governos, setor empresarial, pesquisadores, sociedade civil e todos os profissionais da área ou outras partes interessadas a compartilhar iniciativas, notícias, ideias, melhores práticas e ferramentas para criar um banco de dados em todo o mundo, bem como uma rede de especialistas, de modo a fortalecer as parcerias por meio de um mercado de cooperação, grupos de trabalho e fóruns.

Possíveis benefícios

A SCP pode ajudar a população dos países em desenvolvimento por intermédio da criação de novos mercados, empregos decentes e sustentáveis,por exemplo, com alimentos orgânicos, comércio justo, moradia sustentável, energia renovável, transporte sustentável e turismo, bem como uma gestão mais eficiente e equitativa dos recursos naturais.
Ela também oferece a possibilidade de os países em desenvolvimento obterem um salto qualitativo para tecnologias de recursos mais eficientes, ambientalmente saudáveis e competitivas, contornando as fases ineficientes e poluentes do desenvolvimento. A poucos dias do seu pré-lançamento na reunião do Conselho de Administração do Pnuma, em fevereiro de 2013, a Global SCP Clearinghouse registrou quase 800 novos membros, de mais de 500 organizações com base em cerca de 100 países diferentes.
Dentre as muitas iniciativas apresentadas à Clearinghouse está, por exemplo, a Plataforma de Arroz Sustentável (SRP), co-organizada pelo Pnuma e Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz com o objetivo promover a eficiência dos recursos e fluxos comerciais sustentáveis, produção e operações de consumo e as cadeias de fornecimento no setor global de arroz — uma cultura que alimenta metade do planeta.
Outra iniciativa é o Programa de Construção Sustentável, do banco público brasileiro Caixa Econômica Federal, que possui 70% do financiamento para construções de casas no mercado nacional e que, portanto, exerce grande influência na indústria de construção. O objetivo do programa é imbuir nessas indústrias práticas de construção sustentáveis, bem como a redução do impacto ambiental nos 2,6 mil escritórios no país. [EcoD]

Seminário: Ambiências Urbanas por uma Cidade mais Sustentável

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O Fórum Agenda 21 Macro Leste tem o prazer de convidar para o seu  "Tradicional" Seminário que terá como tema: 
Ambiências Urbanas por uma Cidade mais Sustentável 

Data: 29/06/2013 (sábado) 
Horário: 9h - 14h 
Local: Sesc Itaquera - Sala de Convenções 

Objetivo: Articular e fortalecer as parcerias visando a construção de um novo modelo para a sustentabilidade da Zona Leste que tenha reflexos na cidade de São Paulo 

Nesse evento também estaremos apresentando propostas para subsidiar: Conferência P + L e Mudanças Climáticas e a Conferência Municipal de Meio Ambiente 
  
Em breve encaminharemos o Folder com a Programação 


Contamos com a presença de todos !

Forte Abraço

Fórum Agenda 21 Macro Leste

PROGRAMAÇÃO
9h  – Recepção dos Participantes
        9h30  Abertura : 
ü        Café  Sustentável
ü        Apresentação  Musical: Baterista
ü        Exposição das Instituições Parceiras
        10h:  Agenda 21 Macro Leste 
        10h40 : Mesa  de Abertura
        11h20  Apresentação do Projeto de Cooperação
        11h40  Cerimônia  de Assinatura do Termo de Adesão
        12h30 Apresentação do Grupo Alma Ambiental
        13h: Encerramento
        

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Modernização certificada

Modernização certificada


Para atender à demanda de grandes corporações, novos retrofits buscam certificações de sustentabilidade. Conheça os desafios desse tipo de obra

http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/194/modernizacao-certificada-para-atender-a-demanda-de-grandes-corporacoes-288496-1.asp

Por Ana Sachs




Divulgação: Tishman Speyer
Exigências rigorosas dos sistemas de certificação de sustentabilidade potencializam a redução de consumo de água e energia durante a operação de edifícios retrofitados
As certificações de sustentabilidade começam a ganhar espaço nos projetos de retrofit de edifícios corporativos no Brasil. Assim como nas construções novas, o fenômeno é impulsionado pelas exigências das empresas de grande porte, principais locatárias desses espaços, orientadas pelas práticas recomendadas em suas políticas ambientais. Mas, para obter um bom desempenho nesses sistemas de avaliação, projetistas e construtores se deparam com grandes desafios para adaptar as novas tecnologias de sistemas prediais às condições da edificação.
Segundo Marcio Porto, arquiteto do escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, houve mudanças importantes no ambiente corporativo nas últimas décadas. "Do início dos anos 1970 até hoje, tivemos significativas mudanças nas formas de trabalho nos escritórios. A informatização é hoje uma realidade que não existia, os sistemas de ar-condicionado centrais têm características totalmente distintas da forma como era feita a climatização na época. A densidade de usuários dentro do edifício aumentou. Além disso, o próprio desgaste natural da edificação gera demanda pela renovação."
O maior desafio é que, para se conseguir uma certificação, o edifício precisa ter um alto desempenho ambiental, e isso requer maior investimento em tecnologia. É um custo necessário para o edifício se manter competitivo em relação aos concorrentes. "Não buscar esse desempenho e a respectiva certificação poderá deixar o edifício fora do novo padrão do mercado, prejudicando seu resultado comercial, seja na venda, seja na locação", aponta Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia.
Sem parar
Divulgação: Leroy Merlin
Sede administrativa da Leroy Merlin
Uso: comercial
Localização: São Paulo
Ano de construção: 1991
Ano do retrofit: 2011
Construtora: departamento de projetos e obras da Leroy Merlin
Consultoria ambiental: Inovatech Engenharia
Certificação: Aqua
Ao revitalizar sua sede administrativa, a rede de lojas Leroy Merlin optou por um retrofit certificado com o selo Aqua. "Executar uma reforma desse porte com a empresa em plena operação demandou uma grande sensibilização das equipes", conta Pedro Sarro, diretor de obras na Leroy Merlin Brasil. Cerca de 300 t de resíduos, que correspondem a 70% do total gerado na reforma, foram reaproveitados na própria obra. O novo sistema de ar-condicionado é do tipo Volume de Refrigeração Variável (VRV), de baixo consumo energético e com controle de umidade. A qualidade do ar é mantida por um sistema de umidificação e controle interno de CO2. Para reduzir o consumo de água, foram especificadas torneiras com controle de acionamento, válvulas de descarga de fluxo duplo, mictórios sem o uso de água e reaproveitamento da água da chuva nos banheiros e na rega dos jardins.
Visando à economia de energia, as fachadas receberam vidro de alto desempenho e a iluminação interna foi reformulada, com a adoção de lâmpadas led e um sistema de automação para controle de demanda. Também foram especificados materiais de baixo impacto ambiental, como madeira de demolição, carpete reciclável, manta de garrafas pet no revestimento acústico, tintas à base de água e móveis de madeira certificada. Na parte externa, foi criada uma praça, interligando os prédios com espelhos d'água e uma grande parede verde, com o objetivo de eliminar as ilhas de calor. "Com todos esses atributos, é esperada uma economia de 30% no consumo de energia e de 47% no consumo de água, sem prejudicar o conforto dos usuários", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, consultoria que trabalhou na obra.

Ainda que demandem um investimento inicial maior, os chamados retrofits verdes podem ser atraentes em termos financeiros, já que estabelecem níveis mais rigorosos de consumo de recursos na operação. "A questão é fazer uma análise econômica global, de investimento e retorno em economia operacional e valorização do patrimônio", baliza Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo do Processo Alta Qualidade Ambiental (Aqua) na Fundação Vanzolini. "Precisamos lembrar que, quanto mais alto o desempenho ambiental, menores serão os custos operacionais futuros da edificação", continua.
Segundo Luiz Henrique Ferreira, os principais benefícios estão na redução no consumo de água e energia, que pode chegar a 50%, dependendo da situação inicial encontrada. Anderson Benite, diretor da unidade de sustentabilidade do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), concorda: "no caso de edifícios que não estavam muito defasados, normalmente a economia de energia fica em torno de 10% e a de água em torno de 20%. Em edifícios mais antigos e que nunca passaram por melhorias, esses percentuais costumam ser bem maiores".
Ilustração: Sergio Colotto

Projeto Um projeto de retrofit deve seguir o ritmo normal de um projeto convencional, com a diferença de que a obtenção de dados preliminares e de levantamentos torna-se mais complexa. "Em muitos casos, os projetos executivos se perderam. Em outros, eles até existem, mas normalmente o edifício passou por uma série de modificações ao longo de sua vida útil, sem que isso fosse documentado em um as-built", explica Ferreira. Segundo o engenheiro, é fundamental contar com o apoio de uma equipe especializada em aspectos legais, além de outra que possa retratar de maneira detalhada o estado atual do edifício e sua aptidão estrutural e funcional para atender ao projeto.

 "A primeira etapa é a realização de um diagnóstico abrangente e, junto com o empreendedor ou proprietário, definir quais serão as reformas a serem executadas - troca de sistemas de ar-condicionado, retrofit de fachadas, elevadores, luminárias etc. Com base nisso, são desenvolvidos todos os projetos de arquitetura e complementares", explica Benite, do CTE.
Se o edifício tiver um bom projeto, as alterações serão menores e se limitarão à adaptação tecnológica das instalações elétricas e hidráulicas e dos principais equipamentos das áreas comuns dos edifícios, como elevadores e sistemas de iluminação, além de melhorias no sistema de manutenção do edifício e da gestão de resíduos. No entanto, pode haver mais dificultadores, dependendo das condições encontradas na edificação - como pé-direito baixo, lajes menores, maior número de pilares, falta de espaço para caixas de retardo para águas pluviais, falta de áreas técnicas para equipamentos de ar-condicionado e fachadas tombadas. "Tudo isso reduz o número de alternativas de sistemas de ar-condicionado, de aproveitamento de água da chuva, de instalação de luminárias mais eficientes, adoção de brises e outras tecnologias", lista Benite.

Prédio histórico
Fotos: divulgação Tishman Speyer
Edifício Galeria
Uso: corporativo e shopping center
Localização: Rio de Janeiro
Ano de construção: década de 1930
Ano do retrofit: 2011
Incorporadora: Tishman Speyer
Certificação: Leed
Localizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro, o Edifício Galeria abrigou durante mais de 70 anos a sede da Sul América Companhia Nacional de Seguros. Comprado em 2007 pela construtora Tishman Speyer, passou em 2011 por um grande retrofit que visava a modernizá-lo e torná-lo mais eficiente, sem deixar de lado suas características originais. "Todo o trabalho foi executado com o objetivo de manter o equilíbrio entre a herança cultural dessa construção e a modernização do espaço físico e das instalações", afirma Daniel Cherman, presidente da Tishman Speyer. A fachada foi preservada, assim como detalhes internos, entre eles a escadaria e a caixaforte - que ganhou destaque no hall. Todo o interior do edifício foi modernizado com novas instalações elétricas, hidráulicas e de telecomunicações. O prédio ganhou ainda um sistema de ar-condicionado central e elevadores inteligentes, que ajudam a reduzir o consumo de energia. A água da chuva é captada e reaproveitada para usos não potáveis. Mais seguro e funcional, o empreendimento de 28 mil m² de área construída abrigará um shopping center no andar térreo. Os outros oito pavimentos serão destinados a escritórios. Por esse retrofit, o Edifício Galeria recebeu certificação Leed na categoria Gold, a segunda mais alta do sistema de avaliação.

Certificações Hoje, existem oito tipos diferentes de certificações Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), sendo que duas delas contemplam edifícios já existentes: uma focada na gestão da operação e manutenção predial (Leed Existing Building - Operation & Maintenance) e outra focada na realização de retrofits verdes (Leed New Construction & Major Renovations). A primeira estabelece práticas sustentáveis que reduzem impactos ambientais e asseguram o conforto dos ocupantes ao longo da vida útil do edifício. Nesse modelo, a cada cinco anos, ou em menor período, deve ser realizada uma nova avaliação da performance ambiental do edifício para se manter a sua certificação.
Foto: Markus-/Shutterstock.com
Especificação de novas tecnologias em retrofits depende das condições encontradas na edificação, como altura do pé-direito, quantidade de pilares, disponibilidade de espaço para equipamentos de ar-condicionado e tombamento de fachadas
Redução no consumo de água após retrofits pode superar os 20%, dependendo das condições da edificação e de seu histórico de manutenção

Foto: Markus-/Shutterstock.com
Modernização de edifícios aposta em elevadores inteligentes, que economizam energia ao agrupar os passageiros de acordo com seus destinos ou ao acionar o mais próximo para atender à demanda
Já a segunda considera a infraestrutura e as características físicas do empreendimento, avaliando a performance ambiental do edifício revitalizado de forma comparativa a um edifício verde novo. A certificação ocorre após a conclusão do retrofit e não há recertificação. Para obter qualquer uma das certificações, o empreendimento passa por um processo de avaliação que leva em conta sete quesitos: uso racional da água, eficiência energética (de 10% de economia para um prédio novo e 5% para um prédio retrofitado, devido a limitações das construções mais antigas), redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos, qualidade dos ambientes internos da edificação, espaço sustentável, inovação e tecnologia, e atendimento a necessidades locais, que variam de empreendimento para empreendimento. Cada quesito tem um peso diferente na avaliação, e quanto maior a pontuação da edificação, melhor será o nível do selo conquistado: Silver, Gold ou Platinum.
Foto: Markus-/Shutterstock.com
Planejamento de retrofits é mais complexo porque os projetos originais, geralmente, não existem ou não correspondem à realidade devido à falta de documentação de intervenções de manutenção
A certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) baseia-se em 14 objetivos de desempenho que devem ser atingidos em níveis bom, superior ou excelente, em quatro grandes áreas: ecoconstrução, ecogestão, conforto e saúde. Para obter o selo Aqua, o empreendedor deve pensar o entorno do empreendimento na construção, no uso e na desconstrução. Deve ainda considerar aspectos do ciclo de vida dos materiais e dos sistemas construtivos, eficiência no uso da água e da energia, gestão de resíduos sólidos no canteiro, e conforto térmico, acústico, visual e olfativo da construção. No caso de um edifício já existente, essa certificação é dada se for demonstrado, por meio de diagnóstico e inventário, que ele tem condições mínimas de segurança, habitabilidade e qualidade ambiental. Caso não seja possível, o empreendimento pode passar por uma reforma visando à obtenção do selo Aqua. Em todos os casos, para conquistar a certificação, o projeto é submetido à avaliação de auditorias ao final de cada etapa do processo.

Dia Mundial do Meio Ambiente ganha site em português



http://www.agrosoft.org.br/agropag/225424.htm


O site do Dia Mundial do Meio Ambiente (WED, na sigla em inglês) está disponível em português no portal do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Na página, é possível se informar sobre o tema deste ano -- Pensar.Comer.Conservar, Diga Não ao Desperdício -- e saber mais sobre a Mongólia, país-sede da celebração em 2013. O WED é comemorado no dia 5 de junho.

Para visitar o site em português, acessewww.unep.org/portuguese/wed.

A página também oferece materiais de informação e dicas de como organizar uma celebração do WED. É possível também registrar as atividades locais na página do Pnuma, garantindo uma visibilidade global junto a ações em todo o mundo.

O site está integrado com as redes sociais e trará também artigos e outros textos sobre questões relacionadas ao desperdício de alimentos.

Lançada pelo Pnuma em parceira com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a campanhaPensar.Comer.Conservar alerta para a enorme quantidade de comida própria para o consumo que é desperdiçada no mundo.

O português é o único idioma não oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o qual o site foi traduzido. Para saber mais sobre o WED, clique aqui.

FONTE



Links referenciados


www.fao.org.br

www.pnuma.org.br

www.onu-brasil.org.br

www.unep.org/portuguese/wed

clique aqui
www.pnuma.org.br/noticias_detalhar.php?i
d_noticias=1468

Mongólia
pt.wikipedia.org/wiki/Mongólia

Adital
www.adital.com.br

Pnuma
www.pnuma.org.br

Depois de um ano, continuam divergências entre ambientalistas e ruralistas

Depois de um ano, continuam divergências entre ambientalistas e ruralistas

AGÊNCIA BRASIL 25/05/2013 13h00 



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Foto: Divulgação


Para Viana, o novo código traz motivações reais para que os proprietários de imóveis rurais recuperem e conservem as vegetações nativas. “A produção em ambientes não agredidos é menos densa. É mais cara também, mas pelo custo dessa preservação que também é mais valorizada pelos consumidores pelo sinal de pureza que ela representa”, avaliou. Em países tropicais, como o Brasil, ambientes desequilibrados muitas vezes representam ameaças de pragas ou predadores às plantações e criação de animais. “Não há omissão dos governos na implementação da lei, mas é um assunto complexo.”
O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral, considerou a iniciativa da sociedade civil bem-vinda. Há dois dias, o ministério também instalou um grupo de acompanhamento da implantação da lei para acompanhar as ações e avaliar sugestões e propostas de regulamentação da legislação.
A equipe tem representantes dos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (Abema), da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anama) e de representações civis como a CNA, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Via Campesina, Amigos da Terra e do The Nature Conservancy Brasil.
“A grande dificuldade é que o cadastro [Ambiental Rural (CAR)] cobre todo o território nacional e são mais de 5 milhões de imóveis para cadastrar em dois anos. A lei foi muito rígida com o prazo”. Mesmo diante do desafio, representantes do governo acreditam que a forma simplificada com que será feito o registro dos imóveis pode ajudar a otimizar o trabalho. “O cadastro será feito pela internet, tem imagens e temos parcerias acertadas com várias entidades representativas”, disse Cabral.
A estratégia do governo é criar um sistema semelhante ao da declaração de Imposto de Renda. Os produtores ou as associações que representam segmentos do setor produtivo que assumiram a responsabilidade do cadastro vão preencher os dados na internet. No formulário será preciso informar a localização georreferenciada do imóvel e o perímetro e as Áreas de Preservação Permanente (APP) dentro da propriedade. “Os produtores vão receber um recibo, e os órgãos estaduais e municipais vão confirmar se as informações estão corretas”, explicou Cabral.
As imagens de satélites – compradas pelo ministério e entregues para os estados depois que governadores assinaram os acordos para implementação do cadastro – vão fazer parte do cadastro ilustrando as regiões com uma resolução capaz de apontar áreas de até cinco metros de extensão. “Consigo ver margens de rios que já atendem ao tamanho de uma APP”, afirmou.
Representantes da ONG The Nature Conservancy Brasil, que implementam o modelo de cadastramento há oito anos na região da Amazônia, temem que essa necessidade ainda seja baixa e acabe resultando em sobreposição de limites de propriedades e rios no registro. Cabral admitiu que o erro pode ocorrer mas disse que o governo contratou a melhor resolução disponível no mercado brasileiro para uma cobertura total do território. Segundo ele, o ideal seria visitar cada propriedade, mas além de não ter condições para isso, o governo passaria anos para concluir o levantamento.

domingo, 26 de maio de 2013

Sustentabilidade no idioma...


23/05/2013 - 14h33

Lei que autoriza inglês nas universidades gera revolta na França


DANIELA FERNANDES
DA BBC BRASIL, EM PARIS


Um projeto de lei que autoriza as universidades da França a darem aulas em inglês, discutido atualmente pelo Parlamento, está causando grande polêmica no país.
Os opositores à medida --inúmeros intelectuais e políticos-- afirmam que "a invasão do inglês" nas faculdades representa uma "ameaça" à língua francesa.
A polêmica é tão grande que o jornal "Libération" publicou uma capa toda escrita em inglês na terça-feira (21).
O governo ressalta que a iniciativa visa atrair à França estudantes universitários de outros países, sobretudo emergentes, e também "excelentes professores" internacionais que não falam francês.
"Muitos alunos, sobretudo de Coreia do Sul, China, Brasil, Índia e Cingapura, gostariam de estudar na França, mas se sentem desencorajados pelo fato de que é preciso saber falar francês", afirma a ministra do Ensino Superior, Geneviève Fioraso.
O objetivo, segundo ela, é aumentar a porcentagem de estudantes estrangeiros nas faculdades francesas, dos 12% atuais para 15% em 2020. Mas em um país tão apegado à sua língua, a questão provocou debates acalorados antes mesmo do texto começar a ser discutido pelos deputados, na quarta-feira.
Benjamin Girette/Associated Press
Estudiosos franceses protestam em Paris contra reforma que abriria universidades do país para o inglês
Estudiosos franceses protestam em Paris contra reforma que abriria universidades do país para o inglês

REFORMA
O texto de 59 artigos, chamado Lei Fioraso, é bem mais amplo e trata da reforma do ensino superior em geral. A autorização de cursos em línguas estrangeiras nas universidades é apenas um artigo desse projeto de lei, mas ofuscou as demais medidas previstas.
Nos últimos dias, vários artigos de opinião foram publicados em jornais franceses por personalidades que ou criticam fortemente ou apoiam a utilização do inglês nos cursos universitários.
A Academia Francesa de Letras, instituição criada em 1653, fez um alerta sobre "os perigos de uma medida apresentada como uma aplicação técnica, mas que, na realidade, leva à marginalização da língua francesa".

APOIADORES
No campo dos que apoiam a iniciativa estão grandes nomes da área científica, como Françoise Barré-Sinoussi (Prêmio Nobel de Medicina pela codescoberta do vírus da Aids), Serge Haroche (Nobel de Física) e o matemático Cédric Villani (Medalha Fields, a maior premiação mundial nessa área).
"Os cientistas do mundo inteiro utilizam o inglês para se comunicar", afirmam em um artigo publicado pelo jornal "Le Monde". Segundo eles, o projeto de lei "favorece a inserção da França no mundo ao reforçar sua atratividade".
"Para que a pesquisa francesa possa se impor na Europa, pesquisadores devem se comunicar com seus vizinhos, ou seja, falar em inglês. Na Alemanha, Suécia ou Finlândia isso não é mais questionado", diz Haroche.
Mas inúmeros intelectuais das áreas de ciências humanas e letras e até mesmo políticos governistas se revoltaram contra a medida, temendo que ela reforce a "hegemonia do inglês" no mundo e reduza a diversidade linguística.
Um grupo de cerca de 30 deputados socialistas, do partido do presidente François Hollande, pediu a retirada do artigo do projeto de lei.
"Recusemos a sabotagem do francês", escreveu em um artigo no Le Monde o linguista Claude Hagège. "Estamos em guerra", diz ele, ressaltando que o projeto de lei disseminará um "câncer" e que o governo sofre "pulsões de autodestruição". "Ensinar em inglês nos levaria a ser um país colonizado cuja língua não pode mais expressar tudo", afirma o filósofo Michel Serres.

HIPOCRISIA
Para a ministra Fioraso, "é tempo de acabar com a hipocrisia" --referindo-se ao fato de que o inglês já é utilizado em vários cursos nas chamadas "grandes escolas francesas", de ensino superior em áreas como administração e engenharia.
Ela rebate as críticas ressaltando que os cursos universitários em inglês seriam realizados "em um contexto preciso e para um público-alvo bem determinado".
A chamada Lei Toubon, de 1994, atualmente em vigor, determina o francês como língua de ensino, concursos e teses. Ela prevê exceções no caso de cursos de "línguas e culturas regionais ou estrangeiras ou quando os professores são convidados estrangeiros".
O projeto de lei prevê ampliar essas exceções, permitindo aulas em línguas estrangeiras "no âmbito de acordos com universidades internacionais ou de programas financiados pela União Europeia".
Apesar da grande polêmica, somente 1% dos cursos seriam ministrados em inglês, segundo a ministra, e eles se concentrariam nas áreas científica e econômica.

BRASILEIROS
O debate já ultrapassou as fronteiras francesas. Em artigo publicado na quarta-feira pelo jornal "Libération", um grupo de universitários estrangeiros, entre eles dois brasileiros, pede aos franceses para "manter sua língua na universidade".
No texto, o grupo diz que a escolha de estudar na França se deu "justamente pelo fato de o país ter uma outra maneira de ver o mundo e um modelo cultural alternativo ao anglo-saxão dominante", diz o artigo.
O projeto de lei deverá ser votado na próxima semana pelos deputados e depois será enviado ao Senado.
Ele recebeu o apoio do Unef, principal sindicato de estudantes universitários, ligado ao partido socialista, mas é criticado por vários sindicatos de professores, que lançaram apelos de greve.

sábado, 25 de maio de 2013

Parque Ecológico Cândido Portinari

21/Maio/2013

São Paulo terá novo parque de 120 mil m² na zona oeste da cidade



Parque Ecológico Cândido Portinari ainda terá quadras poliesportivas, pista de caminhada, pista de skate, ciclovias e usina de energia solar


http://www.piniweb.com.br/construcao/urbanismo/sao-paulo-tera-novo-parque-de-120-mil-m-na-289758-1.asp

Rodrigo Louzas



Guilherme Lara Campos/Divulgação: Governo de São P
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin anunciou na última semana o início das obras do novo parque urbano ecológico na cidade de São Paulo, decorrente de uma parceria do Governo do Estado com a Comgás. O Parque Ecológico Cândido Portinari estará localizado na Avenida Queirós Filho, zona oeste da Capital, ao lado do Parque Villa-Lobos e próximo à estação Villa-Lobos/Jaguaré da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O novo parque receberá cerca de R$ 7,7 milhões em investimentos.

A área, antes utilizada como canteiro de obras do Metrô, tem 121.670 m², terá cerca de 20 mil árvores plantadas. Além dos 12 hectares de área verde, o projeto ainda prevê a construção de uma ciclovia de 1.600 metros, integrada aos 3.500 m da ciclovia do Parque Villa-Lobos; uma ciclovia infantil de 350 m; uma pista de caminhada de 1.200 m; uma pista de skate com 1.600 m², quadras poliesportivas e um estacionamento integrado ao Parque Villa-Lobos. Segundo a arquiteta Ana Lúcia de Farias, da Coordenadoria de Parques Urbanos, da Secretaria do Meio Ambiente, a nova área terá um mínimo de construções privilegiando o verde.
Outro destaque do projeto é a instalação de uma usina solar. O complexo produzirá quase 1 mega e 1.000 kilowatts de energia solar e terá capacidade para abastecer todo o parque e mais 350 casas da região.
A previsão de entrega do parque é no final de 2013.


A arquitetura é sustentável, mas o salário...



10/Maio/2013

CAU/BR realiza censo inédito de arquitetos no Brasil



Levantamento revelou que são 83.754 arquitetos no País, sendo a maioria (61%) mulheres



Redação AU


Aproveitando a ocasião da atualização cadastral, o recentemente criado Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) realizou, em parceria com a Parolle Comunicação e Serviços Especializados, uma pesquisa socioeconômica pela internet entre outubro e dezembro de 2012, para a qual responderam os arquitetos cadastrados no Conselho. O resultado se transformou no primeiro Censo de Arquitetos e Urbanistas, inédito no Brasil.

GRÁFICO 1 

São 83.754 arquitetos no País. O número por Estado segue, no geral, a proporção do número de habitantes: 54% dos arquitetos estão na região Sudeste, 23% na região Sul, 12% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste e 3% no Norte.

GRÁFICO 2

As mulheres já são a maioria dos arquitetos, 61%. A proporção aumenta com o tempo: acima de 61 anos os homens ainda são maioria (71,27%), mas a proporção se equilibra na faixa etária entre 41 e 60 anos, aumenta para as mulheres conforme a idade diminui, chegando até a 78% de mulheres arquitetas entre 20 e 25 anos.

Por outro lado, em relação às perspectivas salariais entre homens e mulheres, elas estão desfavorecidas. Na faixa de 5 a 8 salários mínimos a proporção entre homens e mulheres é equilibrada; porém, as mulheres predominam nas faixas mais baixas, enquanto os homens são a maioria entre os salários mais altos. Se isso ocorre somente pela diferença etária entre homens e mulheres, então com o tempo veremos mudanças nesse cenário.

GRÁFICO 3


A atuação dos arquitetos nos últimos dois anos indica que 92,30% trabalham efetivamente na área de arquitetura e urbanismo. Suas atribuições se dividem entre projeto de arquitetura e de urbanismo, execução, arquitetura de interiores, funcionalismo público, planejamento urbano, ensino, arquitetura paisagística e outros.

O Censo CAU/BR também levantou dados sobre o ensino de arquitetura, incluindo nível de formação e satisfação com as escolas, e também informações sobre salário, empresas e empreendedorismo. Os resultados são reveladores para aqueles que possuem ou não sua própria empresa. Leia a matéria completa na edição de maio de AU.

"Upcycle House" ... "Casa Reutilizada"

17/Maio/2013

Casa na Dinamarca será totalmente construída com materiais reciclados

http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/casa-na-dinamarca-e-totalmente-construida-com-materiais-reciclados-289008-1.asp

Upcycle House, como é chamada, utilizou desde isolamento térmico feito com jornais nas paredes até telhado produzido a partir de latas de alumínio recicladas


Rodrigo Louzas


O escritório Lendager Architects, em parceria com a Realdania Byg Foundation, propôs a construção de uma casa composta somente por materiais reutilizados em Nyborg, Dinamarca. A habitação faz parte de um empreendimento que receberá outras cinco casas do tipo.

Divulgação: Lendager Architects

A "Upcycle House" (algo como "Casa Reutilizada"), como é chamada, tem como intuito desenvolver modelos de residências sustentáveis para substituir as tradicionais casas pré-fabricadas. Cerca de 175 mil dólares foram gastos em sua construção.
Além da preocupação com os materiais usados na estrutura da casa, o projeto também prevê soluções para reduzir os gastos decorrentes de seu uso. A construção foi planejada levando em consideração quatro indicadores: redução nas emissões de CO2 (em comparação feita com as casas tradicionais), preço, operação e manutenção (vida útil esperada e despesas com manutenção) e acessibilidade em relação aos materiais.
A base para a casa, de quatro quartos, foi a reutilização de dois contêineres e molduras de madeira reciclada. Eles foram dispostos sobre uma base isolante, que inclui o reaproveitamento de isopor e garrafas de vidro usadas. As paredes são de drywall, feito com gesso reciclado e preenchido com jornais, que garantem o conforto térmico interno.
A casa ainda conta com uma sala de estar, cozinha e banheiro. O piso é feito de um um composto de plástico reciclado e granulado de madeira. Janelas, tijolos e ripas antigos também entraram no projeto. Já o telhado da "Upcycle House" foi produzido a partir de latas de alumínio recicladas, que são processadas até virarem uma folha usada como cobertura.
Já na primeira fase da construção, a casa apresentou resultados expressivos, de acordo com os arquitetos, com a redução de 75% das emissões de CO2 em relação à obra de casas comuns.

Divulgação: Lendager Architects


Divulgação: Lendager Architects


Divulgação: Lendager Architects


Divulgação: Lendager Architects


Divulgação: Lendager Architects