Com o auditório lotado, com cerca de 500 trabalhadores, na sede do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), engenheiros e arquitetos decidiram, em assembleia, manter a greve na Prefeitura de São Paulo, no início da tarde desta sexta-feira (30/5). Uma nova reunião do movimento grevista ocorre na segunda (2), às 11h, para definir as próximas ações.
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Engenheiros e arquitetos mobilizados decidem manter greve para reivindicar direitos
De acordo com balanço parcial do SEESP e do Sindicato dos Arquitetos no Estado de S. Paulo (Sasp), 12 regionais estão com atividades paralisadas nos departamentos que envolve engenharia e arquitetura, inclusive na Secretaria de Licenciamento.
Até o momento, o Executivo não sinalizou que irá retomar as negociações. As categorias, juntas, pretendem realizar novas ações para pressionar a administração pública. Em resposta a às declarações do prefeito Fernando Haddad, aos jornais da velha mídia, de que as greves em curso são oportunistas, por conta da realização da Copa do Mundo em junho, os trabalhadores lembraram que a luta vem ocorrendo há muitos anos para combater a lei salarial 13.303/02, que permite ao executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%. A legislação, no entanto, está em discordância com o artigo 92 da Lei Orgânica do Município, que assegura proteção da remuneração contra os efeitos inflacionários, inclusive com a correção monetária dos pagamentos em atraso.
Desde maio de 2007, os servidores do município, incluindo os engenheiros, acumulam perdas inflacionárias de 49,46%, segundo o INPC/IBGE.
A Prefeitura propõe remuneração a partir de subsídios que desconsideram as especificidades das diferentes atribuições e transforma todos os profissionais em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Imprensa SEESP
Centenas de engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo, em greve desde a terça-feira (27/5), promovem nesta quinta-feira (29), uma ação semelhante a que ocorreu na quarta, no histórico Edifício Martinelli, que abriga algumas das secretarias municipais. Desta vez, os trabalhadores entrarão no prédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), no Centro da capital paulista para convencer os colegas que ainda não aderiram à paralisação.
A ocupação simbólica de quarta foi um sucesso. A ação começou às 14h30 e durou cerca de duas horas. Partindo do terraço, no 26º andar, com apitos, palavras de ordem que pediam para que os colegas parassem de trabalhar e muito bom humor, o grupo entrou nas diversas salas do prédio, ocupando os andares até o 17º, onde há departamentos de engenheiros e arquitetos. A movimentação foi retomada seis andares abaixo onde mais trabalhadores da categoria foram surpreendidos com a ação e muitos deles aderiram à greve após serem orientados e esclarecidos.
Histórico
A categoria decidiu pela paralisação, na terça-feira (27/5), após diversas tentativas de negociação com o Executivo durante campanha salarial 2014. Os trabalhadores reivindicam alteração da Lei Salarial (13.303/02), que permite ao executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%. A legislação, no entanto, está em discordância com o artigo 92 da Lei Orgânica do Município, que assegura proteção da remuneração contra os efeitos inflacionários, inclusive com a correção monetária dos pagamentos em atraso.
Desde maio de 2007, os servidores do município, incluindo os engenheiros, acumulam perdas inflacionárias de 49,46%, segundo o INPC/IBGE. Além da reposição, reivindica-se o pagamento do piso da categoria de acordo com o estabelecido na Lei 4.950-A/66, de 8,5 salários mínimos, o que daria R$ 6.154,00. O respeito ao salário mínimo profissional do engenheiro foi medida anunciada como promessa de campanha pela atual administração. Os servidores também pedem a fixação de 1º de maio como data-base. No entanto, atualmente, o salário inicial do engenheiro na Administração Municipal paulista é de R$ 2.481,93.
Em resposta à mobilização dos trabalhadores, a Prefeitura propôs remuneração a partir de subsídios que desconsideram as especificidades das diferentes atribuições e transforma todos os profissionais em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Sobre a Federação Nacional dos Engenheiros - Fundada em 25 de fevereiro de 1964, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) tem sede em Brasília e, hoje, é composta por 18 sindicatos estaduais, aos quais estão ligados cerca de 500 mil profissionais. A entidade foi constituída com o objetivo de representar nacionalmente a categoria, atuando na coordenação, na defesa e na representação dos profissionais, por intermédio de seus sindicatos.
Atua intensamente na congregação de seus representados e luta pelos direitos dos profissionais, por melhores condições de vida e trabalho e pelo fortalecimento da democracia e suas instituições.
Bandeira fundamental da entidade é também a luta pelo desenvolvimento do País com inclusão social. Tal objetivo está presente no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em setembro de 2006, em São Paulo, durante o VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), e atualizado por ocasião do VII Conse, em 2009.
Fonte: Portal Brasil Engenharia
Engenheiros e arquitetos em greve fazem primeira reunião do movimento
Sexta-Feira, 30 de Maio de 2014
Foto: Thomas Lagôa/Mundo Sindical
Os engenheiros e arquitetos do Município de São Paulo, em greve desde terça-feira (27/5), realizaram na manhã desta quarta (28) a primeira reunião do movimento grevista para decidir os próximos passos. Entre as definições, serão feitas visitas aos locais de trabalho em que ainda tenham profissionais das categorias em atividade. No início da tarde do dia 27, o grupo realizou uma assembleia na sede do SEESP e, em seguinda, foram à Câmara Municipal, onde foram recebidos na reunião do colégio de líderes que ocorreu às 14h.
O presidente da Casa, José Américo (PT), e vereadores ouviram os presidentes das entidade representativas, Murilo Pinheiro, do SEESP, e Maurílio Chiaretti, do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp). Pinheiro, que também presidente a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), enfatizou a importância da mobilização e de assegurar o pagamento do piso salarial do engenheiro, conforme promessa de campanha da atual gestão.
"Soubemos que esta semana a Câmara deve receber um projeto de lei que estabelece a remuneração dos servidores por subsídio, que iguala todos os trabalhadores na mesma categoria, exclui os mais velhos e remete para 2017 o reajuste em torno de 30%, sendo que a categoria já acumula perdas de 40%, desde 2007. Nós servidores não concordamos com isso", disse Carlos Hannickel, representante do SEESP.
Mais tarde, durante a reunião que os servidores tiveram com representantes da prefeitura, após um protesto em frente ao gabinete do prefeito, no Viaduto do Chá, o representante do SEESP expôs sua indignação: "Isso nos pegou de surpresa já que na mesa de negociação ficou acordado que faríamos uma discussão sobre a questão antes de ser enviado à Câmara. E coloquei na reunião da prefeitura: ou vocês estão mentindo aqui (na prefeitura) ou estão mentindo lá na Câmara."
Fonte: Deborah Moreira/Imprensa SEESP - 29/05/2014
Engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo fazem nova mobilização
29/05/2014 - Engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo fazem nova mobilização
Centenas de engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo, em greve desde a terça-feira (27/5), promovem nesta quinta-feira (29), uma ação semelhante a que ocorreu na quarta, no histórico Edifício Martinelli, que abriga algumas das secretarias municipais. Desta vez, os trabalhadores entrarão no prédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), no Centro da capital paulista para convencer os colegas que ainda não aderiram à paralisação.
A ocupação simbólica de quarta foi um sucesso. A ação começou às 14h30 e durou cerca de duas horas. Partindo do terraço, no 26º andar, com apitos, palavras de ordem que pediam para que os colegas parassem de trabalhar e muito bom humor, o grupo entrou nas diversas salas do prédio, ocupando os andares até o 17º, onde há departamentos de engenheiros e arquitetos. A movimentação foi retomada seis andares abaixo onde mais trabalhadores da categoria foram surpreendidos com a ação e muitos deles aderiram à greve após serem orientados e esclarecidos.
Histórico
A categoria decidiu pela paralisação, na terça-feira (27/5), após diversas tentativas de negociação com o Executivo durante campanha salarial 2014. Os trabalhadores reivindicam alteração da Lei Salarial (13.303/02), que permite ao executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%. A legislação, no entanto, está em discordância com o artigo 92 da Lei Orgânica do Município, que assegura proteção da remuneração contra os efeitos inflacionários, inclusive com a correção monetária dos pagamentos em atraso.
Desde maio de 2007, os servidores do município, incluindo os engenheiros, acumulam perdas inflacionárias de 49,46%, segundo o INPC/IBGE. Além da reposição, reivindica-se o pagamento do piso da categoria de acordo com o estabelecido na Lei 4.950-A/66, de 8,5 salários mínimos, o que daria R$ 6.154,00. O respeito ao salário mínimo profissional do engenheiro foi medida anunciada como promessa de campanha pela atual administração. Os servidores também pedem a fixação de 1º de maio como data-base. No entanto, atualmente, o salário inicial do engenheiro na Administração Municipal paulista é de R$ 2.481,93.
Em resposta à mobilização dos trabalhadores, a Prefeitura propôs remuneração a partir de subsídios que desconsideram as especificidades das diferentes atribuições e transforma todos os profissionais em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Sobre a Federação Nacional dos Engenheiros - Fundada em 25 de fevereiro de 1964, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) tem sede em Brasília e, hoje, é composta por 18 sindicatos estaduais, aos quais estão ligados cerca de 500 mil profissionais. A entidade foi constituída com o objetivo de representar nacionalmente a categoria, atuando na coordenação, na defesa e na representação dos profissionais, por intermédio de seus sindicatos.
Atua intensamente na congregação de seus representados e luta pelos direitos dos profissionais, por melhores condições de vida e trabalho e pelo fortalecimento da democracia e suas instituições.
Bandeira fundamental da entidade é também a luta pelo desenvolvimento do País com inclusão social. Tal objetivo está presente no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em setembro de 2006, em São Paulo, durante o VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), e atualizado por ocasião do VII Conse, em 2009.
In Press Oficina
ANNY CASSIMIRA NOTÍCIAS - DEMAIS
Centenas de engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo, em greve desde a terça-feira (27/5), promovem no início da tarde desta quinta-feira (29), por volta das 14h, uma ação semelhante a que ocorreu na quarta, no histórico Edifício Martinelli, que abriga algumas das secretarias municipais.
Desta vez, os trabalhadores entrarão no prédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), na Galeria Olido - Av. São João, 473 - 3º, 12º ao 15º e 18º ao 23º andares, no Centro da capital paulista para convencer os colegas que ainda não aderiram à paralisação.
A ocupação simbólica de quarta foi um sucesso. A ação começou às 14h30 e durou cerca de duas horas. Partindo do terraço, no 26º andar, com apitos, palavras de ordem que pediam para que os colegas parassem de trabalhar e muito bom humor, o grupo entrou nas diversas salas do prédio, ocupando os andares até o 17º, onde há departamentos de engenheiros e arquitetos.
A movimentação foi retomada seis andares abaixo onde mais trabalhadores da categoria foram surpreendidos com a ação e muitos deles aderiram à greve após serem orientados e esclarecidos.
Histórico
A categoria decidiu pela paralisação, na terça-feira (27/5), após diversas tentativas de negociação com o Executivo durante campanha salarial 2014. Os trabalhadores reivindicam alteração da Lei Salarial (13.303/02), que permite ao executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%. A legislação, no entanto, está em discordância com o artigo 92 da Lei Orgânica do Município, que assegura proteção da remuneração contra os efeitos inflacionários, inclusive com a correção monetária dos pagamentos em atraso.
Desde maio de 2007, os servidores do município, incluindo os engenheiros, acumulam perdas inflacionárias de 49,46%, segundo o INPC/IBGE . Além da reposição, reivindica-se o pagamento do piso da categoria de acordo com o estabelecido na Lei 4.950-A/66, de 8,5 salários mínimos, o que daria R$ 6.154,00. O respeito ao salário mínimo profissional do engenheiro foi medida anunciada como promessa de campanha pela atual administração. Os servidores também pedem a fixação de 1º de maio como data-base. No entanto, atualmente, o salário inicial do engenheiro na Administração Municipal paulista é de R$ 2.481,93.
Em resposta à mobilização dos trabalhadores, a Prefeitura propôs remuneração a partir de subsídios que desconsideram as especificidades das diferentes atribuições e transforma todos os profissionais em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Sobre a Federação Nacional dos Engenheiros
Fundada em 25 de fevereiro de 1964, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) tem sede em Brasília e, hoje, é composta por 18 sindicatos estaduais, aos quais estão ligados cerca de 500 mil profissionais. A entidade foi constituída com o objetivo de representar nacionalmente a categoria, atuando na coordenação, na defesa e na representação dos profissionais, por intermédio de seus sindicatos.
Atua intensamente na congregação de seus representados e luta pelos direitos dos profissionais, por melhores condições de vida e trabalho e pelo fortalecimento da democracia e suas instituições.
Bandeira fundamental da entidade é também a luta pelo desenvolvimento do País com inclusão social. Tal objetivo está presente no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em setembro de 2006, em São Paulo, durante o VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), e atualizado por ocasião do VII Conse, em 2009.
Greve é 'oportunismo que não leva a nada', diz o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e protestos levam o governo a rever segurança da Copa.
http://www.asmetro.org.br/portal/portal/area-restrita/21-clipping/3698-greve-e-oportunismo-que-nao-leva-a-nada-diz-o-prefeito-de-sao-paulo-fernando-haddad-pt-e-protestos-levam-o-governo-a-rever-seguranca-da-copa
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (28) que há "oportunismo" em greves que ocorrem na cidade.
Os professores municipais estão parados há mais de 30 dias. Na semana passada, paralisação de motoristas e cobradores provocou caos por dois dias. Nesta quarta, servidores de alguns setores da prefeitura não trabalharam.
"[As greves são] um oportunismo que não leva a nada, porque há mesas de negociações permanentes com os trabalhadores. Eu acho que o que aconteceu na semana passada foi repudiado pela sociedade e pela própria Justiça", disse, em referência à paralisação de ônibus.
A principal reivindicação dos professores é que abono de 15,38% seja incorporado nos salários ainda neste ano.
Segundo a prefeitura, não há recursos. A administração se compromete a iniciar a incorporação a partir de 2015.
Nesta quarta, engenheiros, arquitetos, agentes de zoonose e assistentes sociais foram os profissionais que mais aderiram à greve convocada pelo Sindsep (sindicato dos servidores municipais).
Segundo balanço da prefeitura, engenheiros e arquitetos das secretarias de Habitação e Especial de Licenciamentos aderiram quase integralmente. Nas subprefeituras, a adesão foi parcial.
Cerca de 45% dos 2.500 agentes de zoonoses em ação externa aderiram à greve.
Não funcionaram 17 dos 49 Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e 4 dos 26 Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), segundo a prefeitura.
O sindicato dos servidores pede reajuste de 11,43%, reposição da inflação e alta no piso de R$ 755 para R$ 820.
Questionado, Haddad afirmou que os sindicatos conhecem as finanças municipais tanto quanto ele.
Protestos levam o governo a rever segurança da Copa
Após a manifestação que parou o trânsito no Eixo Monumental na última terça-feira, terminou com um confronto entre policiais e índios e suspendeu a exibição da taça de campeão da Copa do Mundo para a população, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fosse, pessoalmente, conversar com os secretários de segurança pública das 12 cidades sedes para fazer um pente-fino nos preparativos de cada uma delas. Além disso, ficou acertado que, para evitar problemas no desembarque das delegações, as seleções e as autoridades estrangeiras chegarão às respectivas bases aéreas de cada estado e deixarão o local em rotas alternativas. A determinação presidencial estendeu-se também aos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, responsáveis pela interlocução com os estados para evitar baderna durante o Mundial.
Ontem, depois da terça-feira de flechas e bombas na Esplanada, o governo não foi poupado de novos protestos. Um grupo de 100 quilombolas se manifestou em frente ao Palácio do Planalto, pela manhã. Eles pediram por agilidade na demarcação de terras. O ato ocorreu no momento em que a presidente Dilma Rousseff anunciava novas regras para o comércio de diesel.
Segundo o articulador geral do Movimento Quilombola do Maranhão, Gil Quilombola, as comunidades de nove estados estão reunidas em Brasília para pedir o título das terras que ocupam. Ele alega que o período médio para a liberação dos documentos varia muito e, em alguns casos, como em Bacuri, no Maranhão, já leva mais de 19 anos. "Queremos chamar a atenção das pessoas para a nossa causa", diz.
Problemas fundiários também levaram cerca de 500 indígenas para a Esplanada dos Ministérios. Eles se concentraram em frente ao espelho d"água do Congresso para repudiar matérias em tramitação no Legislativo, entre elas a PEC 215, que passa do Executivo para parlamentares federais a prerrogativa de demarcar terras indígenas.
Um grupo de 20 lideranças indígenas se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros. Ambos se comprometeram a não colocar em votação nenhuma das matérias listadas pelos índios enquanto não houver consenso. Eles vieram a Brasília de várias partes do país para a semana de manifestações.
Segundo os organizadores do ato, os custos chegaram a R$ 98 mil, bancados por associações regionais de índios e associações ligadas ao tema, como o Centro Indigenista Missionário (Cimi). Eles garantiram que não há dinheiro público no montante, exceto passagens aéreas pagas pelo governo federal a 20 participantes, que vieram à capital para reuniões em conselhos na Funai e no Ministério da Saúde. O restante veio de ônibus. Eles deixarão Brasília hoje.
O ministro da Justiça já esteve na Bahia na segunda, no Rio na terça e correrá contra o tempo para se reunir com os secretários de Segurança de todas as outras sedes da Copa até a data de início do evento. Ontem, ele afirmou que manifestantes que cometerem "abusos" durante o Mundial serão punidos, ao mesmo tempo em que assegurou a segurança aos turistas do exterior. "Os estrangeiros devem se sentir seguros, sim", afirmou, em cerimônia no Conselho Nacional do Ministério Público.
Na mesma ocasião, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou a instalação de um gabinete de crise, entre ministérios públicos Federal e estaduais, para agir no caso de excessos nas manifestações, "de um lado e de outro".
Colaboraram Diego Abreu, Étore Medeiros e Grasielle Castro
Do controle à dispersão
Saiba quais os pontos nevrálgicos na preparação das forças de segurança para lidar
com possíveis manifestações durante a Copa e como o Brasil está em cada um deles, segundo analistas
» Comando das operações
Os protestos do ano passado levaram à elaboração de um protocolo de conduta das polícias. Com isso, os comandos das forças policiais estaduais, sobretudo da Polícia Militar, foram bem treinados para conduzir a tropa durante as manifestações. O temor é que, nas operações integradas, em que várias instituições participam, como Polícia Federal e Exército, os comandantes de cada uma dessas corporações não se entendam.
» Disposição da tropa
Os últimos protestos têm mostrado que a polícia está aprendendo a se posicionar melhor durante as manifestações. A falta de sintonia, vista nas manifestações de junho, teria diminuído, enquanto estratégias para contenção de grupos que depredam patrimônio ou usam de violência contra os agentes de segurança são testadas. Uma delas é o chamado cercado, usado, não sem controvérsia, pela polícia de São Paulo.
» Identificação de lideranças
Embora a PF venha trabalhando na identificação de lideranças black blocs, segundo noticiado recentemente, não se sabe, ainda, se as polícias estaduais fizeram o dever de casa nesse sentido. Acredita-se que conhecer quem são as pessoas-chave, os organizadores dos protestos, em cada cidade facilitaria o trabalho de diálogo, persuasão e dispersão de aglomerações.
» Comunicação
O sistema de comunicação entre os agentes de segurança — inclusive de diferentes instituições envolvidas nas operações da Copa — preocupa. A falta de equipamentos modernos ligados em rede pode atrapalhar a comunicação, deixando a forças de segurança reféns de celulares que nem sempre funcionam, sobretudo se houver um distúrbio que leve muita gente a usar o telefone ao mesmo tempo.
» Bloqueio de vias
A fluidez do trânsito, já prejudicada pela falta de obras de mobilidade urbana, pode se agravar caso manifestantes decidam bloquear ruas importantes das cidades sedes. Para evitar que isso ocorra, a polícia deverá disciplinar os protestos, abrindo faixas exclusivas para os grupos ou exigindo o aviso prévio às autoridades, conforme prevê a lei brasileira. Para fazer isso sem soar truculenta, entretanto, terá de identificar lideranças, para dialogar, e usar estratégias de contenção previamente definidas.