Britânica morre de câncer após receber pulmão de fumante
Atualizado em 18 de dezembro, 2012 - 06:13 (Brasília) 08:13 GMT
Uma britânica de 27 anos morreu de câncer após receber o pulmão de um fumante em um transplante.
Jennifer Wederell, que sofria de fibrose
cística, morreu em casa, no condado de Essex, no sudeste da
Grã-Bretanha, 16 meses após a operação.
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Seu pai, Colin Grannell, diz
acreditar que a filha não teria concordado com o transplante se soubesse
que o doador, um homem de meia-idade, era um fumante compulsivo.
O hospital que realizou a operação se desculpou por não oferecer uma opção a Jennifer.
Jennifer foi diagnosticada com fibrose cística
aos 2 anos, e com 20 e poucos anos passou a usar um tubo de oxigênio 24
horas por dia.
Ela estava havia 18 meses na lista de espera por
um transplante de pulmão quando, em abril de 2011, foi avisada de que
um doador havia sido encontrado.
Grannell disse que a família esperou aquele momento por anos e pensava que o transplante ajudaria a filha a derrotar a doença.
Mas em fevereiro deste ano, um tumor maligno foi encontrado em seu pulmão.
'Riscos maiores'
"O choque imediatamente se transformou em raiva,
porque quando os riscos foram explicados na hora anterior ao
transplante, em nenhum momento foi mencionado que seria usado o pulmão
de um fumante", disse Grannell.
"Ela estava morrendo uma morte que deveria ser de outra pessoa", afirma.
Grannell criou um grupo no Facebook, chamado Jennifer's Choice (A escolha de Jennifer) para estimular não-fumantes a se registrarem como doadores de órgãos.
A administração do hospital onde o transplante
foi realizado afirmou em um comunicado que "é muito raro que os
pacientes especifiquem que não querem receber pulmões saudáveis de
fumantes".
"Os riscos são muito maiores se o paciente
recusa um pulmão de um doador fumante e decide esperar por outro órgão
que seja compatível e também de um não-fumante", diz o comunicado.
O hospital afirmou, porém, que reconhece que
Jennifer deveria ter tido a opção de escolher. "Pedimos desculpas
sinceras pelo descuido", afirma.
"Infelizmente, o número de pulmões disponíveis
para transplante cairia 40% se houvesse uma política de recusar aqueles
que vêm de fumantes. As listas de espera aumentariam e muito mais
pacientes morreriam sem um transplante", diz.