Comida 'ecológica' será para poucos na Cúpula dos Povos
Crescimento do evento que integra Rio+20 inviabiliza alimentação fornecida por agricultores familiares
28 de maio de 2012 | 3h 08
Heloísa Aruth Strum - O Estado de S.Paulo
RIO - O aumento no número de participantes da Cúpula dos Povos superou a
expectativa inicial da organização e vai inviabilizar parte de um dos principais
projetos de seus idealizadores: o fornecimento de alimentação agroecológica
gratuita durante todos os dias do evento, entre 13 e 22 de junho, no Aterro do
Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. A Cúpula é parte da Rio+20.
A estrutura inicialmente projetada contemplava até 10 mil participantes. Hoje, com mais de 23 mil inscritos, a Cúpula trabalha com alternativas para que pelo menos parte da estratégia seja concretizada. "O que tínhamos no início, de total abastecimento por meio da pequena agricultura, não conseguiremos cumprir. A pequena agricultura tem essa potencialidade, mas a nossa estrutura não", disse Marcelo Durão, representante da Via Campesina e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.
A alimentação agroecológica é uma das principais bandeiras dos movimentos sociais ligados às questões agrícolas, que propõem uma produção baseada na agricultura familiar e sem a utilização de agrotóxicos ou outros agentes químicos. Buscam também evitar o desmatamento de grandes áreas para a produção em larga escala, característica do agronegócio brasileiro.
Em vez de oferecer três refeições diárias, os organizadores distribuirão café da manhã e lanche da tarde para todos os participantes alojados nos cinco acampamentos montados no Sambódromo, na Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Estação Ferroviária Leopoldina e em dois Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). O custo estimado é de R$ 2,5 milhões, 25% do orçamento total da Cúpula.
Estratégia. A organização busca então o que chama de estratégia combinada: enquanto uma parcela da alimentação será oferecida por meio de organizações de economia solidária, na qual está a agricultura familiar, os participantes serão direcionados para os restaurantes próximos aos alojamentos e ao Aterro.
"Infelizmente não temos estrutura de cozinha para dar conta desse aumento enorme e exponencial de participação. Não temos condição de atender tudo, mas queremos acolher da melhor maneira possível esse desejo de participação", disse Fátima Mello, diretora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.
Embora a movimentação diária de pessoas no Aterro do Flamengo seja estimada em 20 mil a 25 mil participantes, os alojamentos à disposição oferecem acomodação para até 15 mil visitantes. "Temos uma demanda de 23 mil pessoas querendo vir e temos uma dificuldade de receber esse público garantindo segurança, transporte e alimentação para todos", afirmou Durão.
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A estrutura inicialmente projetada contemplava até 10 mil participantes. Hoje, com mais de 23 mil inscritos, a Cúpula trabalha com alternativas para que pelo menos parte da estratégia seja concretizada. "O que tínhamos no início, de total abastecimento por meio da pequena agricultura, não conseguiremos cumprir. A pequena agricultura tem essa potencialidade, mas a nossa estrutura não", disse Marcelo Durão, representante da Via Campesina e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.
A alimentação agroecológica é uma das principais bandeiras dos movimentos sociais ligados às questões agrícolas, que propõem uma produção baseada na agricultura familiar e sem a utilização de agrotóxicos ou outros agentes químicos. Buscam também evitar o desmatamento de grandes áreas para a produção em larga escala, característica do agronegócio brasileiro.
Em vez de oferecer três refeições diárias, os organizadores distribuirão café da manhã e lanche da tarde para todos os participantes alojados nos cinco acampamentos montados no Sambódromo, na Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Estação Ferroviária Leopoldina e em dois Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). O custo estimado é de R$ 2,5 milhões, 25% do orçamento total da Cúpula.
Estratégia. A organização busca então o que chama de estratégia combinada: enquanto uma parcela da alimentação será oferecida por meio de organizações de economia solidária, na qual está a agricultura familiar, os participantes serão direcionados para os restaurantes próximos aos alojamentos e ao Aterro.
"Infelizmente não temos estrutura de cozinha para dar conta desse aumento enorme e exponencial de participação. Não temos condição de atender tudo, mas queremos acolher da melhor maneira possível esse desejo de participação", disse Fátima Mello, diretora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula.
Embora a movimentação diária de pessoas no Aterro do Flamengo seja estimada em 20 mil a 25 mil participantes, os alojamentos à disposição oferecem acomodação para até 15 mil visitantes. "Temos uma demanda de 23 mil pessoas querendo vir e temos uma dificuldade de receber esse público garantindo segurança, transporte e alimentação para todos", afirmou Durão.