24/07/2011 - 07h45
Conheça os bairros mais verdes de São Paulo
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CARLOS ARTHUR FRANÇA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Há quem saia da capital paulista para viver em uma área mais verde. Mas há também os que não precisam deixar a metrópole para isso.
A Folha pediu a cinco pesquisadores que apontassem os bairros que consideram os mais arborizados da cidade.
- Concentração de áreas verdes cria 'apartheid vegetal'
- Proximidade com a natureza é motivo de mudança para bairros
Oito foram os eleitos. No centro, está Higienópolis; na zona norte, o Jardim São Bento, no distrito da Casa Verde; na zona oeste são cinco, Alto de Pinheiros, Alto da Lapa, Jardim Europa, Morumbi e Pacaembu; e, na zona sul, a Chácara Flora, no distrito de Santo Amaro.
O levantamento deixa de lado áreas com vegetação nativa e parques e foca bairros em que o verde está nas ruas e nas praças.
Com esse recorte, ficaram de fora a zona leste e bairros do extremo da zona norte, caso do Horto Florestal, e do extremo da zona sul,como Marsilac.
Ze Carlos Barretta/Folhapress |
Rua das Barcas, na Chácara Flora (zona sul), um dos bairros mais arborizados da cidade de São Paulo |
PLANEJADOS
Os bairros escolhidos, à exceção do Jardim São Bento, têm um ponto em comum: o planejamento urbano.
Com curvas sinuosas nas ruas e vias sem saída, sete deles foram desenhados de forma a espantar o trânsito que não fosse local.
Calçadas largas, praças e canteiros com árvores são outras características desses lugares, aponta o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas Sérgio Brazolin.
Com espaços agradáveis para convivência, esses bairros compartilham também o alto valor de suas unidades. Enquanto um dois-quartos usado em Higienópolis sai, em média, por R$ 785 mil, na vizinha Santa Cecília, o preço médio de um usado de mesma tipologia é de R$ 422 mil, segundo a consultoria imobiliária Brasil Brokers.
"Em bairros superadensados, como os do centro e da zona leste, não sobra espaço [para as árvores], as calçadas são mínimas e as ruas, estreitas", afirma Paulo Pellegrino, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
24/07/2011 - 07h45
Concentração de áreas verdes cria 'apartheid
vegetal'
CARLOS ARTHUR FRANÇA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Quando o critério é a cobertura verde dentro da malha urbana, a capital paulista poderia ser dividida em duas: a verde oeste e a cinza leste.
"É como se houvesse um `apartheid vegetal'", sentencia o pesquisador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Paulo Pellegrino. "As marginais formam um corredor verde do Morumbi até Pacaembu e Perdizes."
Dos 10 distritos com maior cobertura vegetal por habitante em que houve lançamentos imobiliários nos últimos quatro anos, 7 ficam do lado esquerdo da capital.
Do lado direito dessa linha imaginária que cortaria a cidade longitudinalmente a partir do centro, estão 15 dos 20 distritos com menor arborização da cidade.
Como área verde, estão computadas tanto reservas naturais e parques como árvores e gramados nos passeios públicos. Os dados são da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente cruzados com o censo demográfico de 2010.
Por trás de regiões com praças e árvores está o planejamento urbano. Áreas como Alto de Pinheiros e Pacaembu foram loteadas pela empresa Companhia City com o conceito de "bairros-jardins".
Já na zona leste, a ocupação desordenada é a maior responsável pela falta de verde, diz a pesquisadora Sandra Gomes, do Centro de Estudos da Metrópole.
AR FRESCO
Com árvores nas ruas, além de espaço de convivência, ganha-se também com temperaturas mais baixas.
"Se você pegar um mapa termal da cidade, vai ver que os pontos mais frescos coincidem com parques como o Ibirapuera", explica Neli Aparecida de Mello-Théry, pesquisadora de Gestão Ambiental da USP.
A vegetação também permite a infiltração da água no solo, reduzindo a chance de enchentes, pontua Juliana da Costa, pesquisadora da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Onde não há praças ou canteiros, a desapropriação de terrenos para criar áreas verdes é cara e demorada, avalia Sandra Gomes.
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress | ||