Uma 'Torre Eiffel' para a Amazônia
A ideia pode parecer mirabolante assim, à primeira vista: construir uma torre de 100 toneladas, da altura da torre Eiffel no meio da floresta amazônica? Mas não se trata de nenhuma excentricidade, o Observatório Amazônico de Torre Alta, o Atto (sigla em inglês para Amazonian Tall Tower Observatory), é um projeto científico sério e de longo prazo.
A ambiciosa iniciativa de US$ 10,9 milhões é do Instituto Max Planck de Química, na Alemanha, financiada por uma parceria entre o governo brasileiro e o alemão. A verba alemã está liberada desde julho do ano passado.
Já a contrapartida brasileira, depois de meses de atrasos e burocracia, estaria "em fase final de aprovação e com previsão de liberação de recursos financeiros nos próximos meses", de acordo com o coordenador do projeto no Brasil, o pesquisador Antonio Manzi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Com isso, deve ser iniciado ainda neste ano o processo de licitação da gigantesca torre principal, de 320 metros de altura. A estimativa de Manzi é que a torre principal seja erguida até outubro de 2012. Enquanto isso, uma torre secundária de 80 metros já foi comprada na Irlanda e construída no local, a cerca de 150 km de Manaus, no Amazonas.
O projeto tem como objetivo coletar e analisar dados sobre as trocas de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera acima da floresta. Como consequência, a expectativa é que modelos climáticos para a região sejam muito aperfeiçoados. Com a observação de longo prazo, finalmente poderá ser possível avaliar exatamente como e quanto a floresta amazônica atua, por exemplo, na retirada de CO2 da atmosfera, um dos chamados serviços ambientais atribuídos à Amazônia.
De acordo com o pesquisador alemão Jürgen Kesselmeier, do instituto Max Planck, também já foi erguido um mastro de 80 metros de altura e estão sendo comprados instrumentos, inclusive uma estação meteorológica já estão funcionando.
Mas as chances de a gigantesca torre principal ser fabricada no Brasil são pequenas.
"Os preços no Brasil são cerca de duas a três vezes mais altos que na Europa. Mas ainda não foi decidido onde encomendaremos as peças da torre mais alta", afirmou Kesselmeyer ao blog Planeta & Clima.
Pena...