terça-feira, 14 de junho de 2011

Ciclista atropelado por ônibus de turismo na Av. Sumaré! Ciclista é invisível?


Ciclistas promovem ato após morte de executivo em SP




13/06/2011 19h51 - Atualizado em 13/06/2011 22h18

Antonio Bertolucci, da Lorenzetti, foi atropelado por um ônibus. 
Manifestação é de apoio à família do ciclista, que tinha 68 anos.

Bicicleta é pendurada em semáforo (Foto: Marcelo Mora/G1)Bicicleta é pendurada em semáforo (Foto: Marcelo
Mora/G1)

Ciclistas colocam faixas em homenagem a executivo (Foto: Marcelo Mora/G1)Ciclistas colocam faixas em homenagem a executivo (Foto: Marcelo Mora/G1)
Após a morte do executivo Antonio Bertolucci, presidente do Conselho Administrativo da Lorenzetti, um grupo de ciclistas promoveu na noite desta segunda-feira (13) uma manifestação na Avenida Sumaré, Zona Oeste de São Paulo, onde ocorreu o acidente. Bertolucci, que tinha 68 anos, andava de bicicleta pela manhã quando foi atingido por um ônibus de turismo.
Parentes e amigos também participaram do ato. Eles colocaram cartazes homenageando o executivo e cobrando dos motoristas o cumprimento da lei que determina 1,5 metro de distância de ciclistas. Também depoistaram coroas de flores e acenderam velas no local do acidente.
Nas declarações, os familiares do empresário não conseguiam conter a emoção. "Ele tinha 68 anos e muita sede de viver. Estamos aqui para questionar: 'Até quando isso vai acontecer?' As pessoas não têm respeito por nada, por ninguém. Ele era italiano, amava andar de bicicleta, amava as pessoas, amava os pedestres, e não foi respeitado", disse Flávia Bertolucci, nora do empresário.
Manifestantes pintam o chão da avenida (Foto: Marcelo Mora/G1)
Manifestantes pintam o chão da avenida (Foto:
Marcelo Mora/G1)
Adeptos da bicicleta como meio de transporte compareceram para prestar solidariedade à família. "A gente sempre se comunica pela internet e nos sentimos feridos pelo que aconteceu aqui na Sumaré. Estamos pedindo respeito aos ciclistas. O motorista tem de respeitar a distância mínima de 1,5 m do ciclista, como determina o Código de Trânsito. Além disso, o poder público tem de fazer campanhas de conscientização", afirmou Felipe Aragonês, do Instituto Ciclo BR de Fomento e Mobilidade Sustentável.
A via teve de ser interditada durante o ato. Ciclistas aproveitaram para pintar o chão, sinalizando a passagem de bicicletas no local. Depois, bloquearam a Avenida Sumaré em um dos sentidos. Houve lentidão no trânsito, até a PM liberar paulatinamente as faixas.
Uma bicicleta pintada de branco (chamada de 'ghost bike') foi pendurada em um semáforo para representar a morte.
Motorista do ônibus
À polícia o motorista do ônibus relatou que não viu o ciclista e apenas ouviu um barulho quando fazia uma curva. As informações foram divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública e constam do boletim de ocorrência feito no 14º DP (Pinheiros). Bertolucci foi atingido em uma alça de acesso à Avenida Sumaré, no bairro Perdizes.

Parentes e amigos depositam flores na avenida (Foto: Marcelo Mora/G1)
Parentes e amigos depositam flores na avenida (Foto: Marcelo Mora/G1)

Quarenta e nove ciclistas morreram na capital no ano passado, mais de dois por mês, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em nota, a Silvetur, dona do ônibus, disse que lamenta o acidente e que apura os fatos.



13/06/2011 - 16h02

Presidente de conselho da Lorenzetti morre atropelado em SP





Atualizado às 17h14.
O empresário Antonio Bertolucci, 68, morreu na manhã desta segunda-feira após ser atropelado por um ônibus de turismo quando andava de bicicleta na região da avenida Sumaré, na zona oeste de São Paulo.
Bertolucci era acionista e presidente do Conselho de Administração do Grupo Lorenzetti, fabricante de duchas e chuveiros. Em nota, a empresa lamentou o acidente e disse que o empresário deixa mulher e seis filhos.
O atropelamento ocorreu por volta das 9h20. O motorista do ônibus disse à polícia que trafegava pelo acesso à avenida Paulo 6º quando ouviu um barulho ao fazer a curva. Ele afirmou só ter visto o ciclista, pelo retrovisor, quando ele já estava caído no chão, entre o ônibus e a guia.
Segundo o boletim de ocorrência, Bertolucci foi atingido pelo pneu dianteiro do lado direito do ônibus. O veículo passou, ainda, sobre a perna do empresário.
Ele foi levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 9h35.
Ciclistas estão organizando uma manifestação, inicialmente para as 19h, no mesmo local do acidente, para protestar contra a falta de segurança no trânsito.
A ocorrência foi registrada no 14º DP (Pinheiros), que vai investigar as circunstâncias do acidente.

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  • SP tem só 35 km de ciclovias, 7% do previsto

    Segundo três estudos diferentes, cidade deveria ter 522 km de faixas exclusivas para os ciclistas; vias deveriam ser construídas até o fim de 2012

    14 de junho de 2011 | 0h 00


    Autoria: Paulo Saldaña e Rodrigo Burgarellis - O Estado de S.Paulo
    Se todos os planos e promessas de ciclovias feitos nos últimos anos fossem somados, São Paulo deveria terminar o ano de 2012 com 522 km de vias e faixas exclusivas para as bicicletas - uma infraestrutura digna de cidade europeia. Até agora, porém, a capital conta com apenas 35,7 km de ciclovias, o que representa 7% de tudo o que foi planejado para aumentar a segurança dos ciclistas no Município. Para conseguir cumprir o planejado, a Prefeitura teria de construir 486 km de ciclovias até o fim do próximo ano.
    Os números constam de três fontes diferentes e foram levantados pela assessoria técnica do gabinete do vereador Chico Macena (PT), ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A primeira são os Planos Regionais Estratégicos (PREs) de cada uma das subprefeituras, aprovados em 2004 como complemento ao Plano Diretor da cidade.
    Os PREs detalham as obras de transporte prioritárias em cada região da cidade, que deveriam ser executadas até 2012. A ideia era fazer um planejamento de longo prazo, mas que até agora não deu certo - apenas 10 km dos 367 km de ciclovias previstos para toda a cidade saíram do papel.
    Os outros 155 km previstos dizem respeito à Agenda 2012 - o plano de metas oficial da gestão Gilberto Kassab (sem partido) - e à promessa de construir 55 km de ciclovias e ciclofaixas nos três bairros onde há mais deslocamentos de ciclistas: Jardim Helena, na zona leste, Jardim Brasil, na zona norte, e Grajaú/Cocaia, na zona sul. O plano original previa que algumas das obras começariam ainda em 2009, mas até agora nenhuma delas foi iniciada. A CET afirmou que o projeto executivo está sendo concluído e a licitação para as obras deve sair nas próximas semanas.
    Já a Agenda 2012 prevê a construção de 100 km de ciclovias e ciclofaixas. Até agora, 16 km de ciclovias foram inaugurados, além de 10 km da Ciclofaixa de Lazer - essa, porém, só funciona aos domingos e não é considerada infraestrutura de transporte pelos ciclistas. O evento, porém, já provocou reflexos, segundo a CET. De 2009 para 2010, a queda de mortes de ciclistas no trânsito foi de 19,7% - de 61 para 49.
    Além disso, a administração vai definir e sinalizar duas "ciclorrotas" no Município, para reforçar a ideia de que ciclistas e veículos automotores devem compartilhar a faixa. A primeira delas, no Brooklin, zona sul, deve começar a funcionar ainda neste mês. A outra será inaugurada no centro.
    PERFIL
    Antonio Bertolucci, 68 anos, presidente do conselho da Lorenzetti
    Era apaixonado por bicicletas
    Antonio Bertolucci era neto de Alessandro Lorenzetti, que fundou a empresa, em 1923. Ele era apaixonado por bicicletas - tinha mais de 15. Todos os dias, fazia um passeio matinal de duas horas. Acordava às 7h, comprava pão para deixar na casa do filho Rogério e seguia do lugar onde morava, nas proximidades do Shopping Iguatemi, nos Jardins, até sua antiga casa, no Sumarezinho. Depois do passeio, voltava para casa, tomava café com a mulher e ia de carro até a sede da Lorenzetti, na Mooca. Rogério diz que a família havia pedido que ele parasse de andar de bike, mas não adiantou. "Ele adorava."