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As maiores bacias subterrâneas de água da Terra estão se esgotando mais rapidamente do que se acreditava anteriormente, de acordo com dois novos estudos da Universidade da Califórnia, Irvine (UCI).
Os estudos usaram dados coletados dos satélites do Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE) - da Nasa, entre 2003 e 2013, que examinam os 37 maiores aquíferos do planeta.
Vinte e um desses aquíferos ultrapassaram seus “pontos limites” de sustentabilidade, o que significa que perderam mais água a cada ano do que estão sendo reabastecidos naturalmente através de processos como a chuva ou o derretimento da neve, disse Jay Famiglietti, cientista sênior do ciclo hídrico do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e principal pesquisador dos dois estudos.
Desses 21, oito estavam muito "sobrecarregados", o que significa que "quase não há reposição natural" para restaurar a água utilizada pelos seres humanos, de acordo com um comunicado da UCI.
Os outros cinco foram designados como "extremamente ou altamente sobrecarregados", o que significa que eles estão "em apuros", mas ainda têm "um pouco de água que flui de volta para eles."
Crédito: UC Irvine/NASA/JPL-Caltech
Entre os classificados como "altamente sobrecarregados" está o Sistema Aquífero do Vale Central da Califórnia.
Em anos de seca as águas subterrâneas, que normalmente fornecem 46 por cento ou mais da água do estado, de acordo com o Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia.
A Califórnia está agora em seu quarto ano de seca excepcional.
Muitas comunidades dependem exclusivamente das águas subterrâneas para suas necessidades hídricas, observou o departamento.
A fonte de água subterrânea mais sobrecarregada do mundo, de acordo com pesquisadores, é o Sistema Aquífero árabe, que fornece água para mais de 60 milhões de pessoas.
Os pesquisadores usaram as leituras de dois satélites GRACE da NASA, que medem as variações da força gravitacional da Terra, disse Famiglietti ao The Huffington Post.
Quando uma área ganha ou perde um grande volume de água, a alteração na massa permite que os satélites percebam a diferença na força gravitacional. Isso permite que os pesquisadores determinem as taxas de esvaziamento dos grandes aquíferos.
Embora os cientistas sejam capazes de dizer rapidamente o quanto a água está se acabando, eles não sabem exatamente quanto sobra.
Seria possível determinar o atual suprimento de água subterrânea através da perfuração nos aquíferos, disse Famiglietti, mas os cientistas não possuem recursos hoje para fazer isso.
Ele acredita que é crucial determinar a quantidade exata de água ainda no solo.
"Dada a rapidez com que consumimos as reservas subterrâneas de água do mundo, precisamos de um esforço global coordenado para determinar o quanto nos resta", disse ele no comunicado da UCI.
Leia os estudos completos, que foram publicados na terça-feira, da Pesquisa de Recursos Hídricos, aqui e aqui.
(Tradução: Simone Palma)
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.