Artistas cobram mais sustentabilidade do McDonald's brasileiro
http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Sustentabilidade/noticia/2013/12/artistas-cobram-mais-sustentabilidade-do-mcdonalds-brasileiro.html
Campanha pede que a rede de fast-food se comprometa com a extinção das celas de gestação para as porcas reprodutoras
POR REDAÇÃO GLOBO RURAL
A modelo e ex-VJ Ellen Jabour, o ator da TV Record Eduardo Pires e a atriz global Thaila Ayala lançaram uma campanha na Change.org, um dos maiores portais de petições do mundo, pedindo que a rede de fast-food McDonald’s se comprometa com a abolição do uso de celas de gestação para porcas reprodutoras, uma prática considerada demasiadamente cruel por especialistas de bem-estar animal e proibida em alguns países. No ano passado, a rede se comprometeu com a mudança nos Estados Unidos, mas ainda não estendeu essa política ao Brasil.
“A produção industrial de carne suína no Brasil é extremamente cruel com os animais. Nós ficamos horrorizados ao descobrir que grande parte das porcas reprodutoras passam praticamente suas vidas inteiras presas em celas de gestação, cubículos tão pequenos onde elas mal podem se mover”, declararam os artistas. “Nos Estados Unidos o McDonald’s já se comprometeu a abolir essas celas, admitindo publicamente que elas ‘não são um sistema de produção sustentável’ e cobrando essa mudança dos seus fornecedores. Já passou da hora deles fazerem o mesmo aqui”, completam os famosos.
Os artistas também gravaram um vídeo para incentivar o público a engrossar a campanha pelo fim das práticas cruéis na produção de alimentos.
Veja o vídeo:
Segundo a Arca Brasil, uma das maiores ONGs de proteção animal do país e responsável pela ação com os artistas, a maioria dos produtores de suínos em escala industrial no Brasil usa as celas de gestação, gaiolas de metal que têm praticamente o mesmo tamanho do corpo dos animais. As porcas são submetidas a ciclos repetidos de inseminação e passam praticamente suas vidas inteiras confinadas em tais celas, que as impedem até mesmo de se virar ou dar mais do que um passo para frente ou para trás.
“O McDonald’s tem que ser coerente e adotar no Brasil os mesmos padrões éticos e de bem-estar animal que já tem nos EUA. As pesquisas são claras: a grande maioria dos consumidores brasileiros se importa com a questão e não quer que os animais sejam maltratados durante a produção de alimentos”, afirmou Marco Ciampi, presidente da Arca.
O comprometimento com o abandono do uso de celas de gestação é um tema que ganha cada vez mais relevância também no setor corporativo dos EUA. Nos últimos três anos, mais de 60 empresas líderes de mercado no setor varejista e alimentício no país anunciaram políticas de sustentabilidade comprometidas com a eliminação dessa prática em suas cadeias de fornecimento. Algumas dessas empresas são: Burger King, McDonald’s, Subway, Costco e Compass Group (representado pela empresa GRSA no Brasil). Associações de produtores suínos da Austrália e África do Sul também já se comprometeram a restringir o confinamento contínuo de porcas em celas até 2020. O governo do Canadá agora discute uma proibição nacional.
A petição pode ser acessada no link: http://www.change.org/porcas
MC LANCHE INFELIZ COM FRITAS, R$8,00
MAIS INFORMAÇÕES
Lanche com 1 hamburguer, queijo, molho especial + bata frita + brinde.
16/02/2009 - 07h21
McFavela muda de nome em Heliópolis, mas reaparece na zona leste de SP
Rodrigo Bertolotto
Do UOL Notícias
Em São Paulo (SP)
Do UOL Notícias
Em São Paulo (SP)
"Esse lanche demora pra p...", reclama um serralheiro sentado no McFavela. Na mesa ao lado da lanchonete de São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo), o entregador de gás Eduardo Lepschis elogia a atração da casa, o MacLarica (R$ 5): "Ele mata a fome. Pra quem tá na correria na comunidade, dá para trabalhar o dia todo."
O MCDONALDŽS NÃO AMOU TUDO ISSO
A rede tem duas unidades. Começou com um quiosque no bairro dos Pimentas (Guarulhos) e se expandiu para essa unidade paulistana encravada na favela Pantanal e à beira do córrego Jacu. "Você não quer entrar de sócio meu para a gente abrir uma filial no Itaim Paulista?", se entusiasma o dono do estabelecimento, propondo que a reportagem do UOL Notícias abra uma franquia.
O empreendedor Carlos não dá o sobrenome porque sabe que vem processo da multinacional McDonaldŽs por aí. Também se precaveu de qualquer mal-entendido entre o público consumidor com um grafite político na parede lateral da loja: "O McFavela é contra a burguesia que menospreza nós que somos da periferia."
"O nome é uma crítica ao McDonaldŽs, não à comunidade. Escrevi essa frase para o pessoal daqui não achar que eu estou tirando um sarro", se explica o empresário, que planeja mais uma ação de marketing sarcástica. "Vou fazer o dia do McLanche Infeliz, distribuindo brindes para quem comprar um lanche." Outro exemplo é o McPicanha, que custa R$ 7,80, e é apelidado de "Pode Pá que é Diretoria". "É a linguagem da molecada para mostrar que esse sanduíche é especial", fala Carlos.
Carlos confessa que buscou inspiração na iniciativa de Adelmo Siqueira, que há 12 anos possui lanchonete em Heliópolis, a maior favela paulistana, situada na zona sul da cidade. "Sou um imitador. Fui vender batata frita numa festa lá e gostei do nome. Na favela tem muito dinheiro. O favelado gasta pouco com luz, água e casa. Por isso, tem dinheiro para outras coisas."
A ironia é que o empreendimento do copiador começou quando o pioneiro viu uma notificação obrigá-lo a mudar de nome. Em meados de 2008, seu Adelmo teve de rebatizar sua loja de Minha Favela Lanches. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo" foi o ditado que o senhor de 55 anos adotou para não comprar briga com firma dos EUA. Ele sabe que, dentro e fora da favela, há sempre uma hierarquia.
OS DOIS MCFAVELAS
- Em Heliópolis, lanchonete teve que pintar toldo e mudar de nome
- Na favela Pantanal, grafite defende opção do restaurante pela periferia
Sua mulher, dona Rose, acredita que a medida foi tomada depois de reportagem em revista que comparava os preços e os sabores do Mec Favela e o do McDonaldŽs.
"É inveja. Eles olharam que tem gente ganhando dinheiro na favela e foram para a Justiça. É palhaçada proibirem um nome da hora como esse", afirma o cliente Jefferson Sousa, com um x-calabresa na mão.
Seu Adelmo conta que o nome foi a garotada da favela que colocou. E continua se referindo à hamburgueria pelo nome criativo, apesar do "Mec" do toldo ter recebido tinta vermelha, e o da placa estar coberto por fita adesiva. Já o uniforme dos funcionários foi trocado, só ficou o slogan: "O Rey do Hambúrguer 100% Heliópolis."
Na parede da loja, uma foto do senador petista Aloizio Mercadante mostra o visitante famoso abraçado com as funcionárias com o uniforme com o nome antigo. Ao lado, um comunicado de seu Adelmo explica a mudança de nome após medida judicial do McDonaldŽs.
Já Carlos da favela Pantanal diz que persistirá com o nome e logo similar ao da marca que virou sinônimo da globalização norte-americana. "Continuo até eles virem prá cima", diz, afirmando que já registrou o nome. Já o McDonaldŽs, em nota à imprensa, afirmou considerar "inapropriado comentar temas que envolvam a esfera jurídica".