No último artigo da série Conversas urbanas, Luc Nadal escreve sobre cidades que transformaram suas vias expressas em espaço público
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/230/conversas-urbanas-cidade-transformada-de-vias-expressas-a-parques-288445-1.asp
Por Luc Nadal
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/230/conversas-urbanas-cidade-transformada-de-vias-expressas-a-parques-288445-1.asp
Por Luc Nadal
Em Lyon, França, o projeto de recuperação das margens do rio inclui uma arquibancada de limestone com vista para o curso d'água, para a cidade e para um parque linear com amenidades e playgrounds projetados por Françoise Jourda e por IN SITU |
Nem o amargo frio das tardes do fim de dezembro afastam os madrilenos do Parque Madri Rio, uma impressionante linha de 10 km com parques, praças e caminhos que são um popular ímã desde sua inauguração em 2011. Há pouco tempo, as águas irregulares do Manzanares, o único e esquecido rio da cidade, corriam em um canal de concreto triste, ao meio de uma pista viária. Cerca de 200 mil carros e caminhões passavam por ali todos os dias, nas duas margens do rio, apertado entre fumaças e barulhos. Levou cinco anos de uma construção ambiciosa para enterrar as longas faixas viárias e deixá-las longe da visão - ainda que não longe da existência.
O Parque Madri Rio não é um retiro bucólico no meio da cidade, mas uma série de espaços públicos animados, como continuação e reconexão do tecido da cidade que, por tanto tempo, foi mantida longe. O parque, nesse sentido, é altamente urbano. Ainda que espaços silenciosos e para descanso sejam parte de seu mix, a intenção principal é, claramente, intensificar a esfera pública pela justaposição de usos e de funções, eventos e atividades de todas as naturezas, tanto de forma estruturada quanto espontânea.