sábado, 5 de janeiro de 2013

Triple bottom line: Copa e eleição vão manter aquecida a criação de emprego


Ed. de Arte/Folhapress

04/01/2013 - 05h06

Copa e eleição vão manter aquecida a criação de emprego


CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

A proximidade da Copa e das eleições, em 2014, deve manter em alta a criação de emprego com carteira assinada em 2013. Além de obras de infraestrutura, o consumo também impulsionará o mercado formal de trabalho.
A expectativa é de criação de 1,3 milhão de vagas em 2013, segundo a média das previsões dos analistas mais otimistas -os que apostam em um crescimento maior da economia, de 4%.
Já na previsão dos mais pessimistas (os que acreditam que o PIB será menor que 3%), serão 970 mil novos postos.
O número para 2013 está distante do 1,771 milhão de postos de trabalho abertos de janeiro a novembro de 2012. E ainda mais longe de 2010, considerado o melhor ano para a geração de vagas formais no país, quando foram abertos 2,5 milhões de empregos com carteira assinada.
Economistas e representantes do setor produtivo (indústria, comércio e serviços) prevêem alta da ocupação (pessoas ocupadas com ou sem carteira assinada) de 1,2% a 2,5% em 2013.

É quase consenso que o rendimento médio real deva chegar a 3%. A massa salarial (soma de todos os salários) deve variar de 3% a 6%, segundo as previsões.
Além do mercado interno, o que deve estimular o emprego e a renda são os investimentos que devem ser feitos em ano "pré-eleitoral", avalia Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese.
"De olho nas eleições em 2014 [quando ocorre eleição para governador e presidente da República], os Estados devem iniciar grandes obras de infraestrutura em 2013."
Investimentos também estão previstos em portos, aeroportos e programas de habitação. Com a maior incidência de apagões e "apaguinhos", o governo federal pode antecipar algumas obras para o setor de energia.

EM RECUPERAÇÃO
Com um 2012 ruim (o número de ocupados recuou 1,4% nos dez primeiros meses), a indústria deve se recuperar em 2013, o que também tem impacto no emprego e na renda, uma vez que os salários no setor são mais altos.
"A indústria tende a contratar mais, mas ainda com morosidade. Alguns indicadores já dão sinais de retomada", diz Fábio Romão, economista da LCA.
Em 2011, a indústria gerou 200,2 mil postos, segundo o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), do Ministério do Trabalho. A projeção da LCA é que em 2012 serão abertas 106,2 mil vagas.
Para 2013, devem ser criados 276 mil empregos na indústria -ainda abaixo da média no período de 2004 a 2008: 319 mil vagas por ano.
A Fiesp (federação das indústrias paulistas) projeta crescimento do nível de emprego de 1,6% em 2013 ante o resultado negativo (-2,3%) para 2012.
No ano de 2013, a expansão da indústria deve chegar a 3%.