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Dilma anuncia redução maior na conta de luz e critica ‘previsões alarmistas’
Corte será de 18% para residências e de até 32% para indústrias, acima do valor projetado em setembro, e será aplicado em todos os Estados
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23 de janeiro de 2013 | 20h 31
Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff anunciou na noite desta quarta-feira, 23, uma redução maior do que a prevista nas contas de luz. Num forte discurso, durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidente rebateu as críticas sobre a capacidade do governo de implantar a redução prometida e as "previsões alarmistas" sobre os riscos de o País sofrer novamente com o racionamento de energia.
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A redução do custo da eletricidade entrará em vigor nesta quinta-feira. Para os consumidores residenciais, o corte será de 18%, acima dos 16,2% estimados em setembro do ano passado, quando foi anunciada a proposta de renovação antecipada das concessões do setor elétrico com redução no valor da tarifa cobrada pelas empresas. Para as indústrias, o corte será de até 32%, superando os 28% projetados anteriormente.
Falando como candidata à reeleição, em tom incisivo, Dilma dedicou boa parte dos seus oito minutos de pronunciamento para atacar "aqueles que são sempre do contra" e responder aos que "se precipitaram com previsões sem fundamento" de que não seria possível cumprir a promessa de redução da tarifa, além de alardear "previsões alarmistas" de que o País vivia risco de racionamento.
Irritada com as críticas de analistas e integrantes da oposição, a presidente fez questão de responder no mesmo tom as críticas surgidas nas últimos semanas. "Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram."
"Estamos vendo como erraram os que diziam meses atrás que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia e que tentavam amedrontar o nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário", acrescentou.
Diversos especialistas afirmaram que o uso das usinas termoelétricas - que produzem energia mais cara - acabaria afetando a proposta do Palácio do Planalto de reduzir o custo da eletricidade no País.
Para todos. A presidente também deixou claro que a redução da conta de luz será aplicada em todas a regiões, mesmo nos Estados onde as concessionárias não aceitaram renovar suas concessões seguindo as regras impostas pelo Planalto. "Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão ainda assim sua conta de luz reduzida como todos os brasileiros", afirmou a presidente, em um claro recado aos governos tucanos de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. "Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que estou dizendo", prosseguiu.
Dilma destacou que o País "vive uma situação privilegiada no mundo" ao reduzir as tarifas ao mesmo tempo em que aumenta em 7% a oferta de energia. "O Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente, para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazos", afirmou.
Em seguida, Dilma passou a listar números para provar que o País tem "toda a energia que precisa" para "crescer e bem" neste e nos próximos anos. Segundo a presidente, os investimentos feitos "vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts".