Brasília – Seis estados aderiram hoje (20) ao acordo com o governo 
federal para implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Com a 
assinatura pelos governos do Amapá, de Alagoas, da Paraíba, de Roraima, 
do Maranhão e do Tocantins, são 18 estados integrados à medida, que se 
tornou obrigatória desde a aprovação do novo Código Florestal.
 A expectativa do governo é que, até janeiro do ano que vem, os estados 
de Goiás, da Bahia e o Distrito Federal consigam ajustar detalhes 
jurídicos para aderir ao programa. Mudanças recentes no documento 
elaborado pelo governo passaram a exigir, por exemplo, a informação 
sobre todas as autorizações de supressão de vegetação estadual. Nem 
todas as unidades da federação conseguiram adequar suas legislações 
locais com as novas regras.
 No caso de outros seis estados, como o Mato Grosso do Sul e o Pará, que
 têm seus próprios cadastros, os governos terão apenas que fazer ajustes
 para integrar os dados com o banco de informações nacional.
 “O que fizemos foi mais um passo em torno da implementação do CAR. 
Temos o desafio de cadastrar quase 5,4 milhões de propriedades rurais no
 Brasil em dois anos, no máximo”, disse a ministra Izabella Teixeira, 
depois da assinatura dos convênios, ao lembrar as exigências e prazos 
estipulados pela legislação florestal. “A estratégia é a mesma que levou
 à construção do Código Florestal, chamando todos os parceiros que estão
 envolvidos diretamente”.
 Com a adesão, os estados passarão a receber os cursos de capacitação de
 técnicos para montar o cadastro, além dos dados e das imagens que foram
 contratadas pelo Ministério do Meio Ambiente. No caso dos 
proprietários, a ministra disse que, além de ser uma obrigação legal, o 
CAR é o primeiro passo para a regularização ambiental e condição para 
acessar créditos de políticas públicas.
 “Ao fazer o cadastro, o produtor vai contar com o órgão ambiental para a
 regularização. Se ele tem que recuperar área de proteção permanente ou 
reserva legal, ele vai assinar um acordo de cooperação que vai ser 
monitorado até ele recuperar, por exemplo”, disse Izabella Teixeira.
 Na assinatura de hoje, o governo estendeu as parcerias às várias 
instituições representativas do setor. A intenção é aproveitar o 
cadastro que as entidades mantêm para acrescentar ao CAR. No caso da 
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), existem
 2,3 mil sindicados rurais associados e 1,7 milhões de produtores.
 O cadastro ambiental rural também terá informações dos mais de 10 
milhões de associados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e
 dos 4 mil sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais filiados à
 Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
A expectativa, segundo Izabella Teixeira, é que até 2014 todo o 
cadastramento esteja concluído. “A lei estabelece a obrigação de ter 
área de proteção permanente e de reserva legal.  Precisamos ter isso 
mais do que mapeado, implantado, porque é possível produzir com 
sustentabilidade, sem agredir o meio ambiente, com os rios protegidos, 
os topos de morros protegidos”, disse.
Edição: Fábio Massalli
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