13 de Dezembro de 2012 • 12h02
Temos necessidade urgente de negócios mais sustentáveis, 
temos uma tecnologia que nos permite grandes avanços, mas está faltando 
ação e, talvez, informação.
Entendemos como sustentável um 
negócio que seja plenamente viável considerando e atendendo igualmente 
os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Aparentemente, 
certificação digital parece não ter uma relação estreita e direta com 
isso. Mas esta aparência é enganosa e o quanto antes a tecnologia for 
mais bem entendida e aplicada, mais rapidamente avançaremos em relação à
 sustentabilidade.
O Acordo para o Desenvolvimento Sustentável
 que resultou da Rio+20, em seu capítulo Estratégias para o 
Desenvolvimento Sustentável: um Roteiro para Transição, no tópico Papel 
da educação, ciência, tecnologia e inovação, aborda explicitamente a 
valor desta tecnologia para a sustentabilidade.
Uma das 
diretrizes desse tópico diz: "Ampliar e reorientar os investimentos em 
pesquisa, desenvolvimento e inovação priorizando pesquisas voltadas para
 desmaterialização da produção de processos, tecnologias de baixo
 carbono, os ciclos fechados de produção e consumo, soluções geradoras 
de emprego e renda, sistemas de uso social de recursos, bens e 
serviços." (O grifo é nosso).
Associada a esta diretriz, o 
documento do acordo traz uma nota explicativa sobre o que conceitua como
 desmaterialização: "Desmaterialização da produção e dos processos é a 
obtenção de mais serviços e bens utilizando uma quantidade menor de 
matéria, levando em conta também o gasto de energia gerado por essas 
alterações. Esse aumento na produtividade dos recursos pode ser feito 
através ... do uso intensivo da internet, da troca do documento com 
suporte material em papel pelo documento eletrônico, entre outros."
Já
 dispomos da tecnologia que permite a desmaterialização dos processos no
 que tange ao "uso intensivo da internet" para redução do uso não só de 
papel como também de toner, com consequente redução de tráfego e 
armazenamento físico de documentos, de forma eficiente, segura, 
econômica e ágil, e com validade jurídica. A certificação digital 
viabiliza o uso do ambiente eletrônico com todos esses atributos, além 
de outros, como não-repúdio, autenticidade, integridade, para a 
realização de negócios e efetivação de processos de negócios. 
Alguns
 setores estão mais avançados no uso desta tecnologia. A petição 
judicial eletrônica é realidade há alguns anos, poupando papel e vai e 
vem de advogados (e locomoção é um problema, tanto nas grandes quanto 
nas pequenas cidades, pelo ônus de custo, tempo, emissão de carbono e 
estresse), mas, acima de tudo melhorando o acesso das pessoas ao 
serviço, gerando sustentabilidade social.
O setor da saúde, 
com o Prontuário Eletrônico do Paciente (o PEP), é outro exemplo em que a
 tecnologia da certificação digital já desmaterializa um processo 
extremamente relevante para a prestação do serviço, com ganhos em 
qualidade, agilidade, segurança, tanto para as instituições quanto para 
os pacientes. Promove significativamente a sustentabilidade econômica, 
social e ambiental em um serviço essencial, seja operando em âmbito 
público ou privado. 
São dois exemplos distintos de 
desmaterialização que bem ilustram como a tecnologia da certificação 
digital pode promover avanços em prol da sustentabilidade.
Igor Ramos Rocha é presidente de Negócios de Identidade Digital da Serasa Experian.
 
