Empréstimo de bicicletas estreia hoje na cidade
Sistema prevê compartilhamento de bikes; ciclista só paga depois de meia hora de uso
São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2012
As primeiras seis estações do Bike Sampa, sistema de empréstimo de bicicletas que só cobra do ciclista depois de meia hora de uso, começam a funcionar hoje.
A Vila Mariana foi a escolhida para a estreia do programa na cidade. No bairro da zona sul, o sistema vai interligar pontos como a Cinemateca Brasileira, a Faculdade de Belas Artes e o Instituto Biológico. Até terça, outras quatro estações serão instaladas na mesma região.
Depois, as estações de empréstimo seguem em direção aos Jardins, bairro vizinho.
Mas o traçado da segunda etapa ainda não foi definido.
Até o final do ano, a meta é de cem estações na cidade e, até o final de 2013, 300.
A proposta é que o sistema tenha um ponto de empréstimo a cada quilômetro.
A primeira meia hora de uso é gratuita, depois paga-se R$ 5 a cada 30 minutos adicionais. A bicicleta pode ser devolvida em qualquer estação. Se o intervalo entre um empréstimo e outro (não há limite de empréstimos diários) for de ao menos 15 minutos, não há cobrança.
Com o objetivo de aumentar a segurança dos ciclistas, vias da Vila Mariana foram sinalizadas com placas e desenhos de bicicletas na pista. A ideia é indicar ao motorista que ali é uma rota de ciclistas, com velocidade máxima permitida de 30 km/h.
'ASAS AO PEDESTRE'
Para a cicloativista Renata Falzoni, o Bike Sampa é apenas a "ponta do iceberg" de um sistema que pode unificar o transporte público.
"Ele dá asas para o pedestre, porque integra os transportes. A pessoa não precisa pegar um ônibus só para andar 2 km", diz Falzoni.
Para ela, a sinalização das ciclorrotas é tão importante quanto o compartilhamento de bicicletas.
"Ajuda a quebrar um paradigma. O motorista quer respeitar o ciclista, mas é coibido por motoristas buzinando atrás. A sinalização ajuda a mudar isso", explica.
O Bike Sharing é uma parceria da Secretaria Municipal de Transportes com três empresas: Samba, Sertell e Itaú-Unibanco. Como contrapartida pelo patrocínio do sistema, o Itaú pode exibir sua marca nas bicicletas, como já faz no Rio de Janeiro.
Bradesco, AES Eletropaulo e Ambev também pretendem patrocinar sistemas semelhantes em São Paulo.