9/03/2012 - 12h50
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1068934-combater-pobreza-tambem-e-economia-verde.shtml
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1068934-combater-pobreza-tambem-e-economia-verde.shtml
O comunicado final da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) joga para a Rio+20, a grande reunião sobre meio ambiente no Rio de Janeiro, a definição exata do que é "economia verde".
Mas já adianta que o conceito "deve ser entendido numa moldura mais ampla de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza".
Traduzindo: proteger o meio-ambiente não pode, na visão dos Brics, impedir o desenvolvimento, condição indispensável para erradicação da pobreza.
O documento reserva para as "autoridades nacionais" a "flexibilidade e o espaço político para fazer suas próprias escolhas a partir de um amplo menu de opções e para definir seus caminhos rumo ao desenvolvimento sustentável com base no estágio de desenvolvimento do país, as estratégias nacionais, as circunstâncias e as prioridades".
Os Brics, por fim, rejeitam "a introdução de barreiras de qualquer forma ao comércio e ao investimento com base no desenvolvimento da economia verde".
Tradução: países ricos não podem vetar por exemplo a venda de madeira brasileira, a pretexto de que sua obtenção destrói a floresta.
Tudo somado, fica a impressão de que a Rio+20 bem como qualquer outra conferência internacional sobre meio-ambiente está condicionada, ao menos na visão dos Brics, à aceitação de que não há predominância do respeito ao meio-ambiente sobre o desenvolvimento.