terça-feira, 7 de junho de 2011

IMPLANTAR "PARQUES" NO CENTRO DA CIDADE? E OS TELHADOS VERDES?


Kassab cria parques onde São Paulo já é verde


07/06/2011 - 08h56


As regiões com grande cobertura vegetal de São Paulo concentram os maiores entre os novos cem parques que a prefeitura quer criar até 2012. Não há previsão de novas áreas verdes em regiões áridas da cidade, como Brás, Sé, Santa Cecília e República.
A informação é de reportagem de Eduardo GeraqueEvandro Spinelli e Vanessa Correa, publicada na edição da Folha desta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Dados da prefeitura indicam que quase metade da cidade tem uma relação baixa de área verde por habitante. A cobertura vegetal se concentra nos extremos sul e norte da cidade, além de um pequeno trecho a leste. Nesses locais a prefeitura está fazendo cinco novos parques com mais de 1 milhão de metros quadrados de área.
De acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, há mais potencial de implantação de parques com maior área nas regiões com maior cobertura vegetal.
O secretário Eduardo Jorge, no entanto, disse que a intenção é distribuir as áreas verdes por toda a cidade.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Região na divisa da Freguesia do Ó e Brasilândia, na zona norte, já tem verde e ganhará novo parque
Região na divisa da Freguesia do Ó e Brasilândia, na zona norte, já tem verde e ganhará novo parque

Diego Padgurschi/Folhapress
Já a região de Santa Cecília, no centro, não tem espaços verdes e deve continuar assim, sem previsão de parques
Já a região de Santa Cecília, no centro, não tem espaços verdes e deve continuar assim


O programa da Prefeitura de São Paulo que visa atingir cem parques na cidade até 2012 prioriza justamente as regiões onde o verde é bastante presente.

Regiões áridas da cidade, como bairros do centro e da zona leste, vão continuar assim. O clima desértico destes locais não vai mudar.
As áreas verdes de São Paulo estão concentradas nos extremos sul e norte da cidade. Existe ainda um pequeno trecho a leste.
Essas regiões concentram os maiores entre os novos parques que a prefeitura vem construindo desde 2007.
Nestes locais estão sendo feitos cinco novos parques com mais de 1 milhão de metros quadrados de área. Para efeito de comparação, o parque Villa-Lobos, em Alto de Pinheiros (zona oeste), tem 732 mil metros quadrados.
Parte dos novos parques são compensações ambientais exigidas para obras como o trecho sul do Rodoanel e a marginal Tietê.
Por outro lado, não há previsão de criação de áreas verdes, por exemplo, em Santa Cecília, Brás, Sé, Bela Vista e República, distritos que têm menos de 0,5 m2 de cobertura vegetal por habitante, segundo o último levantamento oficial, realizado em 1999.
Dados da prefeitura indicam que quase metade da cidade tem uma relação baixa de área verde por habitante.
No ano passado, a prefeitura gastou R$ 23,5 milhões na construção de parques.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que nas regiões com maior cobertura vegetal é onde há maior potencial de implantação de parques com maior área, mantendo ou recuperando a vegetação em áreas de preservação permanente.
O secretário Eduardo Jorge, no entanto, disse que a intenção é distribuir as áreas verdes por toda a cidade.
Jorge, preferido do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para disputar sua sucessão em 2012, citou o exemplo do Grajaú, que não tinha nenhum parque até 2005 e deve ganhar cinco. A área, porém, já é bastante arborizada por ficar no entorno da represa Guarapiranga (zona sul).
"Dentro deste cenário, lanço um desafio", diz Márcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da ONG SOS Mata Atlântica. "Por que não fazer um grande plano de devolver um pouco de verde para bairros da zona leste da cidade?", questiona.




SP quer remunerar dono de área verde


Prefeitura estuda mecanismo em que proprietário poderia vender a empreiteiras direito de verticalizar outras regiões



Preservação de áreas verdes estimularia o adensamento de locais com infraestrutura maior de transportes 



DE SÃO PAULO 



A Prefeitura de São Paulo estuda criar mecanismos para que proprietários de áreas verdes particulares da cidade possam receber dinheiro para preservar as árvores.

O mecanismo de pagamento ainda não está definido, mas o que mais se discute é permitir a transferência de potencial construtivo dos terrenos preservados.
Assim, o proprietário poderia vender para empreiteiras o direito de verticalizar outras regiões da cidade.
O mecanismo já é usado, por exemplo, com bens tombados pelo patrimônio histórico. Se o imóvel é tombado, o potencial construtivo pode ser usado em outro lugar.
Distritos como Marsilac, Parelheiros (extremo sul), Perus, Anhanguera e Tremembé (extremo norte), com grandes áreas verdes preservadas, seriam os mais beneficiados com o projeto.
Dessa forma, a prefeitura diz acreditar que pode preservar as regiões "mais verdes" da cidade contra o avanço do mercado imobiliário.
Por outro lado, a preservação dessas áreas verdes estimularia o adensamento de áreas com maior infraestrutura de transportes, principalmente o entorno das linhas de trem e de metrô.
A ideia consta do plano lançado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) na semana passada para combater o efeito das mudanças climáticas. O plano foi apresentado na conferência C40, que reuniu prefeitos e representantes das maiores cidades do mundo em São Paulo.
O pagamento pela manutenção das áreas verdes é uma antiga reivindicação de entidades ambientais para implantação especialmente na região amazônica.
Em São Paulo, representantes dos proprietários de áreas do extremo sul também já apresentaram proposta semelhante à prefeitura.
O objetivo, nesse caso, é impedir a especulação imobiliária e estimular a criação de atividades econômicas sustentáveis, principalmente o turismo, no entorno das represas Billings e Guarapiranga e na serra do Mar.



BENEFÍCIOS FISCAIS


O plano de Kassab também prevê outros benefícios fiscais para quem adotar medidas ambientalmente corretas. Nenhuma delas tem prazo para ser implantada.
Por exemplo, estuda-se o estímulo ao carro elétrico, que não emite poluentes. Apesar de ser diretriz do plano, ainda não se sabe como a medida pode ser implantada.
Também podem ser criados incentivos fiscais para empresas que desenvolverem pesquisas sobre eficiência energética e produtos ambientalmente corretos.


Parques ou praças: por que só na periferia das cidades?


ANA MARIA LINER PEREIRA LIMA
ESPECIAL PARA A FOLHA 

Se uma só árvore já ajuda a melhorar o clima, economizar energia e até a valorizar a região, o que dizer, então, das áreas verdes urbanas?
Na situação precária em que vivemos nos grandes centros, com escassez de áreas verdes, ficamos felizes se mais árvores são plantadas.
Em quase todas as maiores cidades brasileiras, bairros nobres já são bem mais "verdes". Esse verde inclusive valoriza o metro quadrado (o entorno do Central Park, em Nova York, é um dos mais valorizados do mundo).
Já nos locais mais pobres, a falta de opções leva crianças a jogar bola no meio da rua e até em avenidas.
Duas coisas devem ser observadas ao planejar novos parques e praças: frequência e distribuição. No primeiro caso, devem ser em número suficiente para cumprir a expectativa, em termos do número de moradores da área. No segundo, de nada adianta ter pouco ou quase nada no centro da cidade, barganhado com uma grande área periférica.
O verde da periferia, claro, deve ser transformado em parque também, pois, no futuro, estará inserido no novo centro urbano que surgirá.
Mas, para o momento, o que importa é que os atuais bairros mais centrais sejam privilegiados, porque estão mais sujeitos à poluição, ao excesso de veículos e pessoas e às inundações por falta de áreas permeáveis e árvores.
As áreas que já são parques ou reservas, assim como as definidas como de preservação permanente, devem ser mantidas muito bem cuidadas e fiscalizadas.


ANA MARIA LINER PEREIRA LIMA é professora da Esalq-USP e especialista em arborização urbana



07/06/2011 - 20h25

Uma pessoa morre e outra fica ferida após queda de árvore em SP


DE SÃO PAULO

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após serem atingidas por uma árvore, por volta das 18h50 desta terça-feira, na avenida Rio Branco na esquina com a alameda Glete, na região central de São Paulo.
A pessoa ferida foi encaminhada ao Hospital das Clínicas.
Até as 20h20, o Corpo de Bombeiros não tinha a identidade das vítimas nem outros detalhes sobre o acidente.
VENTO
O aeroporto de Guarulhos (Grande SP) registrou ventos de 124 km/h no fim da tarde de hoje, de acordo com o (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo.
Houve registro de ventos fortes também no Mirante de Santana (zona norte de SP), com 81 km/h, de acordo com o CGE.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 14 árvores caíram em São Paulo em razão das rajadas.