USP lança Sistema de Indicadores de Engenharia
20/12/2011
Agência FAPESP – O Observatório de Inovação e Competitividade (OIC), vinculado ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), lançou o Sistema de Indicadores de Engenharia.
O EngenhariaData pode ser acessado pela internet e tem como objetivo fornecer a pesquisadores, gestores públicos, empresas e instituições de ciência, tecnologia e inovação dados sobre a formação e o mercado de trabalho em engenharia, visando subsidiar as atividades de planejamento e gestão de políticas públicas destinadas ao aumento das atividades de inovação, com vistas a ampliar a competitividade do Brasil.
“Queremos ajudar a dar um pouco de racionalidade ao debate atual sobre escassez de engenheiros, ofertar mais dados. A engenharia vive um momento interessante, ganhou status de discussão pública”, disse Mario Salerno, professor titular do Departamento de Engenharia de Produção da USP, que também é coordenador do OIC e do projeto do EngenhariaData.
O EngenhariaData tem cinco classes de indicadores: Formação; Mercado de Trabalho; Produção Científica; Pesquisa e Desenvolvimento; Empresas de Serviços de Engenharia.
O projeto também conta com 150 séries disponíveis para download e cinco serviços: Indicadores, Engenharia em Debate, Estudos OIC, Biblioteca e Eventos.
De acordo com os pesquisadores do OIC, a partir das primeiras análises dos dados houve um aumento de 91% no número de formados no ensino superior por 10 mil habitantes nos últimos dez anos.
O ensino de engenharia seguiu as mesmas tendências dos demais cursos superiores no que se refere a número de matrículas, concluintes e evasão, contrariando a ideia geral de que muitos estudantes de engenharia abandonam o curso.
O número de concluintes dobrou em 10 anos, e a ociosidade de vagas ocorre mais na rede privada de ensino superior. Segundo a análise, a indústria de transformação estaria impulsionando o crescimento de vagas na área. No entanto, os salários dos engenheiros cresceram pouco entre 2000 e 2009.
De acordo com os criadores do projeto, ao longo de 2012 serão feitas ampliações e melhorias no sistema. Além das informações estatísticas sobre a engenharia no país e no mundo, o sistema do OIC hospedará documentos, tais como análises sobre as séries levantadas e comparações internacionais, produzidos por seus pesquisadores e por outros que tenham escrito sobre o assunto e autorizem a divulgação.
Mais informações: http://engenhariadata.com.br
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A oferta de engenheiros de qualidade e a existência de demanda por esses profissionais são pilares fundamentais de uma trajetória de desenvolvimento econômico baseada na inovação, tal como o Brasil procura trilhar. O engenheiro é o profissional cuja função por excelência é a tradução de novas idéias e tendências do mercado em novos produtos e processos, constituindo-se, portanto, em ator privilegiado e fundamental de um ecossistema inovador. Vem daí o interesse especial na quantidade e qualidade dos engenheiros e engenheiras disponíveis em um país, e a importância de produzir dados e análises capazes de informar gestores públicos das áreas de inovação, educação, ciência e tecnologia, gestores privados de empresas e em especial a própria comunidade de engenheiros sobre a história recente, a situação atual e os possíveis caminhos a se seguir em termos de formação e inserção desses profissionais no Brasil.
O EngenhariaData – Sistema de Indicadores de Engenharia no Brasil disponibiliza num único portal webas principais séries históricas sobre formação de engenheiros, mercado de trabalho e produção científica da Engenharia no Brasil. A reunião desses indicadores visa facilitar a consulta por pesquisadores, gestores de políticas públicas, empresas, instituições de ciência, tecnologia e inovação, jornalistas e demais interessados no tema, possibilitando a elaboração de análises sobre a evolução da Engenharia no país e comparações internacionais.
Partindo dessa concepção, o EngenhariaData foi projetado para ser um instrumento de diagnóstico, inteligência estratégica e prospecção de ações e políticas voltadas ao apoio ao aumento da inovação e competitividade, iluminando onde está e como se encontra a engenharia no Brasil e também possibilitando análises de sua evolução temporal, regional e setorial. Ao reunir bases de dados nacionais e internacionais de diferentes instituições, permite estudos sobre questões essenciais para o debate sobre o desenvolvimento do país, tais como: “faltam engenheiros no Brasil?”, “quantos engenheiros estamos formando”?, “qual é a taxa de evasão e titulação dos cursos de engenharia?”, “qual a relação entre emprego de engenheiros e desempenho inovador.
Para saber mais sobre os indicadores, acesse a seção Indicadores do site.