domingo, 6 de novembro de 2011

RIO+20: 20 de junho


04/11/2011 12h49 - Atualizado em 04/11/2011 12h54

Dilma anuncia que conferência Rio+20 será adiada para 20 de junho

Evento sobre meio ambiente seria realizado no Rio de 4 a 6 de junho.
Conforme Dilma, data foi alterada para países do G20 poderem participar.



A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (4), em Cannes, na França, mudança na data da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, a ser realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012. Segundo Dilma, a data passou de 4 a 6 de junho para 20 de junho, para que os líderes do G20 pudessem participar.
A presidente Dilma Rousseff durante conversa com jornalistas após reunião do G20 em Cannes, na França (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)A presidente Dilma Rousseff durante conversa com jornalistas após reunião do G20 em Cannes, na França (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
Segundo a presidente, no período de 4 a 6 de junho será realizada a comemoração pelos 60 de coroação da Rainha da Inglaterra, Elizabeth. Por conta da cerimônia, diversos líderes da comunidade europeia informaram que não poderiam participar do Rio+20.
Além disso, disse Dilma, os países da Ásia pediram para que o evento fosse realizado mais perto do próximo G20, em julho.
"A proposta que foi consenso com a ONU, entre eu e Ban Ki-moon, é que nós propomos e comunicamos ao plenário a tranferência para permitir a ida dos países do G20, da Commonwealth e da Ásia", disse Dilma em coletiva de imprensa de balanço do G20.
De acordo com Dilma, o Rio+20 "não é somente sobre meio ambiente, é também sobre economia verde, erradicação da pobreza e governança internacional para o desenvolvimento sustentável".
Discurso
Antes, a presidente Dilma Rousseff defendeu, em discurso na sessão de trabalho do G20, que países desenvolvidos e em desenvolvimento assumam compromissos diferenciados em relação à emissão de gases de efeito estufa.

Ela também disse que a Conferência do Clima das Nações Unidas (Cop 17), que acontece neste mês na África do Sul, não pode repetir "o insucesso" de Copenhague. Na ocasião, o Brasil, representado por Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu em reduzir as emissões entre 36% e 39% até 2020.
“Os efeitos perversos sobre a emissão de gases de efeito estufa exigem iniciativas urgentes, sem por obrigações financeiras adicionais aos países em desenvolvimento. A responsabilidade pública dos países desenvolvidos é central e deve ser combinada com a participação da iniciativa privada. Na questão do financiamento, não pode haver obrigações intransponíveis para os países em desenvolvimento.”
G20: 'sucesso relativo'
Dilma disse ter considerado que a reunião do G20 foi um "sucesso relativo". Segundo a presidente, houve avanços na discussão sobre a crise na zona do euro, mas outros assuntos importantes foram deixados em segundo plano.

"O G20 foi um sucesso relativo no sentido de que era impossível que esse G20 não tratasse da crise [...] e fizeram uma agenda ligada a essa questão", afirmou a presidente em coletiva de imprensa de balanço do encontro de líderes mundiais.
Foi a sexta edição do G20, criado em 1999 e que anuamente reúne chefes de Estado, ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais das maiores economias do mundo.
FMI e fundo europeu
Sobre a afirmação de que o Brasil está disposto a contribuir mais com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para auxiliar na solução para a crise, Dilma disse que é preciso uma reflexão sobre a "mudança na correlação de forças".

"Nós discutimos as cotas, o fato de que a governança do FMI tem de refletir uma mudança na correlação de forças. [...] Nós com maiores cotas, outros países com menores. Acredito que reflete um mundo novo que nós estamos vivendo", disse a presidente aos jornalistas.
Dilma disse que o Brasil não deve contribuir diretamente para o fundo de estabilização europeu. "Não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direta pro fundo de estabilização europeu, até porque nem eles [europeus] têm", disse a presidente.
Perguntada se o Brasil apoiava a criação de uma taxa financeira global, que Dilma comparou com o Imposto sobre Operações de Crédito (IOF), ela afirmou que o país "não é contra". "Se houver uma taxa financeira global, o Brasil adota. Nós não somos contra."