PARQUE NOVO MUNDO 31/07/2011 19h13
Raízes das árvores danificam as calçadas
Sem espaço no passeio, moradores se arriscam caminhando pela rua em meio aos veículos. Especialista afirma que solução seria readequar o bairro com uma nova arborização
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Na Avenida José Maria Fernandes, Parque Novo Mundo,  Zona Norte, os pedestres disputam o espaço da calçada com raízes de árvore que  ocupam parte do passeio impedindo o trânsito dos moradores. Executar tarefas  simples, como caminhar nos canteiros centrais da via, é um grande desafio. As  extensões das árvores dificultam e até impedem a passagem em alguns  pontos.
O porteiro Braz Didier, de 43 anos, decidiu não enfrentar as  raízes e atravessou no meio da rua. "É errado, mas fazer o quê? Não temos outro  jeito. Sou contra tirar as árvores, elas dão uma visual na rua, mas é preciso  tomar alguma providência." 
Já a professora Isabela Camargo, de 32 anos, nem  se arrisca. "Eu tenho medo de passar porque você precisa se equilibrar. Não tem  segurança nenhuma aqui", desabafou.
Segundo o professor de projetos em  urbanização e arquitetura da Universidade Cruzeiro do Sul, José Benedito  Gianelli Filho, para entender o problema é preciso voltar no tempo em que os  lotes eram vendidos na região.
"Os primeiros terrenos tinham mais de 50  metros de frente e 80 de fundo. Os donos construíam a casa no meio, deixavam os  fundos para garagem e as laterais para plantar", explicou. 
Com o passar  dos anos, novas famílias mudaram para a cidade e os lotes começaram a ser  divididos em tamanhos menores para abrigar as construções. As garagens avançaram  para o início das casas e as laterais com as árvores deram  lugar às  calçadas.
"As árvores que sobreviveram às edificações podem cair porque  não tem para onde crescer com as ruas, casas, redes de energia, telefone e  hidraúlica ocupando o seu espaço. É inviável mantê-las. O ideal seria fazer um  projeto de arborização implantando parques urbanos", opinou. 
Gianelli  garantiu que as raízes podem interferir em pavimentações, imóveis com fundações  rasas e tubulações, como de água e esgoto. "É raro acontecer casos de casas que  cederam por conta desta influência, mas pode acontecer. Mas danos em calçadas e  ruas não há como evitar. Não conseguimos controlar a força da natureza",  completou. 
A Subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme informou que  agentes  acompanhados de um engenheiro agrônomo vão efetuar uma vistoria no  local. O órgão ainda esclarece que a poda ou remoção de árvores na cidade é  realizada apenas nos casos de ruína ou risco iminente de  queda.
Reclamação e solicitação de remoção ou poda podem ser feitas no  telefone 156, no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br) ou pessoalmente  na praça de atendimento da subprefeitura, localizada na Rua General Mendes, 111,  Vila Maria Alta.
 
