15 de agosto, 2011 - 01:55
Pecuária sustentável em foco na Expogenética 2011
Marcela Caetano
A sustentabilidade na pecuária estará no centro dos debates durante o 8° Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas e Simpósio Pecuária Tropical Sustentável. O evento será realizado durante a Expogenética, que começou neste sábado e se estenderá até o dia 21, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, Minas Gerais. A mostra terá também uma agenda extensa de leilões e o lançamento dos sumários do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), CRV Lagoa e Instituto de Zootecnia.
Preocupados em tirar da atividade o estigma de vilã, o Polo de Excelência em Genética Bovina e a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), organizadores do encontro, querem dar ênfase aos avanços na sustentabilidade, debater os desafios na aplicação deste conceito na agropecuária. “O setor deve ser reconhecido como agente potencial de mitigação de mudanças climáticas e vem buscando alternativas para o denvolvimento sustentável, a fim de perder a fama de vilão e manter sua tendência de crescer ainda mais nos próximos anos”, afirma Beatriz Cordenonsi Lopes, gerente executiva do Centro de Inteligência em Genética Bovina (CIGB) do Polo de Excelência em Genética Bovina.
Segundo ela, o evento trata das inovações tecnológicas e avanços científicos que já estão sendo trabalhadas nos rebanhos visando mitigar gases do efeito estufa. A proposta, explica, é produzir animais mais eficientes e menos poluidores, além de manejar ecossistemas mais equilibrados, que favoreçam o aumento da produtividade e a preservação dos recursos naturais.
A genética também é uma aliada nesta busca de equilíbrio entre produção e meio-ambiente. “Através da identificação de animais que realizem conversão mais eficiente e racional dos recursos naturais, o melhoramento genético permitirá a seleção de rebanhos melhores adaptados ao sistema sustentável de produção”, acrescenta Melissa Miziara, coordenadora do o CIGB do Polo de Excelência em Genética Bovina.
Para Beatriz, a vivência das mudanças climáticas e operacionais que interferem no sistema de produção, como as longas estiagens, as tempestades inesperadas, o assoreamento dos rios, a degradação de pastagens, tem papel importante na conscientização do produtor. “Estes fatos vêm impondo novas necessidades aos pecuaristas, que aos poucos vão se conscientizando, porém muito ainda precisa ser feito para que novas rotinas sejam massivamente implementadas no setor pecuário visando a sustentabilidade ambiental.”
Melissa afirma que atividade agropecuária, mesmo considerando a obtenção de novas áreas de pastagens, é responsável por menos de 20% do total de gases de efeito estufa lançados na atmosfera. Eles são gerados pela fermentação entérica (digestão dos ruminantes), dejetos animais, do desmatamento e manipulação de áreas para pastagem. “A pecuária de fato contribui para as mudanças climáticas, mas está longe se ser a maior vilã.”
Para amenizar o impacto do setor no ambiente, Melissa aponta a necessidade de redução do desmatamento, a recuperação de pastagens degradadas e a intensificação da atividade sem aumentar o uso de fertilizantes/agrotóxicos elevando a produtividade dos animais."Um exemplo de alternativa para reduzir o impacto da pecuária no ambiente é a utilização do sistema agrossilvipastoril nas propriedades”, salienta.
Quer saber mais sobre o assunto? Confira entrevista concedida pelo presidente da Associação dos Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS), Rodrigo Paniago ao Portal DBO.
Fonte: Portal DBO