15/08/2011 - 08h52
Ciclistas são sabotados com tachinhas nas ruas da USP
Apu Gomes/Folhapress
Ciclista mostra tachinhas que encontrou na avenida Professor Luciano Gualberto,
na Cidade Universitária
Ciclistas que treinam na Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, relatam que têm sido sabotados há cerca de dois meses com tachinhas colocadas nas ruas.
A informação é de reportagem de Natália Cancian publicada na Folha desta segunda-feira .
Segundo os atletas, as tachinhas são colocadas na região da raia olímpica e na praça da Reitoria, locais onde há maior movimento de bicicletas.
A suspeita é que elas tenham sido jogadas por alunos para furar o pneu das bicicletas. Funcionários do campus falam também em taxistas e motoristas de ônibus, incomodados com o excesso de bicicletas, muitas vezes em alta velocidade --até 45 km/h.
A Coordenadoria do Campus da USP disse que não tinha conhecimento do problema e orienta os atletas a registrarem as queixas na Guarda Universitária para que os casos sejam investigados.
Usuários de bicicletas que treinam na Cidade Universitária temem acidentes
Atletas afirmam que tachinhas começaram a ser colocadas nas ruas em retaliação a quem usa local para pedalar
autoria: NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em menos de duas horas, a bicicleta da publicitária Tatiana Voivodic, 34, foi vítima de quatro tachinhas. O material, espalhado nas ruas do campus da USP (Universidade de São Paulo), furou o pneu da bike e quase derrubou a triatleta.Ciclistas que treinam na Cidade Universitária dizem que têm sofrido "ataques" de tachinhas há cerca de dois meses. A suspeita dos esportistas é que elas tenham sido jogadas pelos alunos para furar o pneu das bicicletas. Mas funcionários do campus falam também em taxistas e motoristas de ônibus."Já pegamos mais de cem tachinhas na rotatória", conta Voivodic. As "armadilhas" aparecem em pontos estratégicos, locais onde há maior movimento de ciclistas ou perto das curvas.A Folha esteve na Cidade Universitária e encontrou tachinhas perto da avenida Professor Luciano Gualberto, em um local utilizado pelos atletas para fazer o retorno durante o circuito.Segundo os ciclistas, outros pontos onde elas mais causam problemas são a região da raia olímpica e a praça da Reitoria.RISCO DE ACIDENTESA médica ortopedista Kelly Stefani, 40, que treina no local para competições, diz que o risco de sofrer uma fratura grave quando o pneu estoura é alto. "Dependendo da velocidade em que estiver, pode ser até fatal", diz.Segundo Stefani, o perigo aumenta já que muitos ciclistas andam em pelotão de 15 a 20 pessoas. Os ciclistas podem pedalar a até 45 km/h.O problema pesa no bolso dos ciclistas. O prejuízo com um pneu furado vai de R$ 36 a R$ 150 (para trocar).A USP é um dos espaços mais utilizados por ciclistas e corredores da cidade. Segundo eles, falta lugar para pedalar em São Paulo.A estimativa das assessorias esportivas é que pelo menos 200 ciclistas utilizem o local para treinar.A presença dos esportistas, no entanto, não é aprovada por todos.Estudantes e funcionários reclamam do excesso de bicicletas, muitas vezes em velocidade alta, e também do número cada dia maior de corredores que treinam por lá.O motorista de ônibus Gerson Benício, 50, diz que os ciclistas atrapalham o tráfego. "São três faixas. A gente acha que eles deveriam ocupar a direita. Mas eles ocupam a direita, a do meio e se precisar vão para a esquerda.""Eles não deixam o carro passar. Eu já passei perto e o ciclista deu um murro no meu carro", conta a enfermeira Adriana Antiga, 36, que frequenta a USP com o filho Mateus, 16, que faz aula de remo na raia olímpica."Muitos são educados, mas muitos ficam nas duas faixas da pista", diz a estudante Débora Svizzero, 18.O diretor da assessoria esportiva Five Ways, Ronaldo Martinelli, diz que o caso preocupa. "Já vi muito ciclista caindo. É uma coisa irresponsável e até criminosa."
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em menos de duas horas, a bicicleta da publicitária Tatiana Voivodic, 34, foi vítima de quatro tachinhas. O material, espalhado nas ruas do campus da USP (Universidade de São Paulo), furou o pneu da bike e quase derrubou a triatleta.Ciclistas que treinam na Cidade Universitária dizem que têm sofrido "ataques" de tachinhas há cerca de dois meses. A suspeita dos esportistas é que elas tenham sido jogadas pelos alunos para furar o pneu das bicicletas. Mas funcionários do campus falam também em taxistas e motoristas de ônibus."Já pegamos mais de cem tachinhas na rotatória", conta Voivodic. As "armadilhas" aparecem em pontos estratégicos, locais onde há maior movimento de ciclistas ou perto das curvas.A Folha esteve na Cidade Universitária e encontrou tachinhas perto da avenida Professor Luciano Gualberto, em um local utilizado pelos atletas para fazer o retorno durante o circuito.Segundo os ciclistas, outros pontos onde elas mais causam problemas são a região da raia olímpica e a praça da Reitoria.RISCO DE ACIDENTESA médica ortopedista Kelly Stefani, 40, que treina no local para competições, diz que o risco de sofrer uma fratura grave quando o pneu estoura é alto. "Dependendo da velocidade em que estiver, pode ser até fatal", diz.Segundo Stefani, o perigo aumenta já que muitos ciclistas andam em pelotão de 15 a 20 pessoas. Os ciclistas podem pedalar a até 45 km/h.O problema pesa no bolso dos ciclistas. O prejuízo com um pneu furado vai de R$ 36 a R$ 150 (para trocar).A USP é um dos espaços mais utilizados por ciclistas e corredores da cidade. Segundo eles, falta lugar para pedalar em São Paulo.A estimativa das assessorias esportivas é que pelo menos 200 ciclistas utilizem o local para treinar.A presença dos esportistas, no entanto, não é aprovada por todos.Estudantes e funcionários reclamam do excesso de bicicletas, muitas vezes em velocidade alta, e também do número cada dia maior de corredores que treinam por lá.O motorista de ônibus Gerson Benício, 50, diz que os ciclistas atrapalham o tráfego. "São três faixas. A gente acha que eles deveriam ocupar a direita. Mas eles ocupam a direita, a do meio e se precisar vão para a esquerda.""Eles não deixam o carro passar. Eu já passei perto e o ciclista deu um murro no meu carro", conta a enfermeira Adriana Antiga, 36, que frequenta a USP com o filho Mateus, 16, que faz aula de remo na raia olímpica."Muitos são educados, mas muitos ficam nas duas faixas da pista", diz a estudante Débora Svizzero, 18.O diretor da assessoria esportiva Five Ways, Ronaldo Martinelli, diz que o caso preocupa. "Já vi muito ciclista caindo. É uma coisa irresponsável e até criminosa."