sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Brasil discute Rio+20 com Índia, China e África do Sul


25/08/2011 - 20h42

Brasil discute Rio+20 com Índia, China e África do Sul


CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA



Reunião entre membros do Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) terá como foco a aproximação dos países para a conferência Rio+20, que ocorrerá em junho de 2012, no Rio de Janeiro.
A 8º Reunião Ministerial do Basic será em Inhotim, Minas Gerais, entre sexta-feira (26) e sábado (27).
De acordo com Tovar Nunes, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, ainda que o propósito da reunião seja o ambiente, o encontro dos líderes desses países será importante para que haja coordenação além do tema ambiental.
"Vamos discutir posições para levarmos a Durban [na África do Sul, para conferência sobre mudanças do clima e Protocolo de Quioto], em novembro. Mas temos interesse em nos coordenarmos sobre o desenvolvimento sustentável, que não trata só do ambiente, mas também de inclusão social", afirmou Nunes.
Segundo o porta-voz, a conferência Rio+20 será mais ambiciosa do que a antecessora, a Eco-92, também no Rio de Janeiro.
"A reunião em Inhotim reflete bem o espírito do que esperamos para a Eco-92, que é a ousadia. Buscamos um ambiente de desenvolvimento, de estímulo ao talento e de acesso à cultura", disse Nunes.
FINANCIAMENTO AMBIENTAL
Segundo o Itamaraty, uma das maiores preocupações do Basic é a retomada das negociações sobre as fontes de financiamento para medidas ambientais em países em desenvolvimento.
De acordo com o Acordo de Copenhagen, de 2009, países desenvolvidos assumiram o compromisso de mobilizar R$ 30 milhões, no período de 2010 a 2012, e R$ 100 milhões, até 2020.
Em Inhotim, o Brasil defenderá que a principal fonte dos investimentos deverá ser pública, e não privada, como propõem os países desenvolvidos. Na última conferência sobre mudanças do clima, em Cancún, em 2010, o tema foi levado à comissão técnica. O objetivo brasileiro é que, em Durban, as discussões não tenham o mesmo destino.
De acordo com o Itamaraty, também será enfatizada a necessidade de ações governamentais para viabilizar transferência de tecnologia ambiental, com previsão de financiamento público e flexibilização de direitos de propriedade intelectual.