Entulho do São Vito vai virar base para asfalto na periferia
Autoria: VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
Restam só uns poucos andares dos edifícios São Vito e Mercúrio em pé, e a paisagem no lugar já mudou. Do Mercado Municipal, em frente, já se pode até avistar o Brás e parte da zona leste.
Mas os restos de demolição dos treme-tremes vão chegar mais longe, tão longe quanto ao Jaçanã, bairro do extremo norte de São Paulo.
É que as 60 toneladas de entulho geradas com a derrubada dos prédios -onde chegaram a morar mais de 3.000 pessoas- serão usados na pavimentação de 30 km de vias da periferia, em que o chão ainda é de terra batida.
Bairros como Perus e Freguesia do Ó (zona norte), São Mateus e Guaianases (zona leste), Cidade Ademar e Campo Limpo (zona sul), e Butantã (zona oeste) receberão os restos da demolição.
O entulho, depois de separado de materiais como vergalhões de ferro e portas, vai servir de base para o asfalto, substituindo a pedra britada.
A prefeitura estima poupar R$ 3 milhões na pavimentação dessas vias pela redução de 30% nos custos com material. A demolição custou cerca de R$ 4 milhões, aí incluída a trituração do entulho.
A demolição dos edifícios integra projeto de revitalização da região central. No local, a prefeitura prevê um anexo do Mercadão, com uma escola de gastronomia.
Estuda-se ainda construir uma garagem subterrânea. As vagas de estacionamento são aguardadas ansiosamente pelo pessoal do Mercadão.
"Já pensou um passarela direto do estacionamento para cá?", sonha Carlos Machado, 58, do Frutas Mazzeto.
"Os dois estacionamentos que a gente tem no mercado acabam sendo usados pelo pessoal que vai na 25 [de Março] fazer compras. Então não comporta todo mundo", reclama Fábio Mendonça, do empório Família Mendonça.
Segundo os comerciantes, os clientes se queixam da falta de vagas e do preço dos estacionamentos da região; a hora chega a custar R$ 15.
Siga a caçamba até o destino final!