Cortinas verdes abaixam temperatura em até 15 graus
POR EDUARDO PEGURIER, Ecocidades
A foto acima foi tirada em uma fábrica da cidade de Kagoshima, no Japão. Ela faz parte do enorme conglomerado Kyocera, que tem cerca de 60 mil funcionários e divisões espalhadas em várias cidades do Japão. Pois bem, em 12 desses locais, desenvolveu-se um programa de “cortinas verdes”: plantas cultivadas em treliças, que protegem do sol janelas e paredes.
Como mecanismo redutor de temperatura, os resultados foram excelentes. Mediu-se uma diferença de 15 graus celsius favorável às superfícies protegidas por essas plantas, que além de barreira ao sol também geram conforto térmico através da evaporação da umidade armazenada em suas folhas.
A solução permitiu que os escritórios e fábricas beneficiados pelo programa parassem de usar ar-condicionado. E ainda trouxeram um benefício extra: comida. Para formar a cortina, o pessoal usou plantas de cabaça azeda (bitter gourd, uma iguaria japonesa) ou feijão. A colheita foi parar no refeitório e, em seguida, no prato dos funcionários. Fez tanto sucesso que vários começaram a experimentar a ideia em suas próprias casas.
Se você gostar, a Kyocera publicou a sua receita de cortina verde. Lá, mostra que entre o plantio e o desenvolvimento se gasta cerca de um mês. Só não se esqueça de considerar que tipo de insetos a sua nova cortina atrairá.
Até agora, diz a empresa, o programa de cortinas verdes já atingiu uma extensão de 294 metros, que cobriram uma área de 775 m2. Isso equivale em termos de absorção de carbono a plantar 194 árvores — no caso, cedros.