“Pior cego é aquele que não quer ver”
Do blog "A grande farsa do aquecimento global"
autor: Mario de Carvalho Fontes Neto, engenheiro agrônomo
Fonte: http://agfdag.wordpress.com/
Publicado 14 janeiro 2011
Tempo, em termos meteorológicos, é o conjunto de fatores – temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, regime de ventos e chuvas – que determina a condição da atmosfera em um dado lugar, durante um curto período, de um a alguns dias. Clima é a condição média do tempo em períodos bem mais longos, de décadas em diante. A Organização Meteorológica Mundial (WMO, em inglês) considera 3 décadas de observações como o mínimo necessário para se caracterizar um clima.
Com as enchentes e catástrofes decorrentes das chuvas – típicas, diga-se de passagem, nessa época do ano, no Sudeste do Brasil – os profetas do apocalipse parecem ganhar mais e mais seguidores. Triste sina a dos desinformados e leigos no assunto, cada vez mais acuados diante do besteirol veiculado pela mídia.
Vou tentar explicar-lhes alguns aspectos específicos relacionados às chuvas, sobretudo no que se refere às suas medições. A precipitação pluvial (chuva) é medida em milímetros, em aparelhos conhecidos como pluviômetros. Um milímetro equivale a um litro por metro quadrado.
Segundo a WMO, as chuvas podem ser classificadas como fracas, moderadas, fortes ou muito fortes, conforme a tabela a seguir:
Chuva fraca
1,1 até 5 milímetros por hora
Chuva moderada
5,1 até 25 milímetros por hora
Chuva forte
25,1 até 50 milímetros por hora
Chuva muito forte
acima de 50 milímetros por hora
Quando estudava na Faculdade de Ciências Agronômicas, no curso de Construções Rurais, há mais de 25 anos, aprendi que se deve considerar, por via das dúvidas, uma lâmina de 100 milímetros por hora nos cálculos de telhados e calhas. Creio que isso não deve ter mudado muito, desde então.
A precipitação pluvial média anual no Estado de São Paulo é de cerca de 1.490 milímetros. A mínima foi de 1.078 milímetros, mas a máxima foi de 4.378 milímetros.
A precipitação pluvial média anual na Cidade de São Paulo, no período de 1940 a 1999, foi de 1.591 milímetros. No mês de janeiro, em 1947, choveu na cidade de São Paulo 481,4 milímetros. Esse é o recorde máximo mensal desde então. A década de 1940 foi a mais chuvosa na Cidade. O recorde mínimo mensal é zero milímetro, ou seja, nenhuma chuva durante um mês inteiro, observado em alguns meses, de forma aleatória.
O que se verifica, portanto, é que há uma enorme variabilidade natural.
Quando as moças da previsão do tempo nos telejornais insistem em dizer que “choveu o equivalente a tantos dias”, apenas confundem ainda mais os telespectadores. O clima é uma invenção estatística, como se explica logo de início. No caso das chuvas, o que importa é a variabilidade natural, o que de fato já ocorreu e que eventualmente pode ou deve ocorrer novamente.
Se considerarmos, por exemplo, os 481,4 milímetros de janeiro de 1947, na Cidade de São Paulo, e dividirmos por 30 dias, teremos pouco mais de 16 milímetros por dia. Mas se tomarmos como base a média anual de 1.591 milímetros da Cidade, teremos apenas pouco mais de 4 milímetros por dia. E o que isso significa? Absolutamente nada!
Não é raro chover 100 milímetros em um único dia. Mas, para cálculos de drenagem, deveríamos considerar os 100 milímetros por hora. Se os cálculos não levam em consideração isso, o resultado, infelizmente, é o que se vê, ano após ano, nessa época…
QUANDO É "MUITA CHUVA"?
Do mesmo autor.
Publicado 19 janeiro 2011
Dando sequência ao post anterior, entre 15 e 16 de março de 1952, em Cilaos, no centro da Ilha de La Réunion, choveu 1.869,9 milímetros em 24 horas. Esse é o recorde mundial de máxima precipitação já observada em 24 horas, em terra. La Réunion é uma pequena ilha no Oceano Índico, a leste de Madagascar, na latitude 21° Sul. Em março de 2007, durante a passagem do ciclone Gamede, La Réunion anotou também o recorde de maior precipitação em 72 horas, 3.929 milímetros, próximo à cratera Commerson.
Cherrapunjee, na Índia, é o lugar mais chuvoso do mundo. Lá chove em média 11.777 milímetros por ano. Esse local coleciona dois recordes mundiais no Guiness. Choveu por lá 22.887 milímetros entre agosto de 1860 e julho de 1861. E em julho de 1861, observou-se por lá a maior precipitação mensal, 9.300 milímetros.
CHUVA
http://www.ufpel.edu.br/