terça-feira, 13 de março de 2012

Crise pode atrasar implantação de economia verde


Crise pode atrasar implantação de economia verde, diz Sha Zukang

9/3/2012 20:19,
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O secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Sha Zukang, disse hoje (9) que a crise internacional pode atrasar a implementação, em alguns países, do que vem sendo chamado de economia verde. A nova proposta do capitalismo, que deve ser o centro das discussões na Rio+20, é bastante criticada por organizações da sociedade civil, que alertam para as consequências, principalmente nos países onde as populações rurais ainda estão em seus territórios.

“Ainda não conseguimos nos livrar da sombra das crises financeiras. A transição para uma economia verde, principalmente para os países em dificuldade, vai precisar de um compromisso maior, muito forte, e mais ajuda dos desenvolvidos. É uma questão internacional que pode criar, talvez, um atraso na implementação da economia verde”, disse Zukang, durante entrevista coletiva no Ministério do Meio Ambiente. Ele visita o Brasil para tratar da logística da Rio+20, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro.

Para o secretário-geral, a conferência pode ficar em segundo plano para líderes de alguns países devido a assuntos internos. Ele citou, como exemplo, o período eleitoral nos Estados Unidos. “Em ano de eleições, as grandes figuras políticas estão muito preocupadas com o pleito para tratar de outros assuntos. Mas digo a eles que não se preocupem. Sustentabilidade é uma questão que deve unir oposição e situação. O desenvolvimento sustentável é o futuro que queremos”, comentou.
Já para lideranças dos movimentos sociais, que criticam a economia verde, a economia verde será uma espécie de maquiagem verde para o modelo tradicional de exploração dos recursos naturais e de distribuição das riquezas.
“Os capitalistas mais espertos e que não atuam no polo de especulação do capital financeiro sacaram que podem dar um tom de maior sustentabilidade prometendo que não vão agredir o meio ambiente para parecer simpáticos à população, que então vão consumir mais e eles vão ter lucro maior. Mas quem manda são os grandes bancos, transnacionais, as petroquímicas”, apontou João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Atualmente, no Brasil, existem cerca de 220 milhões de hectares em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Somando-se ai as áreas das comunidades tradicionais, quilombolas e camponesas, que possuem expressivas áreas conservadas de natureza, chegamos a cerca mais de um quarto de todo o território nacional, onde o capital ainda não possui mecanismos de acumulação.
Ainda de acordo com os movimentos sociais, entre os principais instrumentos do mercado para lucrar com as mudanças climáticas estão o investimento massivo em novas fontes de energia (sem debater para onde vai a energia que já produzida), o desenvolvimento de espécies transgênicas resistentes às alterações do clima e a criação de um fundo internacional para o clima, atrelado ao Banco Mundial.
Governo
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que as eleições em outros países não devem atrapalhar a presença de chefes de estado na Rio +20. Até agora, 79 delegações confirmaram presença. Entretanto, o objetivo é que a conferência seja de decisões concretas e não apenas de debate.
“Não é uma conferência para carimbar documentos e dizer que aprovamos. Queremos caminhos concretos, de resultados”, destacou.
Com Agência Brasil