Cemitérios sem contaminação: "do pó ao pó":
CEMITÉRIOS
AUSTRALIANOS SÃO DADOS COMO LIMPOS
A. Salleh - The Lab - Quarta-feira,
17 de Novembro de 1999
Nestes
dias e tempos de consciência ambiental, nem mesmo os nossos cemitérios têm
escapado ao olhar atento dos cientistas - dedicados a investigar se contribuem ou
não para a poluição.
O
cientista e hidro-geólogo ambiental Boyd Dent, da Universidade de Tecnologia de
Sydney, informou recentemente os resultados de um projeto com custo de $250.000
para investigar se nossos túmulos poluem as águas subterrâneas abaixo deles.
"A
sociedade exige cada vez mais que nós cuidemos do meio ambiente natural, tanto
quanto for possível - que preservemos as águas subterrâneas naturais, que não
adicionemos agentes não naturais ao solo e que não criemos aterros que podem infiltrar
através do solo", Dent explicou.
"Aqui
era uma área que ninguém tinha realmente estudado profundamente – É um
utilizador de uma quantidade significativa de terras e que era pobremente
estudado e compreendido, particularmente se tratando dos efeitos para com o
meio ambiente.”
Seu
estudo, que abrangeu nove cemitérios localizados em New South Wales, Victoria,
Austrália do Sul, Austrália Ocidental e Tasmânia, é o primeiro estudo em grande
escala desse tipo no mundo.
Uma
pesquisa realizada no Brasil, em 1991, constatou que, em certas circunstâncias,
os cemitérios podem ser uma fonte significativa de poluição bacteriana. No
entanto, Dent encontrou pouca evidência do impacto ambiental nos cemitérios
localizados em regiões temperadas. Enquanto ele estabeleceu que algumas
substâncias vem da decomposição de corpos humanos – e que poderiam,
teoricamente, deixar os limites dos cemitérios – isso ocorre em níveis tão
baixos que não poderiam ser descritos corretamente como "poluição".
"O
resultado da pesquisa é que os cemitérios não parecem estar sobre uma piscina
purulenta de decomposição humana. No final das contas, acho que podemos dizer
que Deus acertou os termos do conceito do "pó ao pó."
No
entanto, a pesquisa de Dent identificou com sucesso uma série de áreas onde,
por razões ambientais, novos cemitérios não deverão ser construídos.
Estas
incluem: ao lado ou dentro de antigas áreas de pantanal, ao lado de lagoas ou
lagos naturais, locais onde o lençol freático sobe (que às vezes ocorrem em
planícies de inundação ou nas zonas costeiras), locais que estão sujeitos à
erosão e inundações, e algumas encostas e penhascos.
As
taxas médias de mortes calculadas pelo Australian Bureau of Statistics preveem
que cerca de 1,34 milhões de adultos australianos vão morrer na década, até o
ano de 2007. Se apenas 40% destes forem enterrados e 75% ocuparem sepulturas novas
de médio porte, alguns 106 hectares de terra - o equivalente a 1100 blocos de
construção tamanho padrão – serão consumidos.
Traduzido por: Marisa Monteiro
Australian cemeteries given the all clear
In this day and age of environmental awareness, not even our burial grounds have escaped the watchful eye of scientists - keen to investigate whether they contribute to pollution.
Environmental scientist and hydrogeologist Boyd Dent of the University of Technology, Sydney, recently reported the results of a $250,000 research project to investigate whether our graves were polluting the groundwaters beneath them.
"Society is increasingly demanding that we look after the natural environment as much as possible - that we preserve natural groundwater flows, that we don't add agents to the ground that are not natural and that we don't create landfills which are going to leach through the environment," Dent explained.
"Here was an area that nobody had really studied in depth - a significant land user in society which was poorly understood, particularly in terms of its effects on the environment."
His study, which covered nine cemeteries located in NSW, Victoria, South Australia, Western Australia and Tasmania, is the first large scale study of its kind worldwide.
Research carried out in Brazil in 1991 found that in certain circumstances, graveyards may be a significant source of bacterial pollution. However Dent found little evidence of environmental impact from cemeteries located in temperate regions. While he did establish that a nutrient plume comes from decaying human bodies - which could theoretically leave the cemetery boundary - it occurs at such low levels that it could not be correctly described as 'pollution'.
"The result of the research is that cemeteries do not appear to be underlain by festering pools of human decay.On balance of things, I think we can say that God got it right in terms of the 'dust to dust' concept."
Nevertheless, Dent's research has successfully identified a number of areas where, for environmental reasons, new cemeteries should not be built.
These include: next to or within former swampland areas, next to ponds or natural lakes, locations where the water table rises (which sometimes occurs on floodplains or on coastal areas), locations which are subject to erosion or flooding, and some hillsides and cliff lines.
Average death rates calculated on Australian Bureau of Statistics figures forecast that around 1.34 million Australian adults will die in the decade leading up to the year 2007. If just 40 per cent of these are interred and 75 per cent occupy new, average-size graves, some 106 hectares of land - the equivalent of 1100 standard-size building blocks - will be consumed.