O parque que é pivô dos protestos na Turquia
Atualizado em 6 de junho, 2013 - 18:19 (Brasília) 21:19 GMT
Os planos para transformar o Parque Gezi, em Istambul, em um complexo com uma nova mesquita e um shopping desencadearam uma onda de protestos que se espalhou pela Turquia.
O que começou como um manifestação contra um projeto de desenvolvimento urbano se transformou em uma expressão mais ampla de insatisfação contra as políticas do governo, o qual os manifestantes dizem estar se tornando cada vez mais autoritário.
O uso excessivo da força pela tropa de choque da polícia ─ que usou gás lacrimogêneo e canhões d’água para dispersar um protesto pacífico, deixando vários feridos ─ aumentou ainda mais a tensão.
Também há questões relativas à escolha do Grupo Kalyon como a principal empreiteira do projeto. O grupo teria uma ligação muito próxima com o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Mas há também um aspecto político mais profundo. Para alguns turcos, a proposta de reconstruir no local um quartel militar do tempo do Império Otomano tem um significado simbólico.
A BBC mostra abaixo como a área onde a onda de protestos teve sua origem está agora e como deverá ficar caso os planos do governo sejam colocados em prática.
O Parque Gezi, uma área cheia de árvores dentro da Praça Taksim, é um dos poucos espaços verdes que ainda resistem no centro de Istambul.
Ele foi comparado à Praça Tahrir, no Cairo, Egito, o ponto central das manifestações que derrubaram o presidente Hosni Mubarak em 2011.
Faixas carregadas pelos manifestantes alegam que o plano para o parque pode ser comparado a uma hipotética proposta de transformar o Central Park, em Nova York, ou o Hyde Park, de Londres, em uma área comercial.
Os críticos afirmam que a decisão de seguir com os planos foi tomada muito rapidamente e sem o debate público e na mídia, que seria apropriado para decidir se vale a pena mudar a praça e o parque.
A Praça Taksim já foi palco de vários outros protestos em 2013, incluindo no dia 1º de maio, na qual a polícia também disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes.