segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pesquisa brasileira liga hábito de fumar à tendência para a depressão

Edição do dia 13/12/2013
13/12/2013 21h28 - Atualizado em 13/12/2013 21h28

Pesquisa brasileira liga hábito de fumar à tendência para a depressão



A pesquisa realizada em Porto Alegre também revela que a ideia de que o cigarro ajude a aliviar a tensão é um mito.

Uma pesquisa realizada em Porto Alegrerevelou que os fumantes são mais propensos à depressão. E que a ideia de que o cigarro ajude a aliviar a tensão é um mito.
Instantes depois da primeira tragada a nicotina chega ao cérebro, e estimula a sensação de prazer. O resultado é bem conhecido por quem fuma. “Bem estar, tranquiliza”, diz uma mulher.
Mas a longo prazo, será que isso dá aos fumantes uma vantagem na busca pela felicidade? Segundo a pesquisa feita no Ambulatório de Abandono do Tabagismo do Hospital São Lucas, na PUC de Porto Alegre, a resposta é não.
O ambulatório já atendeu mais de mil fumantes. Ao chegarem lá, todos preencheram questionários detalhados, inclusive sobre sintomas relacionados à depressão. Essas informações, coletadas ao longo de quatro anos, foram comparadas com respostas dadas por ex-fumantes e por pessoas que nunca fumaram.
O resultado publicado no British Journal of Psychiatry mostra que, na escala que mede a depressão, os fumantes têm 50% mais pontos do que quem nunca fumou ou já largou o cigarro.
“Em média, passando o turbilhão da abstinência, dois, três meses, a partir do terceiro, quarto mês, a pessoa já começa a notar que está melhor, a pessoa começa a notar que está com um bem estar melhor. Isso vai nos ajudar a quebrar o mito de que o cigarro traz felicidade”, explica o pneumologista e coordenador do Ambulatório de Auxílio ao Abandono do Tabagismo, Gustavo Chatkin.
Dona Isolina, que parou de fumar depois de 43 anos, diz que a vitória sobre o cigarro já é motivo para sorrir mais. “Eu renovei, sou outra pessoa. Tudo mudou em mim, meu comportamento, cuidar das minhas coisas, tudo”, conta a dona de casa.
O marido dela agradece.  “Está calma, o amor melhorou”, comenta o aposentado Adão Borges.


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