sexta-feira, 12 de abril de 2013

Trabajo esclavo....


11/04/2013 - 13h41

Alesp ouvirá fabricante de marcas de roupa sobre denúncias de trabalho degradante


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) convocou os diretores da Gep Indústria e Comércio a prestar esclarecimentos sobre as condições de trabalho na qual estavam bolivianos resgatados por uma fiscalização realizada no mês passado.
Os representantes da companhia, detentora das marcas Luigi Bertolli, Emme, Cori e GAP do Brasil, deverão comparecer àaudiência na próxima quarta-feira (17). A convocação foi feita pelo deputado Carlos Bezerra Jr., líder do PSDB na Casa.
A empresa afirmou que ainda não recebeu notificação oficial da Alesp.

A batida --feita por Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Receita Federal-- encontrou os trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma oficina clandestina, no Belenzinho, zona leste de São Paulo.
Na autuação, os fiscais verificaram condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas e servidão por dívida. Eles encontraram os estrangeiros no momento em que confeccionavam roupas das marcas Emme e Luigi Bertolli.
Foi constatado que os bolivianos não possuíam documentação brasileira e cumpriam jornadas superiores a 12 horas. Além disso, foram apreendidos cadernos com anotações das dívidas de cada trabalhador, a fim de fazer descontos nos pagamentos.
Na ocasião, a companhia afirmou que desconhecia as condições de trabalho dos funcionários que costuravam as peças comercializadas e fez questão de anotar isso no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado. "A Gep foi ludibriada. Também é vítima de agentes inescrupulosos atuando nesse mercado", disse seu representante Nelson Volpato.
Pelo acordo, a Gep se comprometeu a rever a cadeia produtiva das suas marcas, a abster-se de submeter trabalhadores a condições degradantes, a pagar multa de R$ 450 mil por dano moral coletivo, a registrar os trabalhadores flagrados e a pagar R$ 10 mil a cada funcionário por dano moral.