Após 20 anos, Prefeitura lança pacote bilionário de obras viárias na zona sul
Pacote contempla serviços de canalização de córregos com histórico de enchentes e construção de marginais
17 de janeiro de 2013 | 0h 15
Adriana Ferraz e Diego Zanchetta - O Estado de S. Paulo
Com duas décadas de atraso, a Prefeitura de São Paulo vai tirar do papel parte das obras de um novo plano viário para a zona sul, orçado em R$ 1,8 bilhão. Dividido em duas fases, o pacote inicial, que inclui a duplicação de algumas das mais congestionadas vias da capital, como M'Boi Mirim e Carlos Caldeira Filho, deve custar R$ 1 bilhão.
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O edital da licitação será publicado em fevereiro e representará a primeira ação do prefeito Fernando Haddad (PT) para cumprir sua principal promessa: o Arco do Futuro, uma lista de obras que promete redesenhar o desenvolvimento da cidade.
O processo de pré-qualificação das empresas interessadas teve início no dia 29 de dezembro, ainda na gestão Gilberto Kassab (PSD). Prometido pelas últimas cinco administrações, o plano virou prioridade para Haddad, que ordenou rapidez na contratação das obras durante a transição dos governos.
O resultado dessa primeira triagem sai no dia 5 de fevereiro. Em seguida, será publicado o edital. A expectativa é de que os contratos sejam assinados no primeiro semestre - desde que assegurados os recursos.
Além da duplicação de vias, o pacote contempla serviços de canalização de córregos com histórico de enchentes e construção de marginais, além de um anel viário no entorno da Represa do Guarapiranga.
Na segunda fase, o prolongamento da Marginal do Pinheiros, sentido Santo Amaro, poderá ser incluído no pacote, assim como ampliações das Estradas de Itapecerica e do Alvarenga. A Prefeitura não informou a data da segunda licitação.
Espera
Com histórico diário de lentidão, a Estrada do M’Boi Mirim é um dos maiores gargalos de trânsito da cidade. De carro ou ônibus, cruzar a via é um transtorno para moradores, que não raramente preferem fazer o trajeto a pé nos horários de pico. A situação é a mesma ao longo da Avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú, onde passageiros esperam até 2 horas por vaga em lotação. A avenida corta 12 bairros, onde moram cerca de 723 mil pessoas. As vias ganharão juntas 6,3 quilômetros extras.
Quem mora no Morumbi também será beneficiado pela extensão da Avenida Carlos Caldeira Filho, que termina na Giovanni Gronchi. Apesar de pleiteado pelos moradores, o pacote deve encontrar resistência pela lista de desapropriações, ainda não divulgada.