07/01/2013 - 18h29
Belo Monte tem paralisação parcial após novo protesto de índios
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
DE MANAUS
As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foram parcialmente paralisadas nesta segunda-feira (7) por um protesto de índios. Os impactos ambientais do empreendimento --um dos maiores investimentos atuais em infraestrutura do governo federal-- motivaram a movimentação.
Cerca de 20 índios da etnia juruna, pintados e armados com flechas, bloqueiam desde as 4h a estrada de acesso ao sítio Pimental, um dos três canteiros da obra, situada no rio Xingu, a 50 km de Altamira (sudoeste do Pará). Não houve incidentes e os trabalhos no canteiro foram interrompidos.
Os índios reclamam que as águas do rio Xingu nas imediações das aldeias estão turvas em razão das obras, o que prejudica a pesca.
Segundo a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica e que tem o governo federal como principal acionista, os índios pediram R$ 300 mil para desbloquear a estrada. A reportagem não conseguiu contato com os manifestantes.
De acordo com a Força Nacional de Segurança, o bloqueio dos índios acontece na estrada Travessão 27, a 4 km da entrada do canteiro Pimental. Com o protesto, segundo o capitão Mailson Cordeiro, 15 ônibus foram impedidos de entrar na obra.
No local trabalham cerca de 4.000 pessoas. "Os índios estão prontos para guerra", disse o militar.
A Polícia Federal em Altamira informou que está monitorando o protesto, e que o grupo de índios é o mesmo que manteve dois funcionários da Norte Energia como reféns, em julho de 2012. A Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que enviou um funcionário à região para acompanhar o caso.
Em dezembro do ano passado, a Norte Energia anunciou a conclusão da parte mais polêmica da obra: uma ensecadeira (barragem provisória) para desviar o rio Xingu, o que abriu caminho para a construção da casa de força complementar da usina.