quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Alerta de risco

Agostinho Ogura

Alerta de risco



Diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres revela despreparo dos administradores públicos em gerir ocorrências climáticas

http://www.infraestruturaurbana.com.br//solucoes-tecnicas/23/alerta-de-risco-diretor-do-centro-nacional-de-monitoramento-276196-1.asp

 


Por Mirian Blanco
"Estamos fazendo o monitoramento e alerta de desastres naturais numa condição de mudança de gestão municipal"

Christian Knepper
Grande parte dos administradores municipais brasileiros não sabe o que fazer quando recebe alertas de potenciais tragédias naturais em sua cidade. A afirmação é de Agostinho Ogura, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres, o Cemaden. O órgão é responsável por realizar análises dinâmicas de risco baseadas no monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico de áreas ocupadas e expostas a desabamentos e enchentes.
Nesta entrevista, o geólogo fala da necessidade do desenvolvimento de planos de gestão de risco em cidades e dos desafios de comunicar ocorrências potenciais de desastres climáticos, sobretudo em ano de mudança de gestão municipal. "Nem todos os novos prefeitos fizeram a transição de acordo com um plano de responsabilidade que permitisse manter plenamente um sistema de comunicação e resposta a emissões de monitoramento e alerta". Confira.
Qual o papel do Cemaden na prevenção de mortes e feridos decorrentes de desastres naturais?O Cemaden é um dos braços do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, lançado em agosto pela presidente Dilma. Nosso desafio é traduzir a base de conhecimento existente no Brasil sobre áreas de risco e técnicas de previsão metereológica em cenários de desastres com potencial de colocar em risco a integridade física de pessoas. E fazer esse monitoramento 24 horas em território nacional é algo inédito no Brasil e tecnicamente muito, muito complexo.
Que complexidade ou inovação esse trabalho envolve, precisamente?
Identificar quanto de chuva precisa cair para que um processo de corte e aterro vire uma corrida de lama numa área de risco em particular, dentre várias de um único município, é algo muito complexo tecnicamente. As condições mudam de localidade para localidade. É preciso analisar continuamente os dados de quanto está chovendo em cada cidade, espacializar essa chuva para as áreas de risco em cada um dos 274 municípios atualmente monitorados, estabelecer os limiares de chuva e quais os cenários de risco de cada limiar, ou seja, qual o volume de chuva necessário para, em cada área de risco monitorada, provocar que tipo de ocorrência. E tudo isso num raio de previsibilidade tal que permita ações antecipadas. Enfim, o foco do Cemaden é analisar cenários de risco para estabelecer indicadores lógicos que permitam tomadas rápidas de decisão.
E esse trabalho complexo já é feito hoje com precisão?
Com 100% de precisão, não. Ainda temos muito o que crescer. O mapa pluviométrico do Brasil é de chorar! A malha é extremamente ruim. Há pouquíssimas informações e há várias áreas de risco que não têm pluviômetro. E quando têm, ele não é dado em tempo real. Nesse sentido, estamos dando um salto formidável e inédito no Brasil que é a aquisição de nove radares metereológicos e 1,5 mil pluviômetros automáticos e semiautomáticos. Isso é o dobro do que temos hoje. Para se ter uma ideia, o Japão, que é muito menor que o Brasil, trabalha com 17 mil pluviômetros e 20 radares.
E esse salto já será percebido neste verão?
Não. Os equipamentos serão instalados a partir de março. No ano que vem, estaremos operando no Nordeste em circunstâncias muito melhores. Mas ainda estamos saindo de uma situação precária em termos de monitoramento no Brasil. O Cemaden foi criado por decreto em julho de 2011 e, em dezembro daquele ano, já estava operando. Em prazo recorde, criamos uma estrutura, organizamos informações, fizemos parcerias com outros órgãos de mapeamento geológico, mobilizações institucionais, concurso, treinamento de pessoal. No verão de 2011/2012, começamos a operar para 56 municípios e emitimos 18 alertas. Em suma, foi só há pouquíssimo tempo que tivemos uma primeira experiência de operação e monitoramento no Brasil.
E nesse tempo, qual foi o avanço?
Neste primeiro ano do Cemaden, o avanço foi o aumento da capacidade dos nossos operadores, de toda a base de suporte e das equipes multidisciplinares que fazem o monitoramento. Criamos e melhoramos a plataforma de coleta das informações em âmbito nacional, a
caracterização dos cenários de risco, os limiares de risco, a formação dos protocolos com as Defesas Civis federais e estaduais e aprimoramos as articulações institucionais entre os órgãos de controle.
O que são os protocolos com a Defesa Civil?
Uma vez que identificamos os cenários de risco, essa informação ou esse alerta é transmitido à Defesa Civil, que deve ter conhecimento sobre o significado de cada alerta e como proceder. Essa linguagem comum e os procedimentos recomendáveis estão estabelecidos em protocolos junto às defesas federais e estaduais.
Como funcionam os alertas?
O Cemaden é o órgão emissor de alertas sobre riscos potenciais de desastres naturais em áreas de risco. Os alertas são emitidos para a Defesa Civil. O Cenad [Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres], que é coordenado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, encaminha o alerta para os 274 municípios brasileiros atualmente monitorados.
Mas então é preciso haver o mesmo entendimento entre todos os agentes nas instâncias federais, estaduais e municipais. Os municípios têm esse conhecimento?
Aí você tocou num ponto gravíssimo. A maioria dos municípios não tem nem plano municipal de gestão de risco, que é o instrumento básico a partir do qual se pontuam as obras necessárias, os investimentos, as estratégias para eliminação de áreas de risco e os procedimentos de monitoramento e alerta.
Para oferecer respostas rápidas aos alertas que emitimos, o município tem que saber, minimamente, onde se encontram as áreas de risco da cidade e qual a vulnerabilidade dessas áreas, o contingente de pessoas potencialmente afetadas. E isso tem que estar detalhado no plano, que envolve a criação de procedimentos de protocolo, ou seja, um sistema interno de ações mediante ocorrências. Em situações de perigo, cabe ao município fazer vistoria, estruturar abrigos e condições de remoção emergencial, catalogar os bens das pessoas afetadas, monitorar a incidência dos processos climáticos e comunicá-los continuamente aos órgãos de controle, como Cenad e Cemaden.
É comum então que o alerta emitido pelo Cemaden não seja convertido em ações pelo município?
Em situações de desastres, o primeiro atendimento é feito pelo governo municipal. Mas, como muitas vezes não há planejamento nem mesmo entendimento sobre o significado e as implicações de cada alerta, as ações de resposta podem não ser plenamente eficientes. O município tem que ter uma equipe de vistoria e de atuação preventiva. Cabe a ele também capacitar as pessoas que serão envolvidas em situações de gestão de risco e, para isso, a Defesa Civil faz uma série de simulados ao longo do ano.
Há exceções?
Sim. Em 1988, apenas oito municípios do Estado de São Paulo tinham planos municipais de gestão de risco. Hoje, são 170 municípios paulistas com planos muito bem desenhados. O município do Rio de Janeiro tem a melhor rede de
contingenciamento pluviométrico. É uma questão cultural.
A troca de prefeitos nesse início de ano compromete de algum modo o sistema de monitoramento e alerta?
Sem dúvida, porque mudam as equipes. Atualmente, estamos fazendo o monitoramento e alerta de desastres naturais numa condição de mudança de gestão municipal. É inaceitável que uma Defesa Civil municipal não saiba como atuar diante de alarmes de desastres potenciais. Porém, certamente nem todos os novos prefeitos fizeram a transição de acordo com um plano de responsabilidade que permitisse manter plenamente um sistema de comunicação e resposta a emissões de monitoramento e alerta. É preciso ter responsabilidades muito claras. Do contrário, de nada adiantará um sistema nacional de monitoramento se em âmbito municipal isso não puder ser convertido em ações efetivas.


 

Aquapolo Ambiental

Água de reúso



Conheça o projeto Aquapolo Ambiental, complexo que produz recursos hídricos para atividades industriais a partir de esgoto tratado. Empreendimento poderá evitar o consumo de água potável suficiente para abastecer cidade com até 300 mil habitantes

http://www.infraestruturaurbana.com.br//solucoes-tecnicas/23/agua-de-reuso-conheca-o-projeto-aquapolo-ambiental-complexo-276272-1.asp

Por Carlos Carvalho



Marcelo Scandaroli
Com o intuito de suprir a necessidade de consumo de água para fins industriais das empresas do Polo Petroquímico do Grande ABC, na região metropolitana de São Paulo, foi criada uma Estação Produtora de Água Industrial (Epai), a Aquapolo Ambiental, sediada na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ABC, da Sabesp.
Considerado o maior projeto de água de reúso para fins industriais do Brasil e do Hemisfério Sul, o complexo tem capacidade para produzir 1.000 litros por segundo de água de reúso - recurso hídrico não potável produzido a partir do esgoto tratado. Cerca de 17,5% desse total já é hoje consumido pelas empresas do Polo Petroquímico, que, depois da instalação do Aquapolo em novembro de 2012, deixaram de consumir água potável para fins industriais. Resultado: cerca de 175 l/s de água potável, que estariam sendo destinados às empresas, estão disponíveis à população. O volume equivale ao abastecimento de uma cidade do porte de Campos do Jordão, com 53 mil habitantes.
De acordo com a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, "a região metropolitana de São Paulo é uma área de baixa disponibilidade hídrica, semelhante à do semiárido brasileiro, e o Aquapolo ajuda a não deixar faltar água tanto para a população, quanto para o desenvolvimento industrial dessa região". Segundo a Sabesp, com o Aquapolo funcionando em sua capacidade máxima, é possível reduzir o consumo de água potável pelas indústrias em um número capaz de atender a 300 mil pessoas.
Em média, a ETE ABC trata 1.800 l/s de esgoto, provenientes dos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá e de parte da capital paulista próxima à região. Desse total, até 1.000 l/s podem ser repassados para tratamento terciário do Aquapolo, que consiste em ultrafiltrar o material sólido presente no esgoto, biodegradar a matéria orgânica com os próprios micro-organismos presentes nos efluentes e, se necessário, reduzir a condutividade da água.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Processo de tratamento biológico, no qual os microorganismos degradam a matéria orgânica presente nos efluentes

De acordo com Antônio Emílio Meireles, diretor industrial da Braskem, principal cliente da Aquapolo, a empresa deixou de consumir água captada do Rio Tamanduateí - fonte de cerca de 70% do seu consumo antes do Aquapolo - e água potável da Sabesp - 30% do consumo. "Sem dúvida, um grande passo na redução do impacto ambiental", diz.
Além disso, Meireles explica que a água de reúso trouxe outras vantagens para a empresa. "A qualidade é muito superior em todos os aspectos à da água utilizada anteriormente. Isso proporciona a redução da manutenção para limpeza e a substituição de equipamentos de resfriamento, além da redução de custos com produtos químicos usados para tratamento da água para a geração de vapor", completa.
Fernando Gomes da Silva, diretor da Aquapolo Ambiental, diz que as empresas também foram favorecidas pelo preço da água de reúso, que é mais barata que a cobrada pelas concessionárias da região. "O preço final pode variar por conta da infraestrutura necessária para se fornecer a água para cada empresa, mas gira em torno de R$ 4 a R$ 5/m³. Ou seja, é mais barata que a água fornecida por qualquer concessionária, seja a de Santo André, São Caetano do Sul ou São Paulo. A taxa de redução varia de 30% a 50%", diz.
INFRAESTRUTURA DO COMPLEXO
CONHEÇA OS EQUIPAMENTOS DO AQUAPOLO AMBIENTAL :
Estação elevatória de baixa carga responsável por bombear os efluentes do tratamento secundário da Sabesp para o Aquapolo.
Sistema de filtragem por discos que impede a passagem de resíduos sólidos superiores a 400 mícrons.
Tanque biológico e de ultrafiltração com oito conjuntos de membranas de polissulfona.
Sistema de osmose reversa responsável por baixar a condutividade (salinidade) da água.
Quatro tanques reservatórios cobertos que totalizam 70 mil m³, dos quais metade é destinada para armazenar a água que passa pelo processo de osmose e a outra metade para a água que passa apenas pela ultrafiltração.
Estação elevatória de alta carga com três bombas responsáveis por enviar até 1.000 l/s ao longo dos 17 km da adutora.
17 km de adutora de aço carbono de 900 mm.

GestãoA Aquapolo Ambiental é uma empresa de propósito específico que tem como acionistas a Foz do Brasil, empresa de soluções ambientais da Odebrecht, com 51% das ações, e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, com 49% das ações.
O investimento total para a construção da Estação Produtora de Água Industrial foi de R$ 364 milhões, dos quais 90% (R$ 327,6 milhões) são provenientes de um financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Os outros 10%, R$ 36,4 milhões, foram de responsabilidade dos sócios na proporção das ações.
Segundo o diretor do Aquapolo, "esse financiamento foi viabilizado a partir do contrato assinado com a Braskem - principal cliente, com cerca de 85% de consumo do que se produz no Aquapolo. A empresa se compromete a consumir até 650 mil l/s de água de reúso pelo período de 41 anos", explica.
Atualmente, além das quatro plantas da Braskem, outras empresas também já têm contratos assinados com a Aquapolo para a compra da água de reúso produzida na estação: duas plantas da White Martins, duas plantas da Oxiteno, a Cabot e a Oxicap.
A intenção agora é fazer com que o Aquapolo chegue à sua capacidade total de produção: 1.000 l/s. "O investimento que foi feito está preparado para fornecer mais do que o Polo Petroquímico vai consumir. Então temos, potencialmente, a possibilidade de vender água para outras indústrias ao longo da adutora construída. O volume do Aquapolo é 13 vezes maior do que o que a Sabesp fornecia de água de reúso", explica.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Sistema de ultrafiltragem com membranas submersas, capazes de separar partículas de até 0,05 mícrons, é pioneiro no Brasil. Abaixo, água de reúso já produzida, pronta para ser vendida para indústrias do Polo Petroquímico do Grande ABC
Construção do complexo A construção da Estação Produtora de Água Industrial ficou a cargo da Odebrecht Infraestrutura, que utilizou uma área de 15 mil m² do terreno da ETE ABC, de propriedade da Sabesp. "Era uma área não utilizada e passou a gerar renda para a Sabesp por um contrato de locação. Foi feita uma escritura de direito de uso por 41 anos, segundo a qual a Aquapolo paga o aluguel e os impostos da área que ela ocupa", diz Gomes.
A empresa também foi responsável pela construção da adutora encarregada de transportar a água do Aquapolo para o Polo Petroquímico de Capuava, instalada ao longo de 17 km pela Avenida dos Estados, entre os municípios de Santo André, São Caetano do Sul e Mauá.


Nessa etapa, foram utilizados três métodos construtivos, aplicados conforme a região da obra. Nas áreas mais críticas, devido às características do solo e à concentração demográfica, a adutora foi construída pelo método de pipe jacking, semelhante ao utilizado na construção das linhas do metrô, com a utilização do popular "tatuzinho".
Em terrenos mais firmes, foi empregado o método de tunnel liner, no qual operários instalam anéis de aço subterrâneos que formam um tubo protetor por onde passa a adutora. Em outros trechos, foram realizadas valas a céu aberto para a instalação dos dutos.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Etapas pré-Aquapolo na ETE ABCPara chegar até o tratamento no Aquapolo, o esgoto da região metropolitana do ABC passa por um tratamento prévio na Sabesp em três etapas:
Tratamento preliminar, no qual são removidos grãos de areia e sólidos grosseiros maiores que 1 cm.
Tratamento primário, durante o qual o esgoto flui vagarosamente por um tanque de decantação, permitindo que os sólidos em suspensão, que apresentam densidade maior que a do líquido circundante, sedimentem gradualmente no fundo.
Tratamento secundário (biológico), no qual os efluentes passam por tanques de aeração onde os micro-organismos presentes no esgoto vão remover parte da matéria orgânica dos efluentes, que posteriormente irão para novos tanques de decantação, de onde serão enviados parte para o Córrego dos Meninos e parte para o tratamento terciário do Aquapolo.
A gerente de operações do Aquapolo, Sheila de Oliveira, diz que, atualmente, a Sabesp trata, em média, 2 mil l/s de esgoto, número bem mais alto que o recebido pelo Aquapolo, que está preparado para tratar 650 l/s, podendo chegar a 1.000 l/s, mas ressalta a eficiência do tratamento da estação. "De todo o esgoto que chega no Aquapolo, cerca de 85% acaba virando água de reúso; os outros 15% são de lodo, que posteriormente será novamente enviado à Sabesp para tratamento e descarte em aterros sanitários", diz Sheila.
Antes da instalação do Aquapolo, 100% do esgoto tratado pela Sabesp era lançado no Córrego dos Meninos, que segue para o Rio Tamanduateí e deságua no Rio Tietê.

Etapas da produção de água de reúso
Fotos: Marcelo Scandaroli
1 O esgoto recebido é bombeado por uma estação elevatória de baixa carga até o filtro-disco. Ele é transportado pela tubulação verde e filtrado por uma espinha com filtros-disco empilhados, de forma a não permitir a passagem de partículas maiores que 400 mícrons. O sólido é coletado pela tubulação marrom e enviado à Sabesp para tratamento do lodo. O efluente filtrado segue pela tubulação verde para a segunda etapa.

Fotos: Marcelo Scandaroli
2 Depois de filtrado pelos discos, o esgoto vai para o tanque de tratamento biológico, onde recebe a adição de soda cáustica para o controle de pH, que deve ficar entre 6,5 e 7,5, permitindo que a ação biológica aconteça. A gerente de operações diz que essa etapa é importante, principalmente, para a remoção de nitrito e nitrato. "O esgoto fica nesse tanque por 15 minutos para a desnitrificação, que é a transformação dessas substâncias em nitrogênio gasoso. Depois, ele é bombeado por bombas de parede para o outro lado do tanque, onde ficam as membranas de ultrafiltração", diz.

Divulgação: Aquapolo
3 Depois de passar pelo tratamento biológico, o esgoto é enviado para tanques de ultrafiltração. Cada tanque possui oito conjuntos de membranas de polissulfona, com produção de até 30 l/s de água cada. As membranas ficam em suspensão dentro do tanque e possuem poros que impedem a passagem de sólidos e bactérias superiores a 0,05 mícrons. A água é aerada para limpar os poros das membranas que, quando não estão em funcionamento, permanecem mergulhadas nos tanques, dessa vez na água de reúso já produzida acrescida de hipoclorito, para que não ressequem.
A água filtrada entra pelos tubos das membranas e, caso tenha condutividade inferior a 720 μS/cm, é fornecida diretamente para o uso industrial, sendo transportada por uma tubulação de aço de cor fúcsia, um padrão internacional para água de reúso. Do contrário, a água fica reservada em um tanque com volume de 35 mil m³. O lodo retido pela membrana volta para a etapa anterior para ajudar na biodegradação da matéria orgânica do esgoto e permanece nesse ciclo de ida e volta por 35 dias, conhecidos como "idade do lodo". Após esse período, ele é encaminhado para a Sabesp para tratamento e posterior descarte em aterro sanitário.

Divulgação: Aquapolo
4 Se a condutividade for superior a 720 μS/cm, a água ultrafiltrada passa pela etapa de osmose reversa, para a remoção de sais, que são partículas menores que 0,05 mícrons. São 18 tanques semelhantes a pilhas com membranas internas ultrafinas, que são enroladas em espiral. A água filtrada no processo de osmose reversa é, então, encaminhada por uma tubulação de aço na cor fúcsia, para outro reservatório com volume de 35 mil m³.
Tanto na entrada do reservatório, quanto na saída para o cliente, é adicionada uma solução de dióxido de cloro à água produzida, a fim de evitar uma possível contaminação da água ao longo dos 17 km da adutora. Depois de produzida, a água de reúso passa por uma Estação Elevatória de Alta Carga, que possui três bombas responsáveis por bombear a água pelos 17 km da adutora.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Hotel construído com contêineres deve fazer tour pela Europa


Hotel construído com contêineres deve fazer tour pela Europa
28 de Janeiro de 2013 • Atualizado às 14h30




Os contêineres podem ser instalados em um parque, na plateia de um show ou até mesmo em ruas movimentadas. | Foto: Divulgação




Sleeping Around é um hotel itinerante instalado em contêineres usados, que deverá passar por vários pontos da Europa. Além dos alojamentos, a estrutura também abriga um restaurante, uma sala de convivência e uma sauna, construídos com materiais sustentáveis.
Para executar o projeto, foram utilizados seis contêineres que estavam abandonados em um porto da Bélgica. De acordo com os criadores do projeto, muitas caixas metálicas gigantes são produzidas e utilizadas para o transporte de cargas em navios, mas, no final, são descartadas em portos por todas as partes do mundo.
Segundo a equipe responsável pela construção, oSleeping Around foi criado para oferecer uma experiência de conforto e aventura aos hóspedes. Quatro contêineres abrigam os quartos, elaborados com materiais sustentáveis.
O objetivo dos criadores é levar o hotel para vários lugares na Europa. Como ocupam pouco espaço e levam pouco tempo para serem montados, os contêineres podem ser instalados em um parque, na plateia de um show ou até mesmo em ruas movimentadas.
No site do Sleeping Around, um GPS informa a localização do hotel, que já levou hóspedes para perto de um museu. Não só ficou mais fácil visitar a exposição, mas os hóspedes também puderam desfrutar da visão de um rio e assistir aos shows que aconteciam em um palco, montado nas imediações do hotel.
A construção de acomodações em contêineres é uma tendência da arquitetura sustentável, uma vez que as caixas metálicas utilizadas para transportar mercadorias são reutilizadas e se adaptam facilmente aos mais diferentes lugares. Com informações do Gizmag.
Redação CicloVivo






















terça-feira, 29 de janeiro de 2013

E o custo do tratamento da saúde?

29/01/2013 - 04h00

Haddad estuda reembolsar taxa da inspeção veicular em SP

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1222056-haddad-estuda-reembolsar-taxa-da-inspecao-veicular.shtml

EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo estuda devolver a taxa da inspeção veicular paga pelos motoristas em vez de simplesmente extingui-la, como o prefeito Fernando Haddad (PT) prometeu em campanha.
O argumento é que contrato com a Controlar impede que o Tesouro municipal remunere os serviços.
Em outras palavras, pelo contrato é proibido sair dinheiro direto dos cofres municipais para a empresa.
A saída jurídica para a questão é devolver o dinheiro de quem for aprovado na inspeção.
Dessa forma, a prefeitura estaria subsidiando o proprietário do veículo, não a empresa.
O prefeito Haddad ainda não bateu o martelo.
A decisão final deve sair nesta semana, pouco antes do envio do projeto de lei sobre o assunto para a Câmara.

Editoria de Arte/Folhapress

A tendência, no entanto, é que a devolução seja a opção adotada mesmo.
EQUILÍBRIO FINANCEIRO
A Controlar tem um contrato de concessão com a prefeitura que vale até 2018.
Por ser assim, o poder público, que deu a concessão ao setor privado, pode implementar a regrar que quiser.
Existe apenas um item, conforme a Folha apurou, que não pode ser quebrado.
O equilíbrio econômico e financeiro do contrato deve ser mantido, sob pena de a administração pública ter que ressarcir a Controlar por eventuais perdas.
EXEMPLO
Um exemplo concreto: para atender à atual demanda, a empresa precisou montar uma série de centros de inspeção e, também, contratar mão de obra para o serviço.
Na hipótese de a inspeção virar bianual, o esquema privado montado para a checagem da frota vai ficar ocioso, provavelmente pela metade.

Ou seja, a Controlar poderá cobrar a conta da prefeitura. Ou, então, pedir que o prazo do contrato seja esticado.

O poder público, por sua vez, pode recorrer à Justiça se ele achar que a conta para ele pagar ficou alta demais.

MINISTÉRIO PÚBLICO

A prefeitura também estuda "mudar o polo" na ação que o Ministério Público Estadual move contra o contrato da inspeção veicular.

Hoje, a prefeitura é ré no processo.

Haddad analisa pedir à Justiça que mude a prefeitura para coautora da mesma ação.

Assim, oficialmente, a administração passaria a concordar com os argumentos dos promotores de que o contrato não poderia ter sido firmado nos moldes que foi.

Local de reunião sustentável: Obrigatoriedade de bombeiro profissional civil nas casas noturnas!

29/01/2013 - 03h00

Casas da morte

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/1221956-casas-da-morte.shtml

Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa com perspicácia e ousadia as questões políticas e econômicas. Escreve na versão impressa do caderno "Poder" aos domingos, terças e quintas-feiras.

Arquitetos e engenheiros, uni-vos!

As edificações que se transformam em cenários de tragédias, por defeitos intoleráveis, repetem-se com uma indiferença que não permite esperança alguma do seu fim.
Não se fizeram por si mesmas: foram criadas. Por arquitetos, por engenheiros, por decoradores, por mestres improvisados, por gananciosos. E pelo poder público.
Não importa mais discutir a cota de cada um na perversão que cria ou agiganta as tragédias repetidas e repetidas e repetidas. A discussão não atenuaria o problema.
O poder público não é capaz nem de remediar os riscos de tragédia que estão por toda parte nas cidades. Não só nas casas noturnas e soturnas. Também nos prédios altos, em centros comerciais, no fogaréu dos restaurantes, em ginásios esportivos, lugares de diversão, por toda parte.
Não se pode crer que esse imenso mundo de riscos e imprevistos venha a ser fiscalizado pelo poder público. A falta de pessoal, o despreparo, a corrupção desmentem que o poder público seja poder fiscalizador.
Engenheiros e arquitetos, sim, podem sê-lo. Voluntários da guerra às tragédias evitáveis. Basta-lhes atentar para o que veem de irregular e de risco. Aos de maior senso humanitário ou comunitário, passear ou entrar em lugares apenas para ver como estão, nada lhes custaria. E depois comunicar às suas entidades de classe, aos setores municipais apropriados e a jornais o que precisa ser corrigido --esse seria um serviço impagável em benefício da sociedade. E da vida.
O ar inofensivo de prédios, de centros comerciais, de lugares de diversão, largados ao seu cansaço e a seus defeitos, esconde que inúmeros deles são potenciais casas da morte.
Engenheiros e arquitetos têm algo a ver com isso. Não seria demais que homenageassem as vítimas de Santa Maria tomando a sua tragédia como ponto de partida para uma missão de grandeza.

29/01/2013 - 05h00

Depoimento: Burocracia e corrupção também causam tragédias

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1222046-depoimento-burocracia-e-corrupcao-tambem-causam-tragedias.shtml

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Acordei no domingo fulminado pela tragédia em Santa Maria. De quem foi a culpa? O que poderia ter sido feito para ser evitado? De uma coisa, tenho certeza: o governo precisa rever o processo de liberação de alvarás. E não só para casas noturnas, mas para todo tipo de comércio.
Não conheço os meandros da burocracia em Santa Maria, mas conheço os de São Paulo. Trabalhei em casas noturnas.
A impressão que tenho é de que leis e regulamentos são propositalmente absurdos e kafkianos, para dificultar a vida de quem deseja tirar alvarás. E quando isso acontece, sabemos a consequência: corrupção e falta de fiscalização.
Não estou eximindo nenhum comerciante de suas responsabilidades. Mas desafio qualquer pessoa a entrar sozinha numa secretaria e conseguir um alvará, sem a ajuda de despachantes, advogados e "técnicos" e sem apelar, no fim, para liminares judiciais.
Se os regulamentos forem levados a ferro e fogo, nem o governo se salva. Faça um teste: procure na web notícias sobre prédios do governo sem alvará. Você terá uma surpresa.
Em momentos assim, quando o país está chocado, governantes correm o risco de tomar decisões populistas e que, no fim, não levariam a nada: fechar comércios, trancar lojas, fazer ajustes cosméticos e sem efetividade a longo prazo.
O que é preciso fazer, de verdade, é mudar o processo todo, rever a longa cadeia de burocracia e acabar com as dificuldades. Só assim, "limpando" tudo, poderíamos ter uma fiscalização eficiente.

Tragédia em Santa Maria

Rodrigo Baleia/Folhapress
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Moradores se agrupam diante da boate Kiss para uma passata pelas ruas de Santa Maria, no Rio Grande do Sul

28/01/2013 - 04h30

Tragédia em Santa Maria (RS) ocorreu após sucessão de erros

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAUO
PEDRO SOARES
DO RIO
tragédia no Sul

Erros de gerenciamento da casa de shows foram a causa da tragédia de ontem, em Santa Maria, no interior gaúcho, segundo especialistas ouvidos pela Folha. De acordo com eles, a lição que fica é que é preciso cultivar uma cultura de prevenção a grandes incêndios no país.
Entenda como ocorre a morte por asfixia
Veja a lista de 231 mortos identificados em incêndio
Sobreviventes de incêndio na boate Kiss voltam a hospitais
O incêndio deixou ao menos 231 mortos (a maioria por asfixia) e 106 hospitalizados. A boate Kiss era uma das principais casas noturnas da cidade e era famosa por receber estudantes universitários. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo começou na espuma de isolamento acústico quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um sinalizador, que atingiu o teto.
O guitarrista da banda Gurizada Fandangueira, Rodrigo Lemos Martins, também disse à Folha que o fogo começou depois que o sinaleiro (chamado por ele de "sputinik") ter sido aceso. Um segurança da casa e o vocalista da banda tentaram apagar o incêndio, afirma o guitarrista, porém o extintor não funcionou.
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress
Para Valdir Pignatta e Silva, professor da Poli/USP e especialista em segurança contra incêndios, houve ali uma sucessão "absurda" de erros. Ele cita a falta de sinalização para a saída de emergência e o fato de haver apenas uma porta de acesso ao local. Também afirma que o teto da boate era feito de material inflamável.
O pesquisador da Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas em Pós-Graduação em Engenharia) Moacir Duarte diz que as pessoas foram vítimas de uma "desorganização primária".
"Uma vistoria simples, de menos de duas horas, feita por um bombeiro, bastaria para vetar o local para a realização de shows", disse. "Há uma cadeia enorme de responsabilidades."
Além das falhas na estrutura, Duarte cita ainda o problema da falta de rádios para a equipe de segurança.
Sem saber o que acontecia, seguranças na porta da boate pensaram inicialmente que o tumulto havia sido causado por uma briga e barraram as pessoas para que elas não deixassem o local sem pagar a conta. Enquanto isso, outros funcionários tentavam combater as chamas em outro local.
CULTURA
Pignatta e Silva, da Poli, afirma que as pessoas precisam criar um cultura de salvaguardar sua vida em situações como a encontrada ontem no Rio Grande do Sul.
"Infelizmente, o fato de existir uma casa com capacidade para mais de mil pessoas, em um ambiente totalmente fechado, não deu um alerta na cabeça de ninguém. Ainda mais com objetos pirotécnicos no palco", afirma.
Segundo ele, em outros países do mundo, como na Inglaterra, as pessoas têm na memória incêndios que ocorreram no século 17. "Provavelmente, nem você nem eu teríamos nos preocupado com um incêndio, se tivéssemos naquela boate", diz.


01/02/2013 - 03h00

Seguro de boates é pouco frequente no Brasil



http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/1223962-seguro-de-boates-e-pouco-frequente-no-brasil.shtml

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.



O mercado de seguros para casas noturnas é pouco aquecido no Brasil, segundo especialistas.
As condições que propiciaram o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), como o material usado no isolamento acústico, seriam recusadas por peritos de seguradoras, que pediriam ajustes antes de assinar os contratos.
Diante das altas exigências feitas pelas companhias do setor para fechar seus contratos de cobertura, as casas de menor porte se desinteressam, de acordo com o diretor-executivo da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), Neival Freitas.
"É um seguro de difícil aceitação. Muitas vezes as empresas não têm condição de cumprir. Ou, em outros casos, não se interessam. É difícil saber", afirma.
A exceção são as grandes casas de shows, que, além de um seguro empresarial de apólices semelhantes às praticadas em outros segmentos, procuram coberturas específicas para cada um dos eventos que realiza.
"O empresarial, que faz parte da carteira de riscos patrimoniais, cobre danos materiais provocados por incêndio, queda de raio e explosão", afirma Freitas.
O seguro de eventos faz parte da modalidade de responsabilidade civil e costuma ter valores maiores. A ideia é proteger o público.
Entre as situações que passam por análise técnica das seguradoras estão a verificação de portas de emergência, a lotação máxima e o plano para saída das pessoas em caso de pânico.
O material utilizado na estrutura do local como isolamento acústico e divisórias, também são avaliados. São exigidos aparelhos modernos e em bom estado, de acordo com o executivo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Casa de 240 m² feita com contêineres é inaugurada no Paraná

23/Janeiro/2013

Casa de 240 m² feita com contêineres é inaugurada no Paraná


http://www.piniweb.com.br//construcao/arquitetura/casa-de-240-m-feita-com-conteineres-e-inaugurada-no-276965-1.asp

Projeto assinado por Danilo Corbas é formado por seis compartimentos metálicos


Gustavo Jazra
Foi inaugurada, na última quarta-feira (16), a primeira casa feita com contêineres no Paraná, no bairro de Orleans, em Curitiba. Assinado pelo arquiteto Danilo Corbas, o projeto batizado de Casa Container do Paraná foi executado pela empresa Delta Containers com contêineres marítimos com mais de dez anos de uso.

Tatiana Hultmann Stavitzki

Com 240 m² de área, a casa é formada por seis contêineres do tipo High Cube de 40 pés (12 m de comprimento x 2,9 m de altura). As estruturas metálicas receberam o tratamento de reciclagem no terminal da Delta Containers, onde foram recortadas para criação de portas e janelas, e depois descarregadas no terreno, nas posições corretas para instalação.
Distribuída em dois pavimentos, a casa contém três dormitórios, sendo uma suíte, closet, banheiro social, sala de estar, sala de jantar e cozinha gourmet integradas, escritório, biblioteca, lavabo, churrasqueira, área de serviço e varandas.
O peso reduzido da estrutura possibilitou o uso de fundações em sapatas isoladas. Já as paredes e forros foram revestidos com drywall combinados com o uso de lã de PET e de rocha para a obtenção de melhor desempenho acústico.
Confira algumas plantas e fotos do projeto:

Divulgação: Danilo Corbas

Divulgação: Danilo Corbas

Divulgação: Danilo Corbas
Divulgação: Danilo Corbas

Divulgação: Danilo Corbas

Divulgação: Danilo Corbas

Divulgação: Danilo Corbas

Tatiana Hultmann Stavitzki

Tatiana Hultmann Stavitzki

Tatiana Hultmann Stavitzki

Tatiana Hultmann Stavitzki

Tatiana Hultmann Stavitzki