Meio
ambiente / clima
- 26/12/2012
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O alerta é de um estudo publicado na última edição da revista PNAS, que avaliou, pela primeira vez, os efeitos a longo prazo da grande estiagem de 2005 na região
por Estadão Conteúdo
A Floresta Amazônica pode demorar vários anos para se
recuperar dos efeitos de uma grande seca, colocando em risco a
sua própria sobrevivência caso esses eventos passem a ocorrer com mais
frequência - como preveem alguns modelos de mudanças climáticas
para a região nas próximas décadas. O alerta é de um estudo publicado na última
edição da revista PNAS, que avaliou, pela primeira vez, os
efeitos a longo prazo da grande seca de 2005 na Amazônia.
Segundo os pesquisadores, os impactos da estiagem ainda eram
perceptíveis no dossel (cobertura) da floresta quatro anos depois, em 2009, na
véspera de uma outra grande seca, em 2010, apesar de um aumento de precipitação
no período intermediário. O estudo foi feito por meio de imagens de satélite no
espectro de micro-ondas, que permitiram analisar variações nos parâmetros de
umidade e biomassa sobre grandes áreas florestais.
Os resultados indicam
que a floresta ainda sofria com os efeitos da seca de 2005 (com
redução de biomassa e ressecamento do dossel) quando foi atingida pela seca de
2010. Segundo os cientistas, se as estiagens continuarem a acontecer numa
frequência de 5 a 10 anos, o efeito cumulativo poderá alterar significativamente
e permanentemente a estrutura biológica da floresta.
A
pesquisa foi liderada por pesquisadores da Nasa, nos Estados
Unidos, em colaboração com os brasileiros Luiz Aragão, da Universidade
de Oxford, na Inglaterra, e Liana Anderson, do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), no interior paulista.
Os dados do estudo vão
até 2009, mas os pesquisadores preveem que os efeitos observados se repetiram -
e provavelmente se intensificaram - nos últimos anos, desde a seca de 2010, que
foi a maior já registrada na Amazônia.