Acordo Serasa-Ethos vai ajudar a monitorar cadeia de valor
19 de outubro de 2012 • 11h19
Parceria entre Instituto Ethos e Serasa Experian vai melhorar o monitoramento ambiental e social das cadeias de valor da pecuária, madeira e soja. O acordo vai facilitar o acesso a informações em tempo real de empresas signatárias do pacto promovido pela iniciativa Conexões Sustentáveis, em benefício do meio ambiente e do trabalho justo.
A partir do acordo, o Serasa Experien disponibilizará para o Ethos a ferramenta Conformidade Ambiental, um banco de dados de todas as empresas brasileiras com atividades geradoras de impactos na área.
Atualmente, o serviço é comercializado para bancos e empresas de todo o Brasil, ajudando os executivos do segmento a pensar de maneira ambientalmente correta e socialmente justa antes de fechar um negócio.
A partir do CNPJ ou CPF da empresa ou produtor rural, é possível visualizar informações de órgãos federais, como Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério do Trabalho e secretarias de 27 Estados.
O Ethos vai ter acesso a dados sobre licenciamentos, cadastro ambiental rural, áreas contaminadas ou embargadas, registro de trabalho escravo e outras autuações.
Com a nova ferramenta, a organização terá evidências para monitorar se o pacto está sendo cumprido. "Estabelecer parcerias e pactos é essencial, mas sem monitoramento, não funciona", afirma o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão.
Caso o fornecedor de empresa vinculada ao pacto apresente problemas, ele terá 30 dias para resolver a pendência ou será excluído da lista de colaboradoras. "A relação fica mais transparente. Dessa maneira, os signatários do pacto irão pressionar seus fornecedores a cumprir a lei e os padrões estabelecidos pelo acordo", explica o diretor de Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri.
Conexões Sustentáveis - Organizada pela Rede Nossa São Paulo e pelo Fórum Amazônia Sustentável, a iniciativa Conexões Sustentáveis propõe acordos em três setores: madeira, carne bovina e soja.
As companhias que assinam o documento se comprometem voluntariamente a financiar, comercializar e distribuir apenas produtos que sejam feitos cumprindo a legislação brasileira do ponto de vista social e ambiental. Ou seja, produtos certificados - ou que estejam em processo de regularização - e provenientes de fornecedores que não utilizem trabalho escravo, ou áreas embargadas pelo Ibama.
No caso do Pacto da Soja, ainda há a exigência de que as propriedades dos fornecedores estejam localizadas em áreas liberadas pela Moratória da Soja.