França / Meio ambiente -
Artigo publicado em 15 de Setembro de 2012 - Atualizado em 15 de Setembro de 2012
Jornais comentam medidas ecológicas anunciadas por François Hollande
O presidente François Hollande é parabenizado pelo deputado europeu ecologista José Bové após seu discurso na conferência anual sobre o meio ambiente em Paris, nesta sexta-feira.
Reuters
Os jornais franceses deste sábado dedicam suas manchetes à nova política energética do governo de François Hollande, anunciada na sexta-feira. Entre outras medidas, a central nuclear de Fessenheim será fechada e a extração do gás de xisto não será permitida durante seu mandato.
Segundo Le Figaro, a postura do presidente é "ecologicamente correta", mas "economicamente incoerente". O jornal conservador afirma que Hollande adotou essas medidas para contentar seus aliados ecologistas, às vésperas de uma difícil negociação sobre a aprovação do pacto orçamentário europeu.
Em seu editorial, Le Figaro afirma que a energia nuclear e a exploração do gás de xisto favoreceriam a independência energética da França e garantiriam eletricidade a preços moderados. "François Hollande sacrifica o interesse geral em favor da coesão governamental", escreve o jornal.
Le Monde avalia que a conferência sobre o meio ambiente iniciada nesta sexta-feira em Paris marca uma virada "verde" do governo. O diário afirma que as ongs ambientalistas aplaudiram o discurso do presidente François Hollande sobre o tema, mas aponta que os sindicatos e as empresas estão preocupados com o impacto social e econômico das medidas anunciadas.
Além das decisões sobre a energia nuclear e o gás de xisto, François Hollande defendeu o projeto de um imposto ecológico sobre os produtos produzidos fora da União Europeia e lançou a ideia de criar uma Comunidade Europeia da energia, para favorecer a cooperação entre as empresas do bloco engajadas na transição energética.
"A cultura a pão seco", diz a manchete de Libération. O jornal de esquerda detalha os cortes no orçamento do ministério da cultura e os projetos que serão abandonados por serem julgados caros demais. Em editorial, Libération critica essas economias e lembra que a cultura é uma economia "potencialmente dinâmica" e um grande fator de atratividade para a França.